Morro do Borel (memórias): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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O Verbete Morro do Borel, construído à partir de uma perspectiva favelada como uma síntese da  tríade memórias, afetos e sentidos impressos nele,  e não somente como uma categoria sócio-espacial. Lugar onde as redes de solidariedade e autoproteção, geram vivências singulares e muito particulares, do que as vividas pelo restante da cidade.


Morro do Borel: Situado no Maciço da Tijuca, bairro da denominada Grande Tijuca, situado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. É um espaço coletivo ocupado por camadas populares, que vivenciam desde a década de 1930, experiências de morar diferenciadas; seja pelos processos de auto-construção,  bem como na sua pulsante forma de sociabilidade. Um exemplo disso, é seu protagonismo nas formas de resistência e ação associativas e de organização comunitária. É possível destacar eventos singulares na trajetória do Borel, tais como:
'''Autores: Mônica Francisco e Diego Santos.'''


1955 - Organização da União dos Trabalhadores Favelados
= O Borel =
A União dos Trabalhadores Favelados (UTF) do Rio de Janeiro (então, Distrito Federal), formou-se a partir das mobilizações do Morro do Borel, localizado na Zona Norte, na divisa da região da Tijuca com o Alto da Boa Vista. Os moradores do Borel lutavam contra os despejos promovidos pela incorporadora imobiliária Borel Meuron Ltda. A experiência ganhou evidência no espaço político e se expandiu para outras localidades;


2003 - Chacina do Borel: “Posso me identificar?” Ação coletiva que reuniu diversas favelas, movimentos e instituições para denunciar a violência policial que resultou na morte de quatro jovens e que mais tarde se tornou um movimento social organizado e atuante em todo o estado do Rio de Janeiro e deu  origem à Rede de Comunidades Contra a Violência.
O verbete Morro do Borel, construído à partir de uma perspectiva favelada como uma síntese da tríade memórias, afetos e sentidos impressos nele, e não somente como uma categoria sócio-espacial. Lugar onde as redes de solidariedade e autoproteção, geram vivências singulares e muito particulares, do que as vividas pelo restante da cidade.


Morro do Borel: Situado no Maciço da Tijuca, bairro da denominada Grande Tijuca, situado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. É um espaço coletivo ocupado por camadas populares, que vivenciam desde a década de 1930, experiências de morar diferenciadas; seja pelos processos de auto-construção, bem como na sua pulsante forma de sociabilidade. Um exemplo disso, é seu protagonismo nas formas de resistência e ação associativas e de organização comunitária.


2010 - Rede de Instituições Borel
= Lutas e resistências =


Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período.
É possível destacar eventos singulares na trajetória do Borel, tais como:


2012 - Ocupa Borel
*1955 - Organização da [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=União_dos_Trabalhadores_Favelados_(UTF) União dos Trabalhadores Favelados A União dos Trabalhadores Favelados (UTF)] do Rio de Janeiro (então, Distrito Federal):
 
Formou-se a partir das mobilizações do Morro do Borel, localizado na Zona Norte, na divisa da região da Tijuca com o Alto da Boa Vista. Os moradores do Borel lutavam contra os despejos promovidos pela incorporadora imobiliária Borel Meuron Ltda. A experiência ganhou evidência no espaço político e se expandiu para outras localidades;
 
*2003 -[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Chacina_do_Borel Chacina do Borel]: “Posso me identificar?”
 
Ação coletiva que reuniu diversas favelas, movimentos e instituições para denunciar a violência policial que resultou na morte de quatro jovens e que mais tarde se tornou um movimento social organizado e atuante em todo o estado do Rio de Janeiro e deu origem à Rede de Comunidades Contra a Violência.
 
*2010 - [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Rede_de_Instituições_do_Borel Rede de Instituições Borel]
 
Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período.
 
*2012 - [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Ocupa_Borel Ocupa Borel]


Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto.
Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto.


Autores: Mônica Francisco e Diego Santos.
 
 
 
 
 
 
[[Category:Borel]][[Category:História de favela]][[Category:Memória]][[Category:Temática - Associativismo e Movimentos Sociais]][[Category:Temática - Favelas e Periferias]]

Edição das 16h07min de 17 de abril de 2020

Autores: Mônica Francisco e Diego Santos.

O Borel

O verbete Morro do Borel, construído à partir de uma perspectiva favelada como uma síntese da tríade memórias, afetos e sentidos impressos nele, e não somente como uma categoria sócio-espacial. Lugar onde as redes de solidariedade e autoproteção, geram vivências singulares e muito particulares, do que as vividas pelo restante da cidade.

Morro do Borel: Situado no Maciço da Tijuca, bairro da denominada Grande Tijuca, situado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. É um espaço coletivo ocupado por camadas populares, que vivenciam desde a década de 1930, experiências de morar diferenciadas; seja pelos processos de auto-construção, bem como na sua pulsante forma de sociabilidade. Um exemplo disso, é seu protagonismo nas formas de resistência e ação associativas e de organização comunitária.

Lutas e resistências

É possível destacar eventos singulares na trajetória do Borel, tais como:

Formou-se a partir das mobilizações do Morro do Borel, localizado na Zona Norte, na divisa da região da Tijuca com o Alto da Boa Vista. Os moradores do Borel lutavam contra os despejos promovidos pela incorporadora imobiliária Borel Meuron Ltda. A experiência ganhou evidência no espaço político e se expandiu para outras localidades;

Ação coletiva que reuniu diversas favelas, movimentos e instituições para denunciar a violência policial que resultou na morte de quatro jovens e que mais tarde se tornou um movimento social organizado e atuante em todo o estado do Rio de Janeiro e deu origem à Rede de Comunidades Contra a Violência.

Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período.

Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto.