Favela Vive 3 - ADL, Choice, Djonga, Menor do Chapa & Negra Li (Prod. Índio & Mortão) (Música)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Vídeo

Letra

Se tu não para de marra, meu bonde vem e te para Se tu não abraça o papo, o papo vem e te abraça Mano, os cana peida de subir de madrugada Sempre marca operação com a porta da creche lotada Mais uma mãe revoltada, uma pergunta sem resposta Como o policial não viu seu uniforme da escola? Vinícius é atingido com a mochila nas costas Como é que eu vou gritar que a Favela Vive agora? Cocielo fez piada, mas no beco ninguém riu Tava ensinando racismo pra um público infantil Troquei o puta que pariu pelo puto que partiu E vim com o flow caminhoneiro que é pra parar o Brasil Só meus fiel de fechar, entrego na mão de Deus Inimigo eu só lamento, tão tudo na minha mão Não apadrinho mancada, num abraço vacilação Eu só corro pelo certo, quem não pode errar sou eu Tão pedindo intervenção em pleno ano de eleição Será que tu num entendeu como funciona isso até hoje? O exército subindo pra matar dentro da favela Mas a cocaína vem da fazenda dos senadores

[Djonga] De Pedro Cabral a Sérgio Cabral Gente, vocês deram Red Bull à cobra Construindo mudanças substanciais Pedreiro da cena sem te cobrar nem mão de obra, é Esquerda de lá, direita de cá E o povo segue firme tomando no centro Onde a tristeza do abuso é pra maioria E o prazer de gozar sobra pra 1% Um mano meu foi preso roubando manteiga, é Saiu da tranca, quis assaltar um banco Daquele tipo de ladrão, pernas pra quem tem Bala alojada no joelho, hoje te chamam manco Meu pai me disse: Cuidado com essa pochete e esse cabelo loiro Meu filho, cê num é branco Geral vestido igual, mas os canas te olharam diferente, eu só lamento No banco de trás cê vai sentir o solavanco Pras patty é só avanço, sola Vans E as minas aqui da área nem sapato tem A maioria de barriga cheia, quem dera fosse de comida E a mãe do filho de um membro do trem Mas nós sorri quando cai grana Fumo verde grama, se a de verde gama Quando o Galo ganha Ou quando ela diz que o Djonga tem a manha Eu sei, eu sei Parece que nós só apanha Mas no meu lugar se ponha e suponha que No século 21, a cada 23 minutos morre um jovem negro E você é negro que nem eu, pretin, ó Não ficaria preocupado? Eu sei bem o que cê pensou daí Rezando não tava, deve ser desocupado Mas o menó tava voltando do trampo Disseram que o tiro só foi precipitado No mais, saudade dos amigo que se foi P.J.L. pros irmão que tá na tranca

[Menor do Chapa] Eu não posso falar tudo que eu sei Passou da barricada, aqui é nós quem faz as leis Quadrado formado, bico atravessado, já tô pernoitado Eu jogo ronda pra poder passar o tempo Só tem homem-bomba na paranoia Tentou me pegar na tróia Mas não pôde acompanhar meus pensamentos Seu tiro foi certeiro, mas pegou no meu colete Motão BMW no pinote é igual foguete Esquece o capacete porque agora é só granada Os pouco aqui são louco e não vão recuar por nada Gestão avançada, inteligente, mas é tudo de repente Fecha o tempo, que o AK é trovoada Whisky, balãozada, muda o vento, deu na previsão do tempo Que a Glock vai fazer chover rajada É só ter fé no Pai, que o inimigo cai A tropa tá na pista fardada de Calvin Klein Eu temo pela vida dos menó que me admira Pensar que na favela só se vence pela ira E sendo observado pela lente de uma mira Ser alvo da inveja ou da língua que conspira Eu tô sempre na infra e ligeiro com os covarde X9 e fofoqueiro tão matando mais que a AIDS A geração iPhone usa drone e roupa de grife A tecnologia a favor desses patifes Talvez eles me peguem na escuta, falando com as puta E o crime fica só no BBM O instinto sobrevive às arapuca, eu me camuflo na muvuca E sumo à bordo de um Porsche Cayenne

