Dona Jane (entrevista): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sem resumo de edição
(Sem diferença)

Edição das 14h14min de 18 de junho de 2021

Material de pesquisa do Projeto do Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social, gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco.

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Sobre o projeto

A entrevista faz parte do projeto "Histórias, Memórias e Oralidades da luta social por terra e moradia na região de Jacarepaguá de 1960 a 2016", desenvolvido pelo Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social. Nesse episódio, a conversa é com Jane Nascimento Oliveira. Ela fez parte da Direção da Associação de Moradores da Vila Autódromo. Foi entrevistada na sede da Associação de Moradores da Vila Autódromo, no ano de 2015.

Entrevista na íntegra

Transcrição da entrevista

Jane Nascimento de Oliveira

Eu sou Jane Nascimento de Oliveira.

Eu vivo aqui desde os meu 8 anos de idade, em Jacarepaguá, e na Vila Autódromo moro à 12 anos.

Meu pai havia comprado um Sítio aqui, era tudo matagal, não entrava carro, não tinha luz, água, não tinha pista, eram atalhos.

A minha família ainda é a última que permanece na Embaixador Abelardo Bueno.

Na época de 60, presenciamos a inauguração do autódromo em 66. Meu pai era pescador, já falecido. De carteirinha assinada. Minha mãe também era pescadora. E tinha bastante filhos. Agente vinha pescar nesta região, onde era umas casinhas de palafitas – casas sobre estacas para ficar acima da maré – onde moravam os pescadores.

Com a construção do Autódromo na década de 60, começaram a vir essas famílias para cá.

Porque ficava muito distante para ir e vir – o transporte era muito ruim. Naquela época – agente para vir da Taquara – só tinha uma linha de ônibus – que as vezes trazia as pessoas até o Rio Centro.

Por isso muitos decidiram trazer os seus familiares. E com a construção do Rio Centro também.  

Aqui foi tomando forma de comunidade.

Tem uma historia de que famílias vieram da remoção da Restinga, do entorno próximo, já  por causa de atritos anteriores com o Sub Prefeito Eduardo Paes.

A pressão na Vila Autódromo se dá desde a década de 90 – passamos pela Eco 92, passamos por vários prêmios  das corridas no  Brasil, e essa comunidade nunca foi causa de problemas – criminalidade, roubo, assalto. Sendo que a urbanização veio chegando aqui na área.

A partir da década de 90 começa a pressão sobre a Vila Autódromo.

Antes aqui era mato, muita taboa, vegetação de beira de Lagoa.

No Pan Americano – muitas notícias circularam. Diziam que sairíamos daqui sem direito a nada. Que a posse não valia nada. Quem tivesse na faixa marginal na beira da Lagoa sairia sem nada. O Pan foi em 2007, mas em 2005 a pressão já existia.

Fizemos várias reuniões com a SERLA é o Instituto de Terra do Estado e com  a  Defensória Pública. Agora estamos com a ameaça por causa das Olimpíadas. E já não só a Vila Autódromo. A pressão agora é em cima de tudo – Criaram este projeto – Minha Casa Minha Vida – que deveria ser para suprir a necessidade das pessoas que pagam aluguel – deveria ser uma politica pública de moradia – porem ele não funciona assim – é politica – uma ferramenta para favorecer as iniciativas privadas junto com as nossos Governos para desinfetar as áreas que nós considerados feios – ser jogados para longe das terras que eles têm interesse comercial.

Eles nos jogam pra longe – mas sem nenhum tipo de preocupação – se estas famílias tem condições de se manter nos prédios.

Nós dos movimentos sociais temos a atenção as necessidades especiais dos deficientes físicos, os idosos – porque nesses condomínios não tem elevadores – são escadas.

São construídos com a finalidade de desocupar as áreas de  seus  interesses.

A Vila Autódromo é uma comunidade muito firme na luta, e trabalhou os direitos do cidadão.

Buscamos os Defensores Públicos,  que são nossos aliados, que estão lá para fazer uma defesa  do cidadão.

Nós sempre cobramos dos defensores – que nos defenda e não ao Estado – onde ele trabalha.

E muitas vezes eles acabam indo contra as três esferas de Governo – que se aliaram por volta de 2009 – com politicas públicas para beneficiar a iniciativa privada. E o Governo partiu a Cidade. Fazendo que o pobre – nós somos como ferramentas apenas para ser manuseados para enriquecer o capital.

