Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por Terra e Moradia na Região de Jacarepaguá: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
(3 revisões intermediárias por 2 usuários não estão sendo mostradas)
Linha 1: Linha 1:
Autora: Cleonice Dias   [[File:Mapa Jpa.jpg|thumb|center|500px]]  
 
Autora: Cleonice Dias   [[File:Mapa Jpa.jpg|thumb|center|500px|Mapa Jpa.jpg]]
 
= Introdução =
= Introdução =


O presente verbete ocupa-se de relatar o projeto "Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por terra e Moradia na Região de Jacarepaguá". Os limites de Jacarepaguá eram do Grumari, Vila Valqueire até o Joá. A baixada de Jacarepaguá. Com o tempo foi sendo dividido e atualmente é a parte mais pobre, da Baixada de Jacarepaguá. 
O presente verbete ocupa-se de relatar o projeto "Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por terra e Moradia na Região de Jacarepaguá". Os limites de Jacarepaguá eram do Grumari, Vila Valqueire até o Joá. A baixada de Jacarepaguá. Com o tempo foi sendo dividido e atualmente é a parte mais pobre, da Baixada de Jacarepaguá. 


== História de Jacarepaguá ==
== História de Jacarepaguá ==
A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar  feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca,  tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras.


A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar  feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca,  tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras.


 


 


== Os depoimentos ==
== Os depoimentos ==
Linha 23: Linha 28:
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Sandra Maria Rosa: [[Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Sandra_Maria_Rosa|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Sandra Maria Rosa: [[Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Sandra_Maria_Rosa|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá - Maria Zélia Carneiro Dasy: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Maria_Zélia_Carneiro_Dasy <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá - Maria Zélia Carneiro Dasy: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Maria_Zélia_Carneiro_Dasy <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá - :&nbsp;Luiz Alberto de Jesus&nbsp;[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Luiz_Alberto_de_Jesus <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Luiz Alberto de Jesus:&nbsp;[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Luiz_Alberto_de_Jesus <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá - : Noemia Caetano&nbsp;[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Noemia_Caetano <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Noemia Caetano:&nbsp;[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Noemia_Caetano <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Almir Paulo: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Almir_Paulo <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Alexandre Grabas: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Alexandre_Grabas <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Valmira: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Valmira <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Altair Antunes de Moraes: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Altair <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>
#<span style="font-size:large;">Histórias, Memórias e Oralidades em&nbsp;Jacarepaguá -&nbsp;Seu Olívio: [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Seu_Olívio <span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]</span>  


&nbsp;
&nbsp;


[[Category:Jacarepaguá]] [[Category:Temática - Depoimentos]] [[Category:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Category:Jacarepaguá]] [[Category:Temática - Depoimentos]] [[Category:Temática - Favelas e Periferias]]

Edição das 15h58min de 16 de junho de 2021

Autora: Cleonice Dias  

Mapa Jpa.jpg

Introdução

O presente verbete ocupa-se de relatar o projeto "Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por terra e Moradia na Região de Jacarepaguá". Os limites de Jacarepaguá eram do Grumari, Vila Valqueire até o Joá. A baixada de Jacarepaguá. Com o tempo foi sendo dividido e atualmente é a parte mais pobre, da Baixada de Jacarepaguá. 


História de Jacarepaguá

A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar  feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca,  tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras.

 

 

Os depoimentos

Os depoimentos de lideranças e protagonistas que estão na resistência das tenções dos interesses dos grandes investidores, dos donos das empresas de ônibus e do desenvolvimento especulativo e predatório, e a pobreza crescente, que chegou ao ápice nos tempos dos megaeventos. O Lugar dos pobres agora é o lugar dos ricos. E os ricos contam com a ação da polícia e de grupos armados para garantir seus negócios. Como também a grilagem e a milicia invadem e negociam terras públicas ou áreas de preservação ambiental, para especular e explorar os moradores. Nestes depoimentos você verá uma linha tempo que registra toda a luta dos Movimentos Sociais, em Jacarepaguá-com narrativas desde a década de 60 até 2016, pela terra e moradia. Esses depoimentos, cedidos pelos depoentes para o Dicionário De Favelas Marielle Franco, foram parte de um projeto financiado pela Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado.02/2011.Em parceria com os Movimentos Sociais e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz da Mata Atlântica. Futuramente você terá acesso ao Documentário e a Cartografia da resistência e das remoções.  

Para acessar os depoimentos e as transcrições, clique nos links abaixo: 

  1. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Dona Jane: acesse clicando aqui
  2. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - João Marco: acesse clicando aqui
  3. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - José Jorge: acesse clicando aqui
  4. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Renato Dória: acesse clicando aqui
  5. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Guaraci Jorge dos Santos: acesse clicando aqui
  6. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Sandra Maria Rosa: acesse clicando aqui
  7. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Maria Zélia Carneiro Dasy: acesse clicando aqui
  8. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Luiz Alberto de Jesus: acesse clicando aqui
  9. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Noemia Caetano: acesse clicando aqui
  10. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Almir Paulo: acesse clicando aqui
  11. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Alexandre Grabas: acesse clicando aqui
  12. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Valmira: acesse clicando aqui
  13. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Altair Antunes de Moraes: acesse clicando aqui
  14. Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Seu Olívio: acesse clicando aqui