Acari: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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<p style="text-align: justify;">O&nbsp;'''Rio Acari'''&nbsp;é um dos maiores cursos d'água do&nbsp;município&nbsp;do&nbsp;Rio de Janeiro, no&nbsp;estado&nbsp;do&nbsp;Rio de Janeiro, no&nbsp;Brasil. Tem sua nascente na&nbsp;Serra do Gericinó&nbsp;e sua foz no&nbsp;Rio Meriti, o qual separa o município do Rio de Janeiro do de&nbsp;Duque de Caxias. O Acari vem do extremo oeste da cidade e termina na&nbsp;Zona Norte, não é&nbsp;assoreado&nbsp;e apresenta uma vazão d'água muito grande, incluindo alguns pontos com presença de&nbsp;mata ciliar. Foi um dos últimos rios do município do Rio de Janeiro a morrer macrobiologicamente.</p> <p style="text-align: justify;">Constatam-se ainda alguns&nbsp;jacarés&nbsp;no Acari, porém os&nbsp;camarões&nbsp;de água doce há muito não existem mais. É navegável, mas, por passar em comunidades de três facções criminosas diferentes, deixou de ser usado como&nbsp;hidrovia. Há vontade popular de que o rio Acari volte a ser limpo, visto que se tornaria uma relevante fonte de renda local, ofertando lazer, pesca e transporte.</p>  
<p style="text-align: justify;">O&nbsp;'''Rio Acari'''&nbsp;é um dos maiores cursos d'água do&nbsp;município&nbsp;do&nbsp;Rio de Janeiro, no&nbsp;estado&nbsp;do&nbsp;Rio de Janeiro, no&nbsp;Brasil. Tem sua nascente na&nbsp;Serra do Gericinó&nbsp;e sua foz no&nbsp;Rio Meriti, o qual separa o município do Rio de Janeiro do de&nbsp;Duque de Caxias. O Acari vem do extremo oeste da cidade e termina na&nbsp;Zona Norte, não é&nbsp;assoreado&nbsp;e apresenta uma vazão d'água muito grande, incluindo alguns pontos com presença de&nbsp;mata ciliar. Foi um dos últimos rios do município do Rio de Janeiro a morrer macrobiologicamente.</p> <p style="text-align: justify;">Constatam-se ainda alguns&nbsp;jacarés&nbsp;no Acari, porém os&nbsp;camarões&nbsp;de água doce há muito não existem mais. É navegável, mas, por passar em comunidades de três facções criminosas diferentes, deixou de ser usado como&nbsp;hidrovia. Há vontade popular de que o rio Acari volte a ser limpo, visto que se tornaria uma relevante fonte de renda local, ofertando lazer, pesca e transporte.</p>  
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= Favelas de Acari =
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Edição das 13h13min de 23 de abril de 2020

Sobre o bairro

Acari é um bairro na periferia da Zona Norte do município do Rio de Janeiro. O nome do bairro é uma referência ao Rio Acari, que corta o bairro. Criado por decreto em 23/7/1981, o bairro faz limite com os bairros Pavuna, Costa Barros, Coelho Neto, Parque Colúmbia e Irajá. É o bairro com terceiro menor Índice de Desenvolvimento Humano do município e possui a segunda menor renda do município. Seu IDH, no ano 2010, era de 0,720; o 124º colocado entre 126 regiões analisadas no município do Rio de Janeiro, melhor apenas que Costa Barros e o Complexo do Alemão. 

IDH Médio (2010) Classificação do IDH População (Censo 2010) Área da Favela Renda Per Capita Domicílios
0,720 Baixo 27 347 160,55 Ha R$ 174,12 8125

História

Até o século XIX, o bairro tinha ocupação predominantemente rural, com muitos partidos de cana-de-açúcar dentro do terreno da Fazenda Irajá. Sua principal referência geográfica era o Rio Acari, antes se chamava Meriti. Em 1875, a Estrada de Ferro Rio d'Ouro passou a cortar o bairro, promovendo um crescimento populacional no entorno da ferrovia. Em 1946, foi inaugurada a Avenida Brasil, o que fez aumentar a população do bairro.

A região onde fica o Complexo de Acari começou a ser ocupada na década de 40, após a abertura da Avenida das Bandeiras, depois chamada de Avenida Brasil. Com exceção do conjunto Areal (Amarelinho) e da Olaria, toda a parte plana era um manguezal, que foi aterrado aos poucos. Segundo alguns moradores, que estão na comunidade há pelo menos 50 anos, o início da ocupação foi marcado pela ausência de luz elétrica e de água potável, que era colhida do outro lado da Avenida Brasil, no conjunto habitacional de Coelho Neto. Há quem diga que o lugar era cheio de caranguejos, rãs, cobras e jacarés.