Uma coisa vai puxando a outra.

Às vezes você percebe que a luta não é só pela moradia, a luta é pelo respeito pela sua pessoa, pelo cidadão, é pela saúde.

O Governo não saneia uma comunidade porque ele sabe, daqui a pouco, o interesse naquela terra impede que não gaste dinheiro público ali para sanear, se o interesse é desocupar.  

Lá no fundão – fui participar de um seminário – que eles estão passando pelo mesmo problema. As grandes empresas estão chegando no entorno e as famílias já se sentem ameaçadas. As empresas tem apoio do Governo, que deveriam fazer politicas públicas para as famílias.

O processo de urbanização passa ao largo dos espaços das comunidades – porque a Prefeitura tem um olhar crítico, porque é assim – quando estávamos aqui antes, aqui não tinha nada.

Aos poucos – aí veio o Autódromo, depois veio o Hotel Monza, depois vieram algumas boates – (mas nenhuma continuou) depois a Empresa Construplan, veio o Polo Cine – mas ainda tinha áreas verdes – a gente podia levantar de manhã e respirar ar puro.

E por conta do Pan – começaram os condomínios – E que acabou ficando abandonado – e chamam de elefante branco. Poucos usados.

E aqui – nós não recebemos obras, nem somos legalizados, nem temos água legalizada.

Nós já pedimos a DIPERJ que viesse legalizar nossa água – que viessem sanear nossas ruas, que viessem criar o CEP das nossas ruas.

A única coisa que conseguimos foi o CEP.

A eles não interessam urbanizar – aqui é beira de Lagoa, beira de Rio, é plano é bonito.

E no projeto de criar mais condomínios nesta área – a gente atrapalha, a gente incomoda.

Na visão do Governo, e da iniciativa privada, só da para ficar pessoas que mereçam este lindo cartão postal que é a Vila Autódromo.

As vezes eu paro para pensar. Eu fiz parte da Escola Hemetério dos Santos – no Conselho Escola Comunidade. Eu sempre tive a preocupação em dar de mim o melhor, para o próximo, e sem esperar.

Dar o melhor é mesmo não entendendo totalmente de leis – entendendo que o respeito e a dignidade da pessoa.

Eu vivo batalhando por isso.

As vezes estou com uma situação difícil pessoalmente com algumas pessoas, e eu procuro ter cuidado de não levar para o campo pessoal – senão eu vou acabar comprometendo toda uma luta, ás vezes decepcionando as pessoas que confiam em mim – e decepcionando a mim mesma.

Em alguns momentos – eu já pensei que está luta não era pra mim – já passei por problemas de ter que enfrentar a vaidade das pessoas, de acharem que as coisas só são boas quando elas estão na frente, e se você conseguiu alguma projeção – você começa a sofrer ataques.

Passei por isso na Escola.

Eu nunca gostei de construir nada sozinha. Até esta entrevista, eu gostaria de dividir, com mais duas ou três pessoas – para dividir o direito de voz.

Aprendi algo muito importante na minha vida – é chamar outras pessoas, algumas que sequer se percebe com qualidades – mas eu quero que se apresentem – a fortaleza se dá em qualidade.

Eu sempre valorizo as pessoas naquilo em que ela é importante.

Nesta escola eu sofri consequências – pois eu tinha uma qualidade grande com os professores e alunos – e isto desencadeou consequências sérias com a Diretora – por ciúmes – o que acarretou problema para minha filha.

Mas eu não recorri a justiça, porque daí eu percebi – que famílias assalariadas sofrem por não ter o direito de voz e até quando falam – porque sabem o que estão falando são atacadas.

A ponto da minha filha, com 8 anos de idade me dizer: “Mãe nós pobres não temos direito á nada”

Este fato me impulsionou a alertar as pessoas a se fazer ouvir, buscar a justiça e se não resolver, não se calar diante disto – e acusar o poder jurídico, denunciem os Governos.

Foi daí que surgiu a necessidade de participar da associação – por que eu era muito preocupada por este grupo. Um grupo: o Altair, o Sr. Antônio, Sr. Paulo, Cenira, Washington, D. Vera, D. Conceição- este grupo foi se dissolvendo. E tinha outro grupo que me convidava também e eu não queria fazer parte de grupo nenhum- mas eles reconheciam minha forma de respeitar as pessoas.

