Favela Vive 3 - ADL, Choice, Djonga, Menor do Chapa & Negra Li (Prod. Índio & Mortão) (Música): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Linha 369: Linha 369:


Letra - Dk | Djonga | Praga "Caneta de ouro" | Lord | Choice | Negra Li e André Drum
Letra - Dk | Djonga | Praga "Caneta de ouro" | Lord | Choice | Negra Li e André Drum
Produção Musical: Índio e Mortão
Produção Musical: Índio e Mortão
Co-produção: Lotto e Caio Paiva
Co-produção: Lotto e Caio Paiva
Guitarra (Part Li): Duani
Guitarra (Part Li): Duani
Mixagem e Masterização: Índio
Mixagem e Masterização: Índio
Produção executiva: Thomaz Garcia
Produção executiva: Thomaz Garcia


Linha 378: Linha 383:


1ºAss. de direção: Philippe Rios "Pheijão"
1ºAss. de direção: Philippe Rios "Pheijão"
Produção: Mari Campitelli
Produção: Mari Campitelli
1ª Ass. de produção: Thairiny Rangel
1ª Ass. de produção: Thairiny Rangel
Direção de Fotografia: Guilherme Brehm e Gabriel Solano
Direção de Fotografia: Guilherme Brehm e Gabriel Solano
1º Assistente de fotografia: Gabriel César
1º Assistente de fotografia: Gabriel César
Fotos: @mmartinsphoto e @1993Agosto
Fotos: @mmartinsphoto e @1993Agosto
2ª Câmera: Fabrício Figueiredo
2ª Câmera: Fabrício Figueiredo
Operador de Drone: Gabriel Solano
Operador de Drone: Gabriel Solano
Gaffer: Luã Pereira
Gaffer: Luã Pereira
Edição e finalização: Addam Araújo
Edição e finalização: Addam Araújo
Estilo: Graziela Alves  
Estilo: Graziela Alves  
Make: Tainá Lasmar
Make: Tainá Lasmar
Motorista: Humberto Santana
Motorista: Humberto Santana
Patrocínio: Rexpeita  
Patrocínio: Rexpeita  
Lettering: Henri Schumacker
Lettering: Henri Schumacker


Agradecimentos: GD, La Mafia Pizza e Hamburgueria, Arthur Elias
Agradecimentos: GD, La Mafia Pizza e Hamburgueria, Arthur Elias

Edição das 10h18min de 14 de novembro de 2021

Vídeo

Letra

Se tu não para de marra, meu bonde vem e te para

Se tu não abraça o papo, o papo vem e te abraça

Mano, os cana peida de subir de madrugada Sempre marca operação com a porta da creche lotada

Mais uma mãe revoltada, uma pergunta sem resposta

Como o policial não viu seu uniforme da escola?

Vinícius é atingido com a mochila nas costas

Como é que eu vou gritar que a Favela Vive agora?

Cocielo fez piada, mas no beco ninguém riu

Tava ensinando racismo pra um público infantil

Troquei o puta que pariu pelo puto que partiu

E vim com o flow caminhoneiro que é pra parar o Brasil

Só meus fiel de fechar, entrego na mão de Deus

Inimigo eu só lamento, tão tudo na minha mão

Não apadrinho mancada, num abraço vacilação

Eu só corro pelo certo, quem não pode errar sou eu

Tão pedindo intervenção em pleno ano de eleição

Será que tu num entendeu como funciona isso até hoje?

