Favela Sol Nascente

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Verbete criado pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Favela do Sol Nascente - Foto de Dida Sampaio - Estadão.jpg

Foto aérea do Sol Nascente Foto de Jorge William - Agência O Globo.jpg

Sobre a favela

O Setor Habitacional Sol Nascente - mais conhecido como Favela Sol Nascente - foi crido pela Lei Complementar Nº 785, de 14 de novembro de 2008, divulgado no DODF de 21.11.2008. A favela conta com cerca de 80 mil habitantes, segundo estimativas (dado que o último Censo foi realizado em 2010). De acordo com os moradores locais, o local tem apresentado crescimento acelerado e possui população jovem em sua maioria - 30% são crianças e apenas 4,8% são idosos. Esses números contemplam os moradores dos condomínios Por do Sol e Sol Nascente, ambos na favela de Brasília. Com as informações, pode-se dizer que é a maior favela do Brasil e uma das maiores do mundo. Em segundo lugar está a Rocinha, famosa favela carioca que conta com cerca de 70 mil moradores (segundo estimativas). 

A ocupação de terras no Sol Nascente ganhou força no início dos anos 1990, quando a região era ocupada basicamente por chácaras e nascentes de água. O próprio nome da favela, segundo a versão mais corrente sobre seu batismo, teria se inspirado em uma dessas chácaras, uma propriedade que pertencia a uma família japonesa. O Sol Nascente seria uma referência ao Japão, a "terra onde nasce o sol". Os japoneses se foram, mas a favela do Sol Nascente, desconhecida da maior parte do País, continua a experimentar um processo acelerado de crescimento que avança sobre seus 940 hectares, uma área equivalente a 940 campos de futebol. 

No Pôr do Sol e Sol Nascente, 79,94% dos domicílios são próprios em terrenos não regularizados e 15,22% são alugados. No Sol Nascente, onde 48% da população mora há pelo menos 15 anos, apenas 2,95% da população têm ensino superior completo e 45% não acessam a internet. Mais de 6 mil crianças menores de 6 anos estão fora da escola. No Sol Nascente, apenas 25% da população tem coleta na porta de casa. O restante joga os resíduos em estruturas semienterradas colocadas pelo governo para o recolhimento pela companhia de limpeza ou, simplesmente, larga-os em qualquer local, fazendo de várias esquinas e áreas vazias pequenos lixões dentro da favela.

Controvérsias sobre o total de habitantes

Ainda que no último Censo (2010) a favela tenha sido indicada como espaço de moradia de 56.483 pessoas, pesquisas realizadas nos últimos tempos apontam um crescimento exponencial. Em 2019, já trabalhava-se com o número de 78.912 moradores. Em trecho extraído de uma reportagem do jornal Correio Brasiliense, podemos entender melhor a polêmica: 

Moradores e líderes comunitários acreditam que a quantidade de pessoas nas duas ocupações é muito maior. ;Há, pelo menos, 120 mil pessoas vivendo no Pôr do Sol e no Sol Nascente. É muito complicado uma pesquisa por domicílio ser eficaz aqui. Há lotes com dezenas de casas, residências com mais de uma família morando. Enfim, uma estrutura domiciliar completamente diversa da dos outros locais do DF;, analisou o líder comunitário Carlos Botani.

O crescimento vertiginoso foi apontado pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), divulgada ontem pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O levantamento mostrou também que as duas localidades detêm os piores indicadores de infraestrutura de toda a capital. Apenas 6,1% das residências são ligadas à rede de esgoto. Os caminhões de lixo não atendem 54,15% dos domicílios, e 94% das ruas não são pavimentadas. ;O que mais nos chamou a atenção na pesquisa foi o tamanho do Pôr do Sol e do Sol Nascente. A população supera muito a de outros bairros populares. A Estrutural, por exemplo, tem 30 mil habitantes. Além disso, por serem ocupações mais recentes, elas estão em uma situação muito ruim de infraestrutura. O Estado ainda não chegou lá em muitos pontos, e a demanda por infraestrutura é grande;, afirmou o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.

Migração

Boa parte dos moradores da favela são de outros estados do Brasil. O Maranhão é a procedência de 19,1% da população, segundo pesquisa de 2015 da Companhia de Planejamento do Distrito Federal. Em segundo lugar, vem o Piauí, origem de 18,1% dos moradores. Ao todo, 48% dos habitantes da região são de fora do Distrito Federal. Os principais motivos para a mudança foram acompanhar parentes (47,1%) e procurar trabalho (17,3%).

Conheça a favela

Localização

O Setor Habitacional Sol Nascente é constituído pela Área de Regularização de Interesse Social – ARIS Sol Nascente e pela área de preservação permanente, onde será criado, pelo Poder Executivo, o parque ou unidade de conservação. A área do Setor Habitacional Sol Nascente localiza-se entre os Setores “P” Sul, “P” Norte e Quadras QNQ da Cidade da Ceilândia. O Setor Habitacional Sol Nascente e a Área de Regularização de Interesse Social – ARIS Sol Nascente estão inseridos, em parte, na Zona Urbana de Dinamização e, em parte, na Zona Rural de Uso Diversificado, conforme a Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997. A área destes setores situa-se em terreno de concessão de uso que foi fracionado de forma irregular a partir da década de 1990 e intensificada a partir de 2000. A Região Administrativa IX está situada a 26 quilômetros da RA I – Brasília. A RA IX foi criada pela Lei n.º 49/89 e o Decreto n.º 11.921/89, por desmembramento da RA III – Taguatinga. Ceilândia tem uma população urbana estimada, para 2015, em 489.351 habitantes.

Mapa SHSN.png


 

Referências

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