Havia uma situação de dominação na atual direção da associação naquela época, e houve uma proposta de saúde de toda direção.

Eu intervi na plenária- e fiz uma proposta que o novo grupo assumisse. E como não houve quem assumisse, eu sugeri que o grupo antigo retomasse- a palavra que eu gritei foi democracia.

Depois houve- houve eleição, eu entrei numa chapa, e assumimos a direção.

Aqui temos vários vizinhos, condomínios e a relação é amistosa.

O que nos incomoda são os construtores dos condomínios. Há uma diferença nestas relações.

Plano popular- quando nós percebemos de ser acusado de ocupar a faixa marginal da lagoa. Em 2014-começamos preparar os moradores da margem da lagoa, para sair e vir para dentro da comunidade, desocupando a margem.

O Jorge Bittar- quando Secretário de Habitação- veio aqui.

Desde 2005, depois 2007, não tiraram a gente porque tínhamos o titulo de posse e o RGT- em 2011-apresentaram o projeto do Morar Carioca- a obra foi embargada, por questões de superfaturamento do terreno, depois foi retomada a mando da justiça.

Neste período, já estávamos no embate com a prefeitura, querendo nos tirar.

Numa das reuniões com a Defensoria Pública- conseguimos fazer uma proposta através da defensora Maria Lucia de Pontes e o ex defensor público Dr. Alexandre Mendes, que se afastou do núcleo de terra, a Dra. Vera Brita, Dr. Roberto Franklin. Eles fizeram uma proposta no dia 30 de março de 2010-com o prefeito diretamente e subprefeito e Jorge Bittar que iria apresentar uma contra proposta. E é o Plano Popular.

E aí montamos um coletivo técnico- que iria nos ajudar na construção de uma proposta.

Já estávamos participando de uma articulação com  outras comunidades também ameaçadas.

E com uma proposta contra qualquer remoção.

E as de áreas de risco- que se cumprisse o artigo 429- que impede a remoção para longe do seu ambiente social. E aí nos fortalecemos ao fazer uma luta unificada, e não só a Vila Autódromo.

A Pastoral de Favela- através de Lúcia, vinha sempre convidar por fazer caminhadas.

Nesta fase eu estava questionando minha permanência na Associação de Moradores- porque é uma luta, que vai engolindo, engolindo a nossa vida.

Mas só o fato de ter consciência que contribuímos para abrir os olhos de outros como nós- e buscar a mídia alternativa para mostrar o que estava acontecendo.

Entrar nos sites dos grandes empresários aliados com a prefeitura, ver as reuniões, e começar a divulgar dentro dos movimentos sociais- e foi assim que ampliamos essa luta.

Chegou a um ponto, em que a Defensoria Pública se juntava com a gente nos Conselhos e reuniões.

E foi quando eles foram reprimidos pela prefeitura.

O governo do estado se reuniu com os Defensores Públicos, em geral, para  mudar os defensores.

E percebemos que os Defensores que se identificavam com a comunidade, eram transferidos.

Então a gente ia cobrar as mudanças.

A primeira tentativa do Plano Popular, se perdeu por todo esse emaranhado de acontecimentos.

Convidamos o Canagé, a Fatima Tardin, vários profissionais, Valeria do Sindicato dos Engenheiros, Alexandre Pessoa, Marcos Azevedo. Pessoas que encontrávamos pelas reuniões, fóruns.

Quando eu via pessoas formadas, com vida estável- eu logo pensava- “esse não aceita essa cidade como ela é”. E eu convidava para o grupo.

Mas já nesta época- as remoções já estavam acontecendo: Vila Harmonia, Restinga Recreio 2, Morro da Providência, Estradinha, Morro do Céu, Morro do Bumba,  que desabou- e surgem as contradições- no lugar de priorizar os locais desabados, prioriza-se o poder econômico- e usa a Minha Casa e Minha Vida- não para atender esses que perderam no desabamento, e sim para obrigar outros a sair de suas casas.

E muitas reuniões da Pastoral e surgem os questionamentos de que lado esta a Pastoral?

E com relação ao Plano, a equipe técnica se deparou com muitos laudos falsos apresentados pela prefeitura, pela GEO Rio- e um engenheiro do nosso coletivo- se contrapunha e questionava- junto com a comunidade e com o apoio da Defensoria.

