Chacina da Lagoinha - 4 de agosto de 2008

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Em agosto de 2008, uma operação da Policia Civil na Favela da Lagoinha em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense transformou-se em uma chacina. Com o objetivo de investigar um carregamento de cerveja roubado a operação resultou em 10 mortos, 5 pessoas feridas (4 civis e 1 policial) e 5 pessoas presas.

Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI-UFF e Grupo CASA (IESP-UERJ) com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.

A operação

A operação policial começou por volta das 16h do dia 4 de agosto, segundo relatos da polícia, com o objetivo de checar uma informação sobre carregamento de cerveja roubado no território. Duas equipe da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas (DRFC) foram encurraladas por traficantes no alto do morro.

Equipes policiais foram deslocadas para o local. Houve intenso confronto e somente às 18h30 a polícia deixou o morro. Foram apreendidos oito motos roubadas na favela, além de drogas e armas. "Os marginais estavam muito bem armados, tinham fuzis, pistolas Uzi, armamento pesado mesmo. Nossa equipe ficou pelo menos dez minutos sob forte tiroteio", contou o delegado Ronaldo Oliveira. A Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) foi até o local dar apoio à equipe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), além de policiais do 15º BPM (Caxias) e um helicóptero.

O inspetor Marcos Luiz Gomes Pinho, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Cores), foi ferido com um tiro de fuzil no fêmur, teve fratura exposta e foi socorrido de helicóptero para o hospital Miguel Couto, na capital fluminense. Já os 11 civis feridos foram retirados do morro e levados para o Hospital Duque de Caxias, apenas uma teria chegado viva ao local.

O sobrevivente Enéas Manoel Paixão, de 31 anos, foi atingido de raspão no pescoço. Os moradores disseram que mortos foram vítimas de balas perdidas, mas os policiais afirmaram que eram criminosos.

Manifestação

Cerca de 300 moradores protestaram contra a operação policial na Avenida Manoel Lucas em frente ao Hospital que estavam as vítimas. Após tentarem entrar na unidade, segundo relato do secretário municipal de Saúde de Caxias, Oscar Berro, foram expulsos e o protesto reprimido com gás de pimenta pelos policiais.

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