Folia de Reis

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Folia de reis é uma comemoração folclórica dos quadros religiosos europeus, porém muito popular no Brasil. A folia de reis também é conhecida como “festa de Reis” e “Reisado”.

Autoria:[1] 
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Sobre[editar | editar código-fonte]

Ocorrendo anualmente, a folia visa representar de maneira festiva e ritual a viagem dos reis magos, especialmente Melchior, Baltasar e Gaspar a cidade de Jerusalém. Na bíblia cristã essa viagem tem como intuito visitar, presentear e adorar o recém-nascido Jesus. A festividade é recheada de uma iconografia única, lotada de elementos religiosos e um trabalho artístico ímpar. Deste elementos se sobressaem as bandeiras das folias, o palhaço da folia e o grupo de foliões. A festividade possui dois momentos distintos , os Giros ou jornadas e o arremate.

Foliões[editar | editar código-fonte]

O grupo de foliões é composto por crianças, jovens, adultos e idosos de todos os gêneros que são responsáveis em levar a bandeira dos santos às casas dos devotos. Cada grupo de foliões também apresenta uma figura particular que é o “mestre” ou “embaixador” da folia. O mestre da folia é o responsável pela logística e organização da folia, além de ter um papel importante na manutenção da tradição.

A festividade[editar | editar código-fonte]

A festividade pode ser vista em dois momentos distintos: o primeiro conhecido como giro, que tem seu início no dia 25 de dezembro e tradicionalmente tem a data de termino prevista para o dia 6 de janeiro (dia de reis). Porém no Rio de Janeiro esse período é prolongado até o dia 20 de janeiro, que é o dia de São Sebastião o padroeiro da cidade. O segundo momento é o arremate . A data do arremate pode variar de folia para folia, sempre priorizando escolher dias em que não aconteça qualquer outra folia, uma vez que ocorre visitas de outras folias, durante o arremate.

Giros[editar | editar código-fonte]

Os giros ou jornadas tem seu início nas madrugadas do dia 24 de dezembro , tradicionalmente tem a data de término prevista para o dia 6 de janeiro (dia de reis). Porém no Rio de Janeiro esse período é prolongado até o dia 20 de janeiro, que é o dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade. Neste período as folias irão realizar circuitos de visitação às casas dos devotos levando suas bandeiras até a casa dos devotos. As jornadas marcam a primeira das representações simbólicas das folias. Da mesma maneira que Melchior, Baltasar e Gaspar viajaram para abençoar o menino Jesus, a folia realiza essas viagens em que ao chegar nas casas entoaram cânticos em um ritual que visa abençoar o lar e os anfitriões. Nesse período as relações entre os foliões e os adeptos se estreitam uma vez que em troca da benção os anfitriões retribuem com oferendas que tradicionalmente são pequenos banquetes em que ocorre um contato menos ritualístico e mais social.

O Arremate[editar | editar código-fonte]

O arremate é o fechamento do ciclo da folia e uma festa de rua que integra as folias, os adeptos e os bairros que estão localizadas as folias. A data do arremate pode variar de folia para folia, sempre priorizando escolher dias em que não aconteça qualquer outra folia, uma vez que ocorre visitas de outras folias, durante o arremate. O arremate pode ser compreendido como um momento de reciprocidade da folia representada pelo seu mestre para com os foliões e devotos. O arremate ocorre na casa dos mestres das folias que convida não só os devotos como outras folias. Da folia anfitriã se espera uma grande festa. Dentro do arremate se apresenta outras figuras de caráter religioso como o palhaço da folia que é o guardião da folia.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Folia de Reis - Os penitentes do Santa Marta

Espaço, lugares e festas

  1. MENDEL, Luiz Gustavo. Alguém plantou a semente, deixou raiz!: Folia de Reis e a experiência migratória na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Aedos, Porto Alegre, 27 mar. 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/106507. Acesso em: 2 nov. 2023. MENDEL, Luiz Gustavo. Devoção e resistência: as táticas dos anfitriões da Folia de Reis na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Antropol, São Paulo, 27 mar. 2021. DOI http://dx.doi.org/10.11606/ 2179-0892.ra.2020.178857. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/178857. Acesso em: 2 nov. 2023.