Fotoguerrilha (coletivo): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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= História do Coletivo =
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Edição das 21h17min de 13 de abril de 2020

Autoria: Coletivo Fotoguerrilha.

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História do Coletivo

O Coletivo Fotoguerrilha nasceu de uma fusão de dois grupos distintos, em 2016. De um lado, os “Professores Midiativistas”, fundado por Bárbara Dias e Wagner Maia, coletivo criado com o objetivo de documentar as lutas da educação no Rio em 2016, e do outro, Kauê Pallone, criador do Megafonia (que encerrou suas atividades em 2018) e da revista fotográfica Fotoguerrilha em São Paulo, que atuou em protestos contra a Copa do Mundo em 2014, ficando inativo no mesmo ano. 

Em 2016, nas ruas e nas lutas, os três fundadores se conheceram, e Kauê nos falou do projeto Fotoguerrilha  dando a ideia de que ele fosse reativado junto a proposta dos “Professores Midiativistas”, ampliando nosso espectro de cobertura, decidimos unir forças e juntamos os dois projetos, que passou a ser chamado de Coletivo Fotoguerrilha, nome que melhor identifica a nossa proposta: a criação de registros fotográficos ativistas de guerrilha, que vão desde as manifestações de rua, a pautas que são pouco visibilizadas, como ocupações, movimentos organizados por favelas e movimentos de mulheres. 

Nosso objetivo do coletivo é a construção de uma comunicação independente, ocupando as redes sociais. Acreditamos que a partir dessa práxis ativista, num fazer mediado por reflexões na construção de narrativas independentes, conseguimos contribuir para a democratização da informação, pois propomos um viés humanístico na nossa produção fotográfica, quebrando estereótipos e ajudando as causas que têm pouca visibilidade. 

Linha de Pensamento

O Fotoguerrilha é um coletivo de mídia independente, trabalhamos com fotografia e vídeo,  prezando pela liberdade, e acima de tudo, pelas lutas dos movimentos sociais. Entendemos a fotografia como um forte instrumento de poder (Sontag, 2003), que, se por um lado pode violar o fotografado, por outro, serve como forma de resistência e voz dos oprimidos em um mundo cada vez mais desigual.  

Com isso, entendemos nossas fotografias, vídeos e textos, como uma história de narrativas sociais, em busca pelo respeito às diversas comunidades que lutam por uma sociedade mais justa. O Fotoguerrilha tem como prioridade as diversas pautas que são relevantes para a sociedade do século XXI. 

Somos um coletivo que tem posição e não acreditamos na tal da “imparcialidade”, nós temos lado, e é sempre o das lutas populares, e sabemos bem de que lado não estamos. Somos a favor das pautas progressistas da sociedade, das lutas dos trabalhadores, das lutas das mulheres, das lutas dos LGBT´s, das lutas do movimento negro e acima de tudo contra qualquer tipo de opressão e retrocesso social. Lutamos através da fotografia, como forma de resistência e uma busca por uma sociedade menos desigual.

O que queremos passar com a nossa narrativa

Priorizamos narrativas invisibilizadas e de pouca repercussão na mídia tradicional, porém relevantes no contexto atual, esse é nosso principal foco. Também nos engajamos aos grandes movimentos sociais pautados sempre pelas demandas do povo, no entanto, com uma narrativa independente, indo além do factual, propondo uma trabalho de análise mais profunda e com registros fotográficos permanentes e de longo prazo, criando uma narrativa documental. 

O que queremos quanto coletivo

O Coletivo Fotoguerrilha, é um coletivo de fotógrafos, jornalistas e videomakers que teve sua origem a partir da necessidade de auto-organização frente a desvalorização desses ofícios e da criação de novos espaços de divulgação das nossas narrativas independentes e ativistas, principalmente nas redes sociais. Nosso objetivo é a continuidade e manutenção desse trabalho e de gerar meios de nos autossustentar quanto coletivo e quanto pessoas individuais que trabalham no e para o coletivo. Seja com venda de fotos digitais e impressas, financiamento pontual para projetos e recorrente para manutenção do trabalho. 

O sentido de ser independente

Para nós o sentido de ser independente é ter a liberdade de trabalhar em que acreditamos, sem amarras. É poder desenvolver nosso trabalho pautados por nossa linha de pensamento, é ter uma fotografia ativista, é a elaboração de textos e reflexões importantes, é a criação de documentários necessários a sociedade. É acreditar nas causas em que nós nos engajamos e trabalhamos. Porém quanto mais independente, mais dificil de autossustentar nosso trabalho, desde 2016, estamos protagonizando várias coberturas importantes na cidade do Rio de Janeiro e agora, a partir de 2019, na cidade de São Paulo, muitas delas negligenciadas pela grande mídia, e por isso mesmo muito pouco “vendáveis”.   

Por ter uma narrativa independente, nosso coletivo possui uma necessidade grande de gerar meios de autossustentar o trabalho que realizamos. Uma das alternativas que temos chegado para tal é  a venda de fotos digitais e impressas, financiamento pontual (para projetos) e recorrente (para manutenção do trabalho), entre outras formas de fazer o trabalho gerar retorno para os membros do coletivo e para o próprio coletivo. Nosso trabalho é independente, porém nosso trabalho tem custos como deslocamento, alimentação, gastos com equipamentos, além do tempo de trabalho que dispensamos para o coletivo. 

Missão: razão de existir e o que somos

O Fotoguerrilha tem como missão de através de registros fotográficos e videográficos de informar as pessoas, através de coberturas de pautas importantes, manifestações populares, atos, protestos, causas, e de contribuir para a sociedade através da  nossa arte que se torna uma poderosa ferramenta para a transformação social. 

Visão:  O que o coletivo quer do futuro

Acreditamos que a fotografia e vídeos são instrumentos necessários à sociedade, uma forma de registrar a realidade e o cotidiano, de colaborar com o mundo. De trazer à tona pautas relevantes e de criar memórias de um processo socialmente vivido e registrado em tempo real. 

Valores: Comportamentos do Coletivo

Coletividade, horizontalidade, militância, proatividade, empatia, respeito, colaboração e diversidade. 

Somos:

Ana Júlia, Bárbara Dias, Isabela Naiara, Luciana Bello, Kauê Pallone, Lucas Novello, Marcello Valle,  Patricia Borges, Rodrigo Campanario, Vinicius Ribeiro, Vitor Pastana e Wagner Maia.

Referências:

SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Trad.: Rubens Figueiredo. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2003.