O exército subindo pra matar dentro da favela

Mas a cocaína vem da fazenda dos senadores

[Djonga]

De Pedro Cabral a Sérgio Cabral

Gente, vocês deram Red Bull à cobra

Construindo mudanças substanciais

Pedreiro da cena sem te cobrar nem mão de obra, é

Esquerda de lá, direita de cá

E o povo segue firme tomando no centro

Onde a tristeza do abuso é pra maioria

E o prazer de gozar sobra pra 1%

Um mano meu foi preso roubando manteiga, é

Saiu da tranca, quis assaltar um banco

Daquele tipo de ladrão, pernas pra quem tem

Bala alojada no joelho, hoje te chamam manco

Meu pai me disse: Cuidado com essa pochete e esse cabelo loiro

Meu filho, cê num é branco

Geral vestido igual, mas os canas te olharam diferente, eu só lamento

No banco de trás cê vai sentir o solavanco

Pras patty é só avanço, sola Vans

E as minas aqui da área nem sapato tem

A maioria de barriga cheia, quem dera fosse de comida

E a mãe do filho de um membro do trem

Mas nós sorri quando cai grana

Fumo verde grama, se a de verde gama

Quando o Galo ganha

Ou quando ela diz que o Djonga tem a manha

Eu sei, eu sei

Parece que nós só apanha

Mas no meu lugar se ponha e suponha que

No século 21, a cada 23 minutos morre um jovem negro

E você é negro que nem eu, pretin, ó

Não ficaria preocupado?

Eu sei bem o que cê pensou daí

Rezando não tava, deve ser desocupado

Mas o menó tava voltando do trampo

Disseram que o tiro só foi precipitado

No mais, saudade dos amigo que se foi

P.J.L. pros irmão que tá na tranca

[Menor do Chapa]

Eu não posso falar tudo que eu sei

Passou da barricada, aqui é nós quem faz as leis

Quadrado formado, bico atravessado, já tô pernoitado

Eu jogo ronda pra poder passar o tempo

Só tem homem-bomba na paranoia

Tentou me pegar na tróia

Mas não pôde acompanhar meus pensamentos

Seu tiro foi certeiro, mas pegou no meu colete

Motão BMW no pinote é igual foguete

Esquece o capacete porque agora é só granada

Os pouco aqui são louco e não vão recuar por nada

Gestão avançada, inteligente, mas é tudo de repente

Fecha o tempo, que o AK é trovoada

Whisky, balãozada, muda o vento, deu na previsão do tempo

Que a Glock vai fazer chover rajada

É só ter fé no Pai, que o inimigo cai

A tropa tá na pista fardada de Calvin Klein

Eu temo pela vida dos menó que me admira

Pensar que na favela só se vence pela ira

E sendo observado pela lente de uma mira

Ser alvo da inveja ou da língua que conspira

Eu tô sempre na infra e ligeiro com os covarde

X9 e fofoqueiro tão matando mais que a AIDS

A geração iPhone usa drone e roupa de grife

A tecnologia a favor desses patifes

Talvez eles me peguem na escuta, falando com as puta

E o crime fica só no BBM

O instinto sobrevive às arapuca, eu me camuflo na muvuca

E sumo à bordo de um Porsche Cayenne

[Lord]

Entre o crime e o rap

Click-clack

Nasce um som, morre um moleque

História triste sem snap

Quem é guerra quer paz

Vocês querem músicas sobre armas

Escrevo sobre traumas

Pra ouvidos que têm almas

Que é isso?

Foi tiro do blindado que acertou Marcos Vinícius

Caído ali, sem árbitro de vídeo

E vocês quer sustentar o hype

Comparar o melhor flow

Viram três Favela Vive e não viu o quanto ela chorou

Parei pra respirar por um instante

Mas quando olhei pro céu só vi os tiros de traçante

Pensei: Meu Deus, quem dera fossem as estrelas cadentes

Que o sangue que escorresse não fosse de um inocente

Seria o bastante

Evangélicos e bandidos

Que têm cara de bandido

Alguns de nós pregamos fé, estamos divididos

Mesma raça, mesmo sangue, mesma cor

Morrendo pelo que não tem valor

E eu não saí nesse retrato

Escrevo um desacato

Responsa é minha, pena sem fiança

Os professores do assalto

À La Casa do Favelado

Revistam as mochilas das crianças

O bonde do mal passou

E eu disse: Hoje eu não vou

Preciso escrever uma matança

Avisa a minha mina que hoje eu vou me atrasar

E guarda os nossos filhos onde a polícia não alcança

[Choice]

(Eu vim do Atalaia)

(Eu vim da favela)

Do Atalaia, inveja e falsidade no mundo do crime

Champanhe e brusa de time, assim que começa a marola

Quem segura um fuzil quando o menor sonhava em ser jogador

Mas, sem dinheiro, não decola

Sem dinheiro são poucas escolhas

O favelado na favela vive dentro de uma bolha

O favelado na favela vive e sobrevive nela

Eu sou o favelado que vive pela favela, porra!

A escola me reprovou de série, mas a rua me aprovou pra ser representante dela

Se a sirene sinaliza a dor, atira o sinalizador pra explanar que hoje é guerra

Matei o presidente pra que o povo se rebele

Gritei: Marielle, presente!, essa bala também me fere

E esse tiro fere cada morador que já teve um sonho frustrado

E só quem é vai sentir na pele

E eu prego a fé, independente da crença

É a nossa dor que alimenta as reportagens da imprensa

Me diz, o que custa pedir licença?

Troca de tiro te assusta, mas a troca de olhar comigo é mais tensa

Meu mano Play ficou preso dezoito anos

Quando eu tinha dezoito, ele me disse: O crime não compensa

Eu respondi que sou daqueles que acredita que pensar sobre a vitória vai fazer que você vença

Pensa no Baile da Gaiola lotado, as piranha jogando, os mano faturando

Meu show anunciado, um poeta no topo, um favelado rico

Os humilhados serão exaltados!

Nos dão armas e drogas, e nos perguntam por que somos bandidos e por que nós atiramos

Fiquem bem longe de nós, deixa que nós nos viramos

Temos tudo que precisamos

(Do Atalaia!)

[Negra Li]

Quem foi que não sentiu discriminado por alguém?

Há vinte anos atrás, cantava paz

Mas, de lá pra cá, só andamos pra trás

Aliás

A nova geração eu respeito

Só quem tava lá, naquele tempo, sabe o jeito, o que foi feito

O sofrimento que passamos

Vários manos, milianos, sem os panos

Mas atitude de respeito (daquele jeito)

Hey

É grave a greve, sei

Que o tempo é breve, dei

O melhor de mim até ali

Vou continuar a cantar

O tempo vai passar

Você vai lembrar da Negra aqui

Ideia certa, papo reto, não tem mistério

O dinheiro em si não faz o império

Seu legado, sua honra, seu mérito

Espero

País que eu quero, progresso

O jovem no Brasil sendo levado a sério

Quem corre atrás, labuta, nunca perde a luta

Eu sei (eu sei)

Mantém sua conduta

Essa é a lei

Ficha Técnica

Letra - Dk | Djonga | Praga "Caneta de ouro" | Lord | Choice | Negra Li e André Drum

Produção Musical: Índio e Mortão

Co-produção: Lotto e Caio Paiva

Guitarra (Part Li): Duani

Mixagem e Masterização: Índio

Produção executiva: Thomaz Garcia

Direção: Guilherme Brehm | GBϟLAB

1ºAss. de direção: Philippe Rios "Pheijão"

Produção: Mari Campitelli

1ª Ass. de produção: Thairiny Rangel

Direção de Fotografia: Guilherme Brehm e Gabriel Solano

1º Assistente de fotografia: Gabriel César

Fotos: @mmartinsphoto e @1993Agosto

2ª Câmera: Fabrício Figueiredo

Operador de Drone: Gabriel Solano

Gaffer: Luã Pereira

Edição e finalização: Addam Araújo

Estilo: Graziela Alves

Make: Tainá Lasmar

Motorista: Humberto Santana

Patrocínio: Rexpeita

Lettering: Henri Schumacker

Agradecimentos: GD, La Mafia Pizza e Hamburgueria, Arthur Elias