Esse coletivo técnico se esvaziou.

Um dia, estando na Vila Harmonia, numa mobilização contra a remoção- e fomos ao Movimento Nacional da luta pela moradia e conversamos e chegamos a conclusão que não dava mais para esperar.

E chegamos ao grupo do professor Carlos Wainer- do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas- da UERJ.

 E aí conseguimos formular a proposta do Plano- e que foi rejeitado pela prefeitura até hoje.

Hoje é dia 14/ 11/2013- como estão às negociações- Vila Autódromo/ Prefeitura.

Na Cidade Negócio- o prefeito é um grande negociante.

Como disse o Jorge- do Recreio 2 que também resistiu. Ele disse- que estava SMH e parecia mais em stand de vendas.

E poderia substituir o nome da SMH para corretora de imóveis.

Ela negocia as casas das pessoas, sem que as pessoas tenham conhecimento- com o mercado da terra.

Então quando eu vou às comunidades- eu costumo colocar- que muitos moram a anos- eu explico:

Você vai ao mercado comprar pão, comprar roupa, sapato.

Existem vários mercados para vários produtos.

E existe o mercado da terra, e a prefeitura é um grande comerciante.

Ela não cuida de certos direitos nossos.

Eu estou no ponto de ônibus e devido à arvores que são plantadas- e tomam o espaço, que te impede de ver o ônibus.

Ela não cuida de planejar certas situações que dificultam.

Ela- e outras prefeituras- se junta com o povo do capital e não cumpre os deveres que teriam que cumprir com os movimentos sociais.

E nós, por fazermos um trabalho em várias comunidades,  para conscientizar dos direitos dentro da lei, em relação a moradia- fizemos várias assembléias.

A prefeitura vendo a dificuldade- pois a comunidades não aceitavam suas propostas- ela passa a usar um grupo grande de pessoas, assistente social e seguranças fortes, para bater de porta em porta, fazendo pressão.

As pessoas assinam os documentos, mas depois correm para associação para dizer que estavam com medo.

E marcam as portas com SMH- e houve um Defensor que combateu isto contra a prefeitura.

E agora eles mudaram, mas tem uma moradora- batendo de porta em porta- falando com os moradores para convencer de mudar para os apartamentos.

E os moradores se queixam de receber ligações da prefeitura, convidando pra conhecer os apartamentos.

Cria-se um clima de ódio, de desconfiança.

E eu entendo que são muitos e muitos anos de sofrimento dessas pessoas.

Até que o prefeito vem aqui e faz uma reunião- no Rio Centro- convidam os moradores de área de pessoas, que eles vão ter que sair da  beira da lagoa- e diz que as pessoas serão indenizadas com 4,5 casas. Para que elas aceitem.

Mas quando vão  ,na verdade , é uma casa só. E que com 3 meses- poderão vender os apartamentos- o    que não é possível.

E aí começam as contradições na cabeça dos  moradores, entre a ambição e o que os movimentos sociais denunciam ou defendem.

O prefeito é informado dos nossos argumentos- e trabalha com propostas que vai contra- fazendo falsas promessas- como vender em 3 meses, como indenizar por mais de 1 casa. Usando estratégias criminosas.

Essa é nossa relação com a prefeitura- as pessoas, com tantas pressões, vão ficando doentes. E já perdemos alguns.

Ameaças- coação-

Eu já me senti- não diretamente ameaçada.

“Um abraço, um sorriso, e no meu ouvido: eu cuido da senhora direitinho.”

E um morador que viu- ficou apavorado, e começou a falar na comunidade. E eu pedi a ele que não falasse mais para não piorar a situação.

E eu me dedico muito- vou a vários lugares, a muitas reuniões- e isto me trouxe problemas e sito causou incomodo para algumas pessoas.

As coisas que faço, põe a minha vida em risco. Se elas não tem coragem, não deviam se incomodar. Mais atualmente isto está mais calmo agora.

Outro dia, eu estava na Associação, chegaram a Sra. Marli Peçanha e o Tiago Mohamed- e eles começaram a falar com os moradores- usando o nosso mapa- para falar do plano deles. Eu questionei- o fato de estarem divulgando o plano da prefeitura, se o combinado era apresentar o nosso. E a prefeitura ignorou.

E perguntei- vocês estão fazendo o convite para a reunião com o prefeito e você está aqui se empenhando. Mas vocês nunca vieram aqui antes.

