Morro do Salgueiro: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autor: Gabriel Nunes.
 
= Sobre a favela =
 
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O&nbsp;'''Morro do Salgueiro'''&nbsp;é uma&nbsp;favela&nbsp;localizada no bairro da&nbsp;Tijuca no Rio de Janeiro, muito conhecida por ser o berço de uma das principais escolas de samba da cidade do&nbsp;Rio de Janeiro, o&nbsp;GRES Acadêmicos do Salgueiro.</span></span>


= História =
= História =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">A</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">s&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">terras de um morro encravado no bairro da Tijuca&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">atual&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">localidade do Salgueiro, assim como outras favelas da Tijuca, integrava uma plantação de café até o final do século XIX</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">e depois&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">uma fábrica de chita,&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">tornando-se&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">uma das comunidades pioneiras em ocupação&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">que&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">aos poucos vão se transformando em lugar de moradia para&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">escravos, migrantes e imigrantes.</span></font></font></font></font></font></span>
<span style="font-size:larger;">No final do Século XIX, o local fazia parte da Chácara do </span><span style="font-size:medium;">Trapic</span><span style="font-size:larger;">heiro. Em 1885 começou a ser povoado por ex-trabalhadores das plantações de café do Vale do Paraíba e de zonas vizinhas. Com o falecimento do Conde de Bonfim e de seu filho, o Barão de Mesquita, o local foi loteado pelo Barão de Itacuruçá, genro do Barão de Mesquita, e as terras foram negociadas para pequenos proprietários.&nbsp;</span>
 
<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Recebeu o nome em meados da década de 1920 em referência ao português Domingos Alves Salgueiro, comerciante instalado na Tijuca e que era proprietário de 30 barracos no local&nbsp;</span></font></font></font></font><font size="3"><font style="font-size: 12pt">e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca,logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro. Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste.</font></font></span>
 
<span style="line-height:108%"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">São essas pessoas que passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão.</font></font></span>
 
<span style="line-height:108%"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">E assim surgiram o Sossego (local mais sossegado), o Campo (devido ao campo de futebol) e o Pedacinho do Céu (por ser a parte mais alta, onde os barracos ficam mais isolados do mundo). Tinha também o Canto do Vovô, Sunga, Caminho Largo, Trapicheiro, Portugal Pequeno, Sempre Tem, Anjo da Guarda, Terreirão, Grota, Rua Cinco, Carvalho da Cruz e Buate.</font></font></span>
 
<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size:12pt"><span style="text-decoration:none">Sua ocupação se acelerou a partir da década de 1940 com a chegada de</span></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size:12pt"><span style="text-decoration:none">migrantes</span></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size:12pt"><span style="text-decoration:none">dos mais diversos estados e do interior do estado, contribuindo com a formação de uma das grandes favelas da Zona Norte da capital fluminense.</span></font></font></font></font></span>
 
= Luta e samba =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Recebeu o nome em meados da década de 1920 em referência ao português Domingos Alves Salgueiro, comerciante instalado na Tijuca e que era proprietário de 30 barracos no local&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca,</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">l</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">ogo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro. Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste.</font></font></font></span>
<span style="line-height:108%"><font size="3"><font style="font-size:12pt">A luta social também faz parte da história do morro do Salgueiro. Foi lá que surgiu a primeira associação de moradores do Rio de Janeiro, no início de 1934,quando os habitantes do morro foram ameaçados de despejo,</font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size:12pt"><span style="text-decoration:none">os 7000 moradores da favela utilizaram principalmente a escola de samba Azul-e-Branco, como instrumento político para ganhar na justiça uma ação que previa a remoção da favela.</span></font></font></font></font><font size="3"><font style="font-size:12pt">Liderados pelo sambista Antenor Gargalhada, saíram vitoriosos na batalha jurídica e continuaram a conviver pacificamente no morro do Salgueiro.</font></font></span>


<span style="line-height:108%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">São essas pessoas que passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão.</font></font></font></span>
<font color="#0563c1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Em 1934,&nbsp;Antenor Gargalhada, presidente da escola de samba, que mais tarde iria se fundir à Depois eu Digo, atuou como um dos primeiros líderes comunitários que se têm notícia na cidade, e sua escola, como uma verdadeira associação de moradores.</font></font></font></font><font color="#0563c1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">O morro do Salgueiro foi o b</font></font></font></font><font color="#0563c1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">erço&nbsp;</font></font></font></font><font color="#0563c1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">feliz&nbsp;</font></font></font></font><font color="#0563c1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.</font></font></font></font>


<span style="line-height:108%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">E assim surgiram o Sossego (local mais sossegado), o Campo (devido ao campo de futebol) e o Pedacinho do Céu (por ser a parte mais alta, onde os barracos ficam mais isolados do mundo). Tinha também o Canto do Vovô, Sunga, Caminho Largo, Trapicheiro, Portugal Pequeno, Sempre Tem, Anjo da Guarda, Terreirão, Grota, Rua Cinco, