Crônicas do cotidiano de algumas favelas cariocas: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A favela não foi feita, mas existe para. Não tem que existir para. Mas, o motivo dela existir é esse. (L., 33 anos, moradora da Rocinha, 2002) 
A favela não foi feita, mas existe para. Não tem que existir para. Mas, o motivo dela existir é esse. (L., 33 anos, moradora da Rocinha, 2002) 
 


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<pre>(...) o transporte aqui é a melhor coisa que tem aqui dentro, é o transporte, tem transporte para qualquer lugar ...então é a melhor coisa que tem aqui dentro é o meio de transporte. (M., 51 anos morador da na Rocinha, 2006)
<pre>(...) o transporte aqui é a melhor coisa que tem aqui dentro, é o transporte, tem transporte para qualquer lugar ...então é a melhor coisa que tem aqui dentro é o meio de transporte. (M., 51 anos morador da na Rocinha, 2006)
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<pre>Se a comunidade tivesse pedido o teleférico, não teria tido!  (M., 32 anos morador do Morro da Providência, 2008).
<pre>Se a comunidade tivesse pedido o teleférico, não teria tido!  (M., 32 anos morador do Morro da Providência, 2008).
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Eu não me vejo morando em outro lugar. Eu gosto de sair daqui pra trabalhar, eu gosto de ir e voltar, com aquele calor lá de baixo eu fico doida pra chegar aqui em cima mesmo com mosquito. (E. 58 anos, moradora do Vale Encantado, favela do alto da Boa vista, 2009)
Eu não me vejo morando em outro lugar. Eu gosto de sair daqui pra trabalhar, eu gosto de ir e voltar, com aquele calor lá de baixo eu fico doida pra chegar aqui em cima mesmo com mosquito. (E. 58 anos, moradora do Vale Encantado, favela do alto da Boa vista, 2009)


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Na base, são as falas recolhidas em campo<ref> Pesquisas realizadas entre 2002 e 2009, como membro do Núcleo de pesquisa Favela e cidadania, Escola de Serviço Social/UFRJ coordenado pela professora Maria de Fatima Cabral Marques Gomes.</ref>, em pesquisas de abordagem etnográfica, em diversas favelas cariocas. Buscamos a voz, a fala de quem conta o cotidiano e se misturam a narrativa que pertence a pesquisadora. Crônicas de um tempo que já passou, os moradores citados ficam anônimos, mas existem e continuam morando lá ou foram embora. Falam sobre a casa, a rua, o transporte, a convivência. Falam da cidade e seu acesso diferenciado. Espaços/ tempos da vida dentro do morro, das possibilidades e dificuldades a sair do lugar para ir trabalhar, estudar, comprar, receber atendimento quando doente, etc. Relatar os sentimentos e emoções que descrevem estes pedaços de vida em contraste resuma a proposta como contribuição para este Dicionário Carioca de Favelas.
Na base, são as falas recolhidas em campo<ref> Pesquisas realizadas entre 2002 e 2009, como membro do Núcleo de pesquisa Favela e cidadania, Escola de Serviço Social/UFRJ coordenado pela professora Maria de Fatima Cabral Marques Gomes.</ref>, em pesquisas de abordagem etnográfica, em diversas favelas cariocas. Buscamos a voz, a fala de quem conta o cotidiano e se misturam a narrativa que pertence a pesquisadora. Crônicas de um tempo que já passou, os moradores citados ficam anônimos, mas existem e continuam morando lá ou foram embora. Falam sobre a casa, a rua, o transporte, a convivência. Falam da cidade e seu acesso diferenciado. Espaços/ tempos da vida dentro do morro, das possibilidades e dificuldades a sair do lugar para ir trabalhar, estudar, comprar, receber atendimento quando doente, etc. Relatar os sentimentos e emoções que descrevem estes pedaços de vida em contraste resuma a proposta como contribuição para este Dicionário Carioca de Favelas.

Edição das 13h52min de 8 de setembro de 2019

Autora: Caterine Reginensi

A favela não foi feita, mas existe para. Não tem que existir para. Mas, o motivo dela existir é esse. (L., 33 anos, moradora da Rocinha, 2002) 

 

                                                            ©CReginensi diferentes tipos de transportes Rocinha 2002.jpg

 

(...) o transporte aqui é a melhor coisa que tem aqui dentro, é o transporte, tem transporte para qualquer lugar ...então é a melhor coisa que tem aqui dentro é o meio de transporte. (M., 51 anos morador da na Rocinha, 2006)

                                                            

Se a comunidade tivesse pedido o teleférico, não teria tido!  (M., 32 anos morador do Morro da Providência, 2008).

 

    ©CReginensi-Morro da Providência 2009.jpg                             ©CReginensi-rua subindo Rocinha -2006.JPG

Eu não me vejo morando em outro lugar. Eu gosto de sair daqui pra trabalhar, eu gosto de ir e voltar, com aquele calor lá de baixo eu fico doida pra chegar aqui em cima mesmo com mosquito. (E. 58 anos, moradora do Vale Encantado, favela do alto da Boa vista, 2009)

    ©CReginensiMorrodaP.cas marcada9-04-2012.JPG                             ©CReginensi 2006Mercado popular da Rocinha.JPG

 

Na base, são as falas recolhidas em campo[1], em pesquisas de abordagem etnográfica, em diversas favelas cariocas. Buscamos a voz, a fala de quem conta o cotidiano e se misturam a narrativa que pertence a pesquisadora. Crônicas de um tempo que já passou, os moradores citados ficam anônimos, mas existem e continuam morando lá ou foram embora. Falam sobre a casa, a rua, o transporte, a convivência. Falam da cidade e seu acesso diferenciado. Espaços/ tempos da vida dentro do morro, das possibilidades e dificuldades a sair do lugar para ir trabalhar, estudar, comprar, receber atendimento quando doente, etc. Relatar os sentimentos e emoções que descrevem estes pedaços de vida em contraste resuma a proposta como contribuição para este Dicionário Carioca de Favelas.

 

 

 

  1. Pesquisas realizadas entre 2002 e 2009, como membro do Núcleo de pesquisa Favela e cidadania, Escola de Serviço Social/UFRJ coordenado pela professora Maria de Fatima Cabral Marques Gomes.