[Lord] Entre o crime e o rap Click-clack Nasce um som, morre um moleque História triste sem snap Quem é guerra quer paz Vocês querem músicas sobre armas Escrevo sobre traumas Pra ouvidos que têm almas Que é isso? Foi tiro do blindado que acertou Marcos Vinícius Caído ali, sem árbitro de vídeo E vocês quer sustentar o hype Comparar o melhor flow Viram três Favela Vive e não viu o quanto ela chorou Parei pra respirar por um instante Mas quando olhei pro céu só vi os tiros de traçante Pensei: Meu Deus, quem dera fossem as estrelas cadentes Que o sangue que escorresse não fosse de um inocente Seria o bastante Evangélicos e bandidos Que têm cara de bandido Alguns de nós pregamos fé, estamos divididos Mesma raça, mesmo sangue, mesma cor Morrendo pelo que não tem valor E eu não saí nesse retrato Escrevo um desacato Responsa é minha, pena sem fiança Os professores do assalto À La Casa do Favelado Revistam as mochilas das crianças O bonde do mal passou E eu disse: Hoje eu não vou Preciso escrever uma matança Avisa a minha mina que hoje eu vou me atrasar E guarda os nossos filhos onde a polícia não alcança

[Choice] (Eu vim do Atalaia) (Eu vim da favela) Do Atalaia, inveja e falsidade no mundo do crime Champanhe e brusa de time, assim que começa a marola Quem segura um fuzil quando o menor sonhava em ser jogador Mas, sem dinheiro, não decola Sem dinheiro são poucas escolhas O favelado na favela vive dentro de uma bolha O favelado na favela vive e sobrevive nela Eu sou o favelado que vive pela favela, porra! A escola me reprovou de série, mas a rua me aprovou pra ser representante dela Se a sirene sinaliza a dor, atira o sinalizador pra explanar que hoje é guerra Matei o presidente pra que o povo se rebele Gritei: Marielle, presente!, essa bala também me fere E esse tiro fere cada morador que já teve um sonho frustrado E só quem é vai sentir na pele E eu prego a fé, independente da crença É a nossa dor que alimenta as reportagens da imprensa Me diz, o que custa pedir licença? Troca de tiro te assusta, mas a troca de olhar comigo é mais tensa Meu mano Play ficou preso dezoito anos Quando eu tinha dezoito, ele me disse: O crime não compensa Eu respondi que sou daqueles que acredita que pensar sobre a vitória vai fazer que você vença Pensa no Baile da Gaiola lotado, as piranha jogando, os mano faturando Meu show anunciado, um poeta no topo, um favelado rico Os humilhados serão exaltados! Nos dão armas e drogas, e nos perguntam por que somos bandidos e por que nós atiramos Fiquem bem longe de nós, deixa que nós nos viramos Temos tudo que precisamos (Do Atalaia!)

[Negra Li] Quem foi que não sentiu discriminado por alguém? Há vinte anos atrás, cantava paz Mas, de lá pra cá, só andamos pra trás Aliás A nova geração eu respeito Só quem tava lá, naquele tempo, sabe o jeito, o que foi feito O sofrimento que passamos Vário manos, milianos, sem os panos Mas atitude de respeito (daquele jeito) Hey É grave a greve, sei Que o tempo é breve, dei O melhor de mim até ali Vou continuar a cantar O tempo vai passar Você vai lembrar da Negra aqui Ideia certa, papo reto, não tem mistério O dinheiro em si não faz o império Seu legado, sua honra, seu mérito Espero País que eu quero, progresso O jovem no Brasil sendo levado a sério Quem corre atrás, labuta, nunca perde a luta Eu sei (eu sei) Mantém sua conduta Essa é a lei

Ficha Técnica

Letra - Dk | Djonga | Praga "Caneta de ouro" | Lord | Choice | Negra Li e André Drum Produção Musical: Índio e Mortão Co-produção: Lotto e Caio Paiva Guitarra (Part Li): Duani Mixagem e Masterização: Índio Produção executiva: Thomaz Garcia

Direção: Guilherme Brehm | GBϟLAB

1ºAss. de direção: Philippe Rios "Pheijão" Produção: Mari Campitelli 1ª Ass. de produção: Thairiny Rangel Direção de Fotografia: Guilherme Brehm e Gabriel Solano 1º Assistente de fotografia: Gabriel César Fotos: @mmartinsphoto e @1993Agosto 2ª Câmera: Fabrício Figueiredo Operador de Drone: Gabriel Solano Gaffer: Luã Pereira Edição e finalização: Addam Araújo Estilo: Graziela Alves Make: Tainá Lasmar Motorista: Humberto Santana Patrocínio: Rexpeita Lettering: Henri Schumacker

Agradecimentos: GD, La Mafia Pizza e Hamburgueria, Arthur Elias