Somente na década de 70, os moradores começaram a ser organizar para legalizar a ocupação. Para isso, depois de uma união com os trabalhadores da olaria, os moradores reuniram-se com alguns órgãos públicos. Depois de 25 anos, os moradores receberam o título de propriedade. Em 1981 a comunidade ganhou sua associação de moradores. Ao longo dos anos, o Conjunto Acari expandiu-se no entorno de suas vias de acesso, principalmente da Rua Enora. Como os centros comerciais ficavam longe da comunidade, começaram a surgir nas imediações lojas de material de construção, o que proporcionou aos moradores a substituição da madeira pela alvenaria em suas casas. Das três comunidades do Conjunto Acari, Vila Rica de Irajá foi a única a ocupar um terreno já explorado, que pertencia a uma olaria e ao INSS.

Não se sabe ao certo quando a ocupação começou, mas, segundo alguns moradores, o lugar, que havia se chamado de Areal, teria sido batizado de Coroado, devido à semelhança com a cidade de Coroado, onde se desenrolava a novela Irmãos Coragem. Em 1979, com a ocupação consolidada, foi fundada a Associação de Moradores e a comunidade passou a se chamar Parque Vila Rica. Na década de 80, um projeto de urbanização levou aos moradores a implantação das redes de água e esgoto. Nesta época as três comunidades de Acari uniram esforços para cobrar do poder público mais investimentos na região. A expansão da comunidade só era possível com aterro de áreas alagadas e de manguezais. Com isso, o escoamento de águas pluviais ficava cada vez mais difícil, até que, em 1986, uma tempestade provocou uma grande inundação, que deixou a maioria das casas com cerca de um metro de água.

Atualmente, Vila Rica de Irajá é dividida em sete setores: o Central, formado pela Rua Olaria, a principal da comunidade, que concentra os serviços e o comércio do lugar; o Cruzeiro, que fica na parte alta do conjunto; o Portinho, cujo acesso é difícil; o Marginal da Avenida Brasil, com uma faixa de cerca de 100 metros junto à avenida, com intenso fluxo de veículos e de pedestres; o do Vale, com acesso apenas para pedestres; e o marginal ao canal, que concentra serviços comunitários como o Centro Dom Bosco e o Centro Cultural Areal Livre. A ocupação do Parque Acari também data de 1940 e tem em seu histórico confrontos de moradores com policiais militares, que várias vezes derrubaram os barracos erguidos na comunidade. Segundo os moradores, após várias tentativas frustradas de remoção das famílias, Ernesto Lima de Souza, suposto proprietário do terreno, tentou fechar o lugar. Entretanto, diante de resistência dos moradores, desistiu da ação e retirou-se definitivamente do lugar. Apesar de feito pelos próprios moradores, o processo de ocupação do Parque Acari deu-se de forma ordenada, com a construção das casas devidamente alinhadas seguindo características de um loteamento. Desde o início da ocupação, os moradores contaram comajuda de norte-americanos da Igreja Presbiteriana, que, entre outras ações, ergueram a o prédio da associação de moradores. No final dos anos 60, a comunidade teve sua própria escola de samba, a Império de Acari, que chegou a desfilar no grupo principal em 1968 e 1969. A quadra ficava onde hoje fica a Travessa Braule e o Beco Leandro, em homenagem ao fundador da escola. Aliás, os nomes de ruas e becos homenageiam antigos moradores da comunidade. Atualmente, o Parque Acari tem quatro subsetores. O principal deles é formado pelas vias de acesso à comunidade: as ruas Pantoja, Edgar Soutello e Piracambu. Os outros são: a Travessa Piracambu, limite da comunidade com a Fábrica da Esperança; a área central, que fica entre a Travessa Piracambu e Edgar Soutello; e a Rua União.

