Cidade Multicêntrica

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autoria: Adair Rocha[1]  

Da cidade partida à cerzida, passando pelas diversas expressões da literatura e  do imaginário da cidade, estamos na direção da ampliação do significado de cidadania. 

Nosso ponto focal se amplia a cada dia, na medida da organicidade que quebra os grilhões bidimensionais, quando centro e periferia já não dá conta da potência que emerge de cada território. Na pluralidade e na diversidade da significação multicêntrica da cidade, quando potência e fragilidade atingem todos os seus polos.

A perspectiva multicêntrica torna mais evidente o caráter cidadão das favelas e periferias. Na evidência das ausências e incompletudes da atuação dos Estados e dos governos, como ocorreu nesse tempo histórico da pandemia do Covid19. 

Nesse caso, a desigualdade social, o não atendimento sanitário e o não provimento de alimentos, escancara os limites orçamentários e administrativos.  Sobressai nesses territórios, o poder da articulação dos grupos locais com as instituições e movimentos da sociedade e da cidade. Quando se aproxima direito e ACESSO, constata-se o óbvio: Favela é Cidade, Racismo é pandemia, Cultura é significação e Comunicação é Comunitária e em rede.

Notas e referências

  1. Adair Rocha é professor da PUC-Rio e da UERJ, diretor do Departamento Cultural da UERJ e autor de 'Cidade Cerzida'.