Vocês colocaram minha casa na área de remoção. Cadê minha carta convite?

A Marli disse: mas a senhora não fez cadastro- “Eu não vou fazer. Eu luto por meu direito e é ficar.”

Você não deixou avaliar a sua casa.

Eu não estou botando a minha casa a venda.

O subprefeito- mandou ela dar a minha carta convite.

Chegando à reunião no Rio Centro- os seguranças tentaram me impedir. Porque eles tentaram pedir para abrir a minha carta.

Eu tive que gritar. E as pessoas vieram e gritaram também.

E neste momento eu senti que eu estava marcada. Talvez marcada para morrer.

Mas eu só vou morrer, quando Deus quiser.

Saúde e moradia-

Morar é não sentir vergonha do jeito que mora, e quando aqueles que nos elegemos cumprem suas funções, seus deveres, suas obrigações.

Mas tem sido o contrario- eles são eleitos e vão acharcar nossos direitos.

Moradia e saúde-

A relação está em ter escola perto, hospitais perto, não ter- o posto fazendo o cartão e esperar vários meses- eu tenho 3 anos de espera e não fui chamada- isto não dá dignidade.

Toda estrutura social que dá dignidade ao ser humano- água potável, a luz, os condomínios- chegaram depois da gente, mas logo tem água ligada.

Nosso governo capitalista- ao tendem esses interesses- o governo passa a ser a iniciativa privada também- viram empresas.

Não legalizam a água na vila Autódromo, ou no Arroio Pavuna, onde a Zélia está lutando a anos- por discriminação.

O pobre vota, pra eleger, os caras para os ricos- aí vem com a bolsa família- que eu sou contra - porque eu defendo salário digno.

Com salário digno- aqueles que realmente estiverem na miséria- aí sim receber assistência para saber os motivos- e aí sim- cesta básica, assistência medica.

Mas o trabalhador que ajuda a construir a cidade, a trabalhadora que vai para a casa da madame - ganhar bem para poder pagar a própria casa, senão tem que ocupar- e ocupa, mas a terra já tem outros fins, que é dar lucro- ou dar a terra para quem bancou a campanha politica.

A relação entre moradia e saúde- é quando o governo cumpre as suas funções por direitos e não como favor.

Servindo o capital, explorando o povo, que quando adoece- não tem como comprar remédio- e pra sobreviver.

O papel da Fiocruz-

Eu acho que todas, as Instituições Públicas estão muito desacreditadas- prefeitura então- deveria estar com placa: corretora de imóveis- com o cifrão.

O Sergio Cabral e o próprio governo federal estão representando os interesses do capital.

Porque passaram por cima do nosso RGI, passaram por cima, que a prefeitura cobra, IPTU- ameaçando com carta- depois ameaça para retirar.

Minha Casa Minha Vida para remover.

Eduardo Paes e Sergio Cabral, eles tem o apoio da Dilma. Ela sempre elogia eles.

A função da Fiocruz, neste momento agora- como ela é acima do Municipal, do Estadual, acho que da parte do governo Federal- é necessário que haja transparência e esclarecimento, com a sociedade sobre os nossos direitos.

Quando se têm leis na constituição que dizem respeito a nossos direitos- e que este tipo de publico- não são tão ligados as questões politicas- porque tem que trabalhar e as vezes para comer amanhã.

Esse tipo de publico não consegue nem sequer perceber que ela é sujeito de direitos- e é facilmente enganada por políticos que enganam.

O papel da Fiocruz na saúde- que é também mental e emocional.

E que a falta de informação, acabem se envolvendo com coisas erradas.

Fiocruz- a informação dos direitos- para os núcleos mais pobres, analfabetos, deficientes- aprender os seus direitos e deveres de cidadãos- eu acho que a Fiocruz esta contribuindo com saúde pra este público.

Informação- para consciência de direitos e deveres

O que me move-

Dignidade que a gente tem que ter. A gente tem que ter certeza daquilo que a gente é- pensar pro bem- a dignidade, e mesmo que perder- valeu a pena- por que se construíram conquistas- as vezes lá no final- vão acabar perdendo.

Sei que os que vão sair- mas depois ter consciência do sentido da luta.

As pessoas podem perder, mas ganham na consciência.

Vila Autódromo – um exemplo!