BONDE - Coletivo de pesquisa sobre violências, sociabilidades e mobilidades urbanas

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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O BONDE é um grupo de pesquisa criado em 2023 e é um coletivo de pesquisa que reúne pesquisadoras e pesquisadores de diferentes áreas de formação que buscam refletir sobre as relações entre formas de violência, sociabilidades e mobilidades urbanas. Ele está sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e é coordenado pela profa. Dra. Palloma Valle Menezes.

Logo do BONDE (IESP-UERJ)

Por que BONDE?

O que é o termo?

Carregado de múltiplos sentidos, o termo bonde representa, ao mesmo tempo, algo coletivo e em movimento. Criado para designar um tipo de transporte que se move sob trilhos e já foi um dos mais populares do Rio de Janeiro, o termo é usado atualmente para designar coletividades, conjuntos de sujeitos, assim como o andar em grupo. Enquanto coletivo de pesquisa, o BONDE investiga transformações, mobilizações e conflitos urbanos com foco nas dimensões territorializadas, racializadas e generificadas da violência e seus impactos nas rotinas, sociabilidades e mobilidades pela cidade.

Linhas de pesquisa

(I)mobilidades urbanas

Essa linha de pesquisa abrange os estudos sobre (i)mobilidades urbanas compreendendo que as condições de possibilidade ao movimento são atravessadas por desigualdades e se iniciam desde o corpo do indivíduo.

Desde pesquisas dedicadas às grandes reformas urbanas ao estudo sobre os modos de circulação contemporâneos, esta linha estuda como os marcadores de gênero, raça, classe e capacidade são chaves analíticas à compreensão dos diferentes modos de circulação no urbano.

O estudo das (i)mobilidades urbanas inclui, mas não restringe, suas discussões à análise dos meios de transporte. A linha se preocupa em pesquisar como a circulação de discursos e práticas sobre violência urbana participam da construção da cidade e impactam na (i)mobilidade de diferentes corpos, objetos e representações.

Infraestruturas urbanas e violências

Essa linha de pesquisa abrange as infraestruturas urbanas e a forma como estas são mobilizadas para produzir inseguranças e continuidades em processos de militarização.

Com isso, a linha contempla as águas urbanas e as inseguranças cotidianas que a falta ou o excesso dela geram; o uso das infraestruturas urbanas de luz, água e esgoto pela milícia e pelo comércio varejista de drogas; as sociabilidades e os conflitos constituídos em torno da provisão de infraestruturas urbanas pelo Estado e o mercado, em sua dimensão formal/informal, legal/ilegal e lícito/ilícito; e a relação entre a militarização da cidades e as disputas sobre esses recursos.

Sociabilidades urbanas

A linha de pesquisa investiga os cotidianos, trânsitos, ocupações, rotinas, sentidos, lazer, afetos, sensações e memórias da vida urbana. Essa linha tem como objetivo compreender os processos urbanos e seus viventes em diversas camadas.

Dentre esses, reformas urbanas, infraestruturas, ordenamento público, culturas urbanas, invenção do cotidiano, inversão de rotinas, formalidades e informalidades.

Mobilizações e resistências urbanas

Essa linha de pesquisa dedica-se aos estudos sobre as ações coletivas e resistências urbanas, com foco nas formas de organização e repertórios de movimentos sociais, organizações não governamentais, coletivos, associações e outros grupos menos formalizados que atuam em diferentes territórios da cidade.

O interesse é analisar a pluralidade de iniciativas, atores, redes e estratégias de atuação de movimentos urbanos. A linha pretende articular debates empíricos com discussões teóricas sobre transformações nas formas de associativismo e movimentos sociais, assim como mudanças nas relações entre Estado e sociedade na produção de políticas voltadas para as cidades.

Violência Urbana

Essa linha observa as transformações percebidas ao longo das décadas em relação ao fenômeno da violência urbana em diferentes localidades e escalas.

Nos interessa analisar como as dinâmicas de violência se organizam ao longo do tempo; a articulação e sedimentação de regimes territoriais pautados pela violência; violências do Estado e de grupos armados; os impactos generificados e racializados; e os impactos que o fenômeno impõe as dinâmicas de organização do cotidiano de diferentes atores.