Chacina do Complexo do Alemão - 15 de maio de 2020: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Verbete)
 
Sem resumo de edição
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Chacina do Complexo do Alemão aconteceu em 15 de maio de 2020 realizada pelo Operações Policiais Especiais (BOPE) e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A ação culminou na morte de 12 vítimas.
Chacina do Complexo do Alemão aconteceu em 15 de maio de 2020 realizada pelo Operações Policiais Especiais (BOPE) e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A ação culminou na morte de 12 vítimas.
  Produzido pelo Dicionário de Favelas Marielle Franco em parceria com o Geni.
  Autoria: Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI/UFF e CASA (IESP-UERJ) com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.


== História ==
== História ==

Edição das 09h47min de 20 de julho de 2022

Chacina do Complexo do Alemão aconteceu em 15 de maio de 2020 realizada pelo Operações Policiais Especiais (BOPE) e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A ação culminou na morte de 12 vítimas.

Autoria: Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI/UFF e CASA (IESP-UERJ) com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.

História

Complexo do Alemão, Rio de Janeiro.

O episódio foi executado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) no Complexo de Favelas do Alemão, na zona norte do Rio, resultou na morte de dez pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. Mais dois suspeitos ficaram feridos.

A ação tinha o objetivo de localizar um paiol de armas, munições e drogas do tráfico de drogas na comunidade e começou, por volta das 5h, com homens da tropa de elite do Bope indo até uma parte alta da comunidade conhecida como Alvorada em dois carros blindados da corporação.

De acordo com a PM, em função do confronto, houve dificuldade para realizar a varredura em algumas áreas. Segundo a corporação, na ação, oito fuzis foram apreendidos e cinco criminosos foram encontrados feridos. Também foram apreendidas 85 granadas e entorpecentes.

Os feridos foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Na unidade de saúde, os cinco criminosos morreram  e um deles foi reconhecido como chefe do tráfico e identificado como Leonardo Serpa de Jesus.

Serpa estava foragido do sistema prisional desde 2016 e era um dos líderes do tráfico de drogas nas comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na zona sul do Rio, e era da mesma facção que domina o tráfico no Complexo do Alemão. Mais dois feridos foram levados por moradores para o mesmo hospital, onde foram operados e permanecem internados.  

Na operação, um policial militar ficou ferido por estilhaços de granada e socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde recebeu atendimento médico e está fora de perigo.

Mais cinco homens, já mortos, foram levados por moradores da comunidade e deixados na Avenida Itaóca, no bairro de Bonsucesso. O local foi isolado por uma equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília para que a polícia técnica fizesse a perícia nos corpos.

Durante o confronto, um transformador de energia elétrica foi atingido por um tiro de fuzil na região da Nova Brasília. Os moradores estão sem energia elétrica desde as 8h. A concessionária de distribuição de energia Light informou que várias reclamações de falta de energia foram registradas na localidade.

Por medida de segurança, a empresa informou que só entrará na comunidade quando houver condição de segurança para as suas equipes. Os carros de dois moradores foram danificados na hora que os carros blindados da PM subiram a favela e tentaram desviar dos dormentes fincados na rua para dificultar o acesso da polícia.

Investigação sobre o caso

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro pediu ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) a abertura de uma investigação autônoma sobre a ação.

O pedido ocorreu devido à responsabilidade ´pela apuração da chacina ter ficado a cargo da Polícia Civil. Para a Defensoria Pública, é conflitante o processo de investigação ficar a cargo da Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios, quando a Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) também participou da ação.

Repercussão na imprensa

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