Geossímbolo, Território Santuário e Sítio Natural Sagrado: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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  '''Autor''': Paulo Jaña Caamaño
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== Sobre ==
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O geossímbolos é um termo cunhado com o propósito de elucidar a relação entre um símbolo constituído de valores (sociais, espirituais, econômicos) dentro do espaço. Os geossímbolos são a ligação identitária de determinado grupo com "seus lugares", ou seja, com seu espaço vivido, sendo, portanto, uma forma de apropriação do espaço vivido, construída, na prática, pela implementação de "marcas" culturais, religiosas ou políticas de um grupo em seus espaços. Bonnemaison afirma: "O geossímbolo pode ser um lugar, um itinerário, uma extensão que, por razões religiosas, políticas ou culturais, aos olhos de certas pessoas e grupos étnicos assume uma dimensão simbólica que os fortalece em sua identidade" (BONNEMAISON, 2002, p. 102).
O geossímbolos é um termo cunhado com o propósito de elucidar a relação entre um símbolo constituído de valores (sociais, espirituais, econômicos) dentro do espaço. Os geossímbolos são a ligação identitária de determinado grupo com "seus lugares", ou seja, com seu espaço vivido, sendo, portanto, uma forma de apropriação do espaço vivido, construída, na prática, pela implementação de "marcas" culturais, religiosas ou políticas de um grupo em seus espaços. Bonnemaison afirma: "O geossímbolo pode ser um lugar, um itinerário, uma extensão que, por razões religiosas, políticas ou culturais, aos olhos de certas pessoas e grupos étnicos assume uma dimensão simbólica que os fortalece em sua identidade" (BONNEMAISON, 2002, p. 102).
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Edição das 12h04min de 16 de maio de 2022

Autor: Paulo Jaña Caamaño

Sobre

O geossímbolos é um termo cunhado com o propósito de elucidar a relação entre um símbolo constituído de valores (sociais, espirituais, econômicos) dentro do espaço. Os geossímbolos são a ligação identitária de determinado grupo com "seus lugares", ou seja, com seu espaço vivido, sendo, portanto, uma forma de apropriação do espaço vivido, construída, na prática, pela implementação de "marcas" culturais, religiosas ou políticas de um grupo em seus espaços. Bonnemaison afirma: "O geossímbolo pode ser um lugar, um itinerário, uma extensão que, por razões religiosas, políticas ou culturais, aos olhos de certas pessoas e grupos étnicos assume uma dimensão simbólica que os fortalece em sua identidade" (BONNEMAISON, 2002, p. 102).

O segundo conceito que devemos ter a mente é a noção de território, que para literatura do pensamento geográfico, é composto por um espaço imbuído de relações de poder. Podemos dizer que o território pode ser concebido a partir da imbricação de múltiplas relações de poder, do poder mais material das relações econômico-políticas ao poder mais simbólico das relações de ordem mais estritamente cultural (HAESBAERT 2004 a: 79).

Para o objetivo de nossa discussão presente, iremos nos ater às relações de poder simbólicas, dotadas de culturalidade, religiosidade e identidade. É a este sentido que se vincula o conceito de "território santuário". Trata-se, portanto, de uma área constituída por geossímbolos, determinando uma relação de poder e de afirmação cultural de um grupo para com a significação que este constrói no espaço.

  Os sítios naturais sagrados (SNS) são definidos como "áreas de terra ou água que tem especial significado espiritual para os povos e comunidades"(WILD & MCLEOD, 2008). Notamos, a partir desta definição, que os conceitos que estamos apresentando e discutindo possuem uma ordem crescente de inter-relação. Primeiramente temos os geossímbolos que, somados e espacializados, constituem o território santuário, dotado de significações culturais e histórico-simbólicas, não necessariamente espirituais, onde está impresso parte identitária importante de determinado grupo cultural. Por fim, temos os sítios naturais sagrados, que se diferenciam do anterior pela presença de um significado espiritual.

Exemplo: O Espaço Sagrado Da Curva Do S – Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro

O espaço Sagrado da curva do S está localizado no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, Alto da Boa Vista/RJ e foi inaugurado em 2014 como um espaço sacro para realização de ritos de religiões de matriz afro-brasileira. O espaço tem o objetivo de unir a preservação ambiental à liberdade das práticas de rituais sagrados, entre as soluções sustentáveis desenvolvidas pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) está o reaproveitamento do alguidar de barro – espécie de potes que são utilizados nos ritos - que são convertidos em vasos de plantas, e a limpeza de todo SNS, com a retirada de 2,5 toneladas de resíduos. Há também uma composteira, para o descarte de matéria orgânica utilizada nas práticas do sagrado, destinada à transformação de lixo orgânico em adubo.

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