Festa Literária das Periferias - FLUP

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

A Flup – Festa Literária das Periferias - é uma festa literária internacional que nasceu em 2012, no Rio de Janeiro, voltada para fomentar a cultura literária e diversos tipos de atividade relacionadas aos livros e à leitura. Ao longo do tempo, passou a movimentar, cada vez mais, atividades artísticas, em geral, em favelas e periferias brasileiras, além de promover intercâmbios regionais e internacionais entre autores e artistas com características indentitárias diversas. Acontece há mais de dez anos, principalmente, nesses territórios tradicionalmente excluídos da cena literária e cultural das grandes cidades.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de redes de comunicação oficiais da FLUP.

 

FLUP.
FLUP.

 

Sobre[editar | editar código-fonte]

O evento foi idealizado pelos escritores Julio Ludemir e Écio Salles, inspirada na Flip e outras similares. A primeira edição foi chamada de "Festa Literária das UPPs", mas em seguida os dois idealizadores decidiram se desvincular da política pública de segurança do governo do Estado Rio de Janeiro, centralizada nas Unidades de Polícia Pacificadora, estendendo a programação para comunidades que não tinham sido ocupadas por UPPs.

A partir de 2014, comunidades de outras cidades do Brasil, como Alagados e Cidade Industrial de Curitiba, passaram a receber parte da programação da FLUP. No mesmo ano foi criada a Rio Poetry Slam, uma competição de poesia falada.

Crianças da comunidade escolhem livros na abertura da quarta edição da Festa Literária das Periferias (Flup) (Tomaz Silva, Agência Brasil)

O evento passou pelas favelas Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Cidade de Deus, Mangueira, Babilônia e Vidigal, até chegarmos ao centro da cidade, abraçando a região que o sambista Heitor dos Prazeres batizou de “Pequena África”. A edição de 2018 foi realizada na Biblioteca Parque Estadual e a de 2019 no Museu de Arte do Rio de Janeiro.

​Outra característica que torna a Flup única é que a festa é precedida por um processo formativo, que já resultou na publicação de 21 livros com autores de periferias. Alguns autores que passaram por essas formações são Ana Paula Lisboa, Jessé Andarilho, Rodrigo Santos e o fenômeno Geovani Martins, jovem que morou na Rocinha, cujo livro de estreia, 'O sol na cabeça' foi publicado em mais de 10 países. A Flup tem papel importante na contribuição para o surgimento dessa nova geração de escritores oriundos das favelas cariocas.

​Ao longo de suas edições, a Flup ganhou alguns prêmios importantes, como o Prêmio Faz Diferença de 2012, o Awards Excellence de 2016, o Retratos da Leitura de 2016 e o Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura, respectivamente outogardos pelo jornal O Globo, a London Book Fair, o Instituto Pró-Livro e a Câmara Brasileira do Livro (CBL).

FLUP 10 anos (vídeo)[editar | editar código-fonte]

Conheça mais sobre a história da esta Literária das Periferias:

Edições[editar | editar código-fonte]

Ano Local Homenageado Convidados
2012 Morro dos Prazeres Lima Barreto Ariano Suassuna, Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro, Ana Maria Machado, Juan Pablo Villalobos, Najwan Darwish, MC Swat
2013 Vigário Geral Waly Salomão Omar Salomão, Antonio Cícero, Jards Macalé, Jorge Mautner, João Máximo, Muniz Sodré, Paradise Sorouri, Diverse Suhrab Sirat, Toni Marques
2014 Mangueira Abdias Nascimento Rodrigo Lacerda, Toni Blackman, Joel Rufino dos Santos, Koffi Kwahulé, Nuria Barrios, Anna Dantes, Jessé Andarilho, Denis Merklen
2015 Chapéu Mangueira Nise da Silveira Alan Campbell, Caryl Férey, Uwe Timm, Amyr Klink, Jean Wyllys, Rogério Rosenfeld
2016 Cidade de Deus Caio Fernando Abreu Akwaeke Emezi, Pamela Lightsey, Conceição Evaristo, Patrick Chamoiseau, Nadifa Mohamed, Ana Maria Gonçalves
2017 Vidigal Oduvaldo Vianna Filho Sam Bourcier, Saul Williams, Paolo Gerbaudo, Renato Aragão
2018 Cais do Valongo Maria Firmina dos Reis e Martinho da Vila Gilberto Gil, Liniker, Geovani Martins, Heloísa Buarque de Hollanda, Giovana Xavier, Felwine Sarr, Paola Anacoana
2019 Praça Mauá Solano Trindade Ana Maria Gonçalves, Bruno Black, Isabela Aquino,  Leda Maria Martins, Patricia Hill Collins, entre outros.
2020 Virtual Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez Achille Mbembe, Andréia Coutinho, Boaventura de Sousa Santos, Célia Xakriabá, Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, entre outros.
2021 Babilônia Esperança Garcia Alessandra Makkeda, Edith Azam, Elenilda Amaral, Emicida, Jaime Lauriano, Ondjaki, Telma Tvon, entre outros.
2022 Praça Mauá e Gamboa. Lima Barreto, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e Josephine Baker. Alain Mabanckou, Antonio Bispo dos Santos, Camilla Rocha Campos, Jeffrey Ogbar, entre outros.

Reportagens[editar | editar código-fonte]

Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]