A vida social dos moradores da Comunidade do Conjunto Acari mudou nos anos 90, quando um grupo de adolescentes foi alvo da violência. Às mães destes jovens juntaram-se outras, que formaram o grupo Mães de Acari. Com apoio de entidades da sociedade civil, ONGs e voluntários, a comunidade buscou proteção para os jovens da comunidade. Dentre as ações estabelecidas, a que mais chamou a atenção foi o Projeto Fábrica da Esperança, implantado nas antigas instalações da Formiplac. Sediada num prédio de seis andares, cravado na entrada da favela de Acari, transformou-se numa das mais importantes Organizações Não-Governamentais (ONGs) do País. Entre cursos profissionalizantes, creche e atendimento médico, chegou a ter 55 projetos sociais graças à parceria com o governo, empresários e outras entidades (inclusive o Instituto Ayrton Senna). A Fábrica de Esperança teve papel fundamental para diminuir a violência na favela de Acari. A sua importância foi reconhecida pelo presidente Fernando Henrique numa visita ao local logo depois da posse, no seu primeiro mandato, como o maior projeto Social da América Latina. A Fábrica da Esperança, entretanto, por falhas em sua administração, não teve vida longa e acabou sendo fechada, dando lugar ao que hoje é o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla.

Saúde

Em Acari fica localizado um dos principais hospitais municipais do Rio, o Ronaldo Gazolla. 

O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla tem um perfil de retaguarda e auxilia na oxigenação de toda rede, liberando leitos de internação para unidades de urgência e emergência do município do Rio de Janeiro. O Gazolla disponibiliza 269 leitos, divididos em 124 de clínica médica, 18 de Centro de Tratamento Intensivo, 10 de Unidade Intermediária, 15 de Saúde Mental, 20 leitos de clínica cirúrgica, 20 UTI e UI Neonatal.  Há ainda 62 leitos da maternidade. A Maternidade do HMRG é a única parte que funciona com atendimento porta aberta. O atendimento Ambulatorial, marcação de exames e cirurgias são feitos pela central de regulação, que disponibiliza vagas para todo o Estado do Rio de Janeiro.

  • Especialidades do Ambulatório: Angiologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Coloproctologia, Endocrinologia, Gastroenterologia, Nefrologia, Neurologia, Neuropediatria, Obstetrícia e Ginecologia, Pneumologia e Reumatologia.
  • Disponibilidade de leitos em: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, CTI adulto, UI adulto, UTI Neonatal, Maternidade e Saúde Mental.
  • Exames oferecidos: Endoscopia, colonoscopia, ultrassonografia, raios-x, exames de laboratório, ecocardiografia e Doppler, cardiotocografia (Maternidade ) eletrocardiograma e tomografia.
Frente do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla.jpeg

Transportes

A Estação Acari-Fazenda Botafogo pertence à Linha Dois do metrô do Rio de Janeiro. Foi inaugurada em 1998. O bairro é servido, também, pelas avenidas Brasil e Pastor Martin Luther King Junior. Anualmente, 1638465 pessoas pegam o metro em Acari, segundo dados do Data Rio. 

Estação de Metrô de Acari.jpg

Rio Acari

Rio Acari é um dos maiores cursos d'água do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Tem sua nascente na Serra do Gericinó e sua foz no Rio Meriti, o qual separa o município do Rio de Janeiro do de Duque de Caxias. O Acari vem do extremo oeste da cidade e termina na Zona Norte, não é assoreado e apresenta uma vazão d'água muito grande, incluindo alguns pontos com presença de mata ciliar. Foi um dos últimos rios do município do Rio de Janeiro a morrer macrobiologicamente.

Constatam-se ainda alguns jacarés no Acari, porém os camarões de água doce há muito não existem mais. É navegável, mas, por passar em comunidades de três facções criminosas diferentes, deixou de ser usado como hidrovia. Há vontade popular de que o rio Acari volte a ser limpo, visto que se tornaria uma relevante fonte de renda local, ofertando lazer, pesca e transporte.

Rio Acari.jpg


Feira de Acari

Em Acari ocorre todo domingo uma das feiras mais famosas do Estado: a Feira de Acari. Tema de clássico do funk e citada até em música de Jorge Ben, a feira ocorre há décadas e garante o sustento de muitas famílias de moradores. A tradicional feira reúne todos os tipos de oferta, desde produtos usados até comidas e bebidas. 

Visão da Tradicional Feira de Acari.jpg

Favelas de Acari

  • Vila Esperança (Acari)
  • Parque Proletário de Acari (Acari)
  • Parque Acari (Acari)
  • Favela da Beira Rio (Acari)
  • Favela de Acari (Acari)

Educação pública

Possui 8 dispositivos de educação pública: 04 creches, 01 Espaço de desenvolvimento infantil (EDI), 01 CIEP e 02 escolas municipais. 

Referências