Instituto Entre o Céu e a Favela

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 22h07min de 4 de outubro de 2021 por Camille IECF (discussão | contribs)

Autoras: Cintia Sant'Anna e Camille Stéphan

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Introdução

Propositos

MISSÃO: Gerar inclusão e transformação social para crianças, jovens e mulheres de favelas, potencializando o seu protagonismo por meio de ações socioculturais.

VISÃO: Construir um novo mundo, dando fim a desigualdade social, se tornando referência de inclusão e transformação da Região Portuaria.

VALORES: Proposito e disciplina; protagonismo e transformação; promoção de autonomia; comprometimento e moralidade; diversidade e integração.

Historico

O Instituto Entre o Céu e a Favela surgiu em 2011, por iniciativa de um grupo de moradores do Morro da Providência, a primeira favela do Brasil, reunidos pela certeza de que a cultura e a comunicação são ferramentas potentes de enfrentamento ao racismo estrutural que distribui direitos e organiza a cidade. Já em 2012 criamos o informativo mensal “Entre o Céu e a Favela”, iniciativa selecionada em edital para ser apoiada pela Agência de Redes para Juventude. O projeto durou 6 meses e produziu eventos, oficinas e ações socioculturais. Em paralelo a isso oferecemos aulas de teatro como uma forma de gerar autoestima nas crianças locais. Em 2016 foi o ano da expansão, quando montamos um coletivo com o intuito de conseguir nos organizarmos coletivamente junto aos outros projetos locais. Assim, organizamos um cortejo cultural no início do ano 2017 para fortalecer os coletivos e projetos culturais locais, como forma de  divulgar pelo morro as ações desenvolvidas.


A fundadora do Instituto, Cintia Santana,  mulher e moradora da Providência, decidiu encerrar o coletivo  em 2018 para poder se dedicar completamente ao projeto e acelerar o seu crescimento, conseguindo atender 100 crianças nas oficinas de teatro, perna de pau, contação de história, educação ambiental e mais 40 mulheres nas oficinas de qualificação profissional. Com esse propósito de ampliação, ela participou do programa de aceleração da ONG Gerando Falcões e foi selecionada para entrar na rede. Devido ao surgimento da pandemia, o projeto sociocultural de 2020 financiado através da lei de incentivo à cultura do município do Rio de Janeiro foi adiado e o Instituto decidiu dedicar o seu trabalho ao atendimento das famílias da região portuária, distribuindo no total 1.750 cartões de alimentação, 1.250 cestas básicas, mais de 14.000 máscaras, além de álcool em gel, kits de higiene, entre outros. A ação foi desenvolvida pelos 4 membros da equipe, junto com alguns voluntários. Com essas ações o Instituto ganhou visibilidade dentro do território e confiança dos moradores, por chegar nos lugares mais difíceis de acesso onde a ajuda não chegava.
No início da pandemia, no mês de março de 2020, também criamos um Gabinete de Crise unindo oito projetos da região, o que ampliou a capacidade de atendimento aos moradores por todos os projetos que participaram. Esta iniciativa surgiu da nossa vontade de trabalhar em rede porque acreditamos que a mudança só é possível quando trabalhamos juntos. O ano 2020 também marca a institucionalização do Entre o Céu e a Favela e a reforma da sede. 


Durante o ano 2021, ampliamos nossos atendimentos, com 7 oficinas no polo esportivo cultural para 270 crianças e adolescentes, e 4 oficinas de qualificação profissional para 190 jovens, mulheres e empreendedores. Encerramos o primeiro semestre formando 110 mulheres nos cursos profissionalizantes de trança, design de sobrancelhas e empreendedorismo, abrindo também mais 150 vagas novas para o segundo semestre.
Devido ao fato de que a fundadora e a maioria do time operacional serem nascidos, criados e moradores do Morro da Providência, o Instituto consegue ter uma leitura das carências e demandas do território, assim como ter uma atuação bem ampla e assertiva dentro da região, conseguindo circular e chegar na casa de moradores nos locais mais difíceis de acesso. Temos parceiros do comércio local e somos cada vez mais conhecidos dentro da região de atuação. Essa visibilidade e proximidade ajuda em conseguirmos atender mais pessoas e ter um maior contato com os moradores. Através do bom relacionamento e diálogo com o nosso público alvo, planejamos as nossas ações e objetivos junto com os moradores para construir junto cada atividade que propomos no Entre o Céu e a Favela e assim responder às demandas específicas do território.
É com este modo de trabalho que estamos iniciando o projeto “Favela 3D” (Digital, Digna, Desenvolvida), projeto de transformação da ONG Gerando Falcões, cuja missão é “transformar a pobreza da favela em peça de museu, antes de Marte ser colonizado”. O Instituto Entre o Céu e a Favela foi selecionado pela Gerando Falcões para coordenar o projeto no Morro da Providência, junto com dois institutos, sendo um  do interior de São Paulo e um de Maceió, e assim ser um dois protótipos de transformação da favela para poder expandir esse modelo para as outras favelas do Brasil.


O Morro da Providência é o local da Região Portuária onde a concentração de moradores é a mais importante. Ademais, a Região Portuária possui uma população mais jovem do que o observado na cidade do Rio de Janeiro, sendo que 1/4 dela não estuda e nem trabalha. O índice de domicílios chefiados por adolescentes dobrou, passando de 0,93% para 1,85% entre 2000 e 2010. As maiores demandas socioassistenciais no território são as intervenções complementares para empregabilidade e inserção no mercado de trabalho, pois não possui unidades especializadas para esse atendimento. Por isso, o Instituto se dedica a atender as crianças, jovens e mulheres da Providência.

Linha do tempo
Linha do tempo IECF

O começo

Em 2011, ainda estudante, a atriz e produtora cultural Cintia Sant’Anna, lançou o informativo mensal “Entre o Céu e a Favela”, com uma tiragem de 250 exemplares, que só foi possível a partir da contemplação do projeto num edital da Agência de Redes para Juventude. O informativo tinha agenda cultural, História e reportagens sobre “gente que faz”, personagens “em ação”, no Morro da Providência. Com ajuda de amigos e apoiadores e voluntários, o projeto foi se mantendo com muita dificuldade. Nessa fase a equipe que participou do informativo foi; o psicólogo Diego Santos, como coordenador geral; a jornalista Gláucia Marinho, como designer; Jeferson Pedro era o jornalista responsável; a logo foi desenvolvida por Galo e Paz Berti era colunista.

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Em 2015, Cíntia, apoiada por suas parceiras; a atriz, Mônica Saturnino e a produtora Sarah Alonso, que adaptaram a ideia do informativo para uma plataforma digital; o portal e inseriram o “Entre e o Céu e a Favela, o Portal” no edital Favela Criativa. Esse edital contemplava projetos já existentes em ação nas comunidades e o projeto Entre o Céu e a Favela foi contemplado.

Em 2016, a verba do edital foi liberada, entretanto com apenas 50% do valor esperado para a manutenção de todo o projeto. Mas, sendo fundamental para o início do renascimento do informativo, agora como portal. Junto com o portal nasce o coletivo, formado por projetos do Morro da Providência. Em Janeiro de 2017 nasce o portal e o coletivo Entre o céu e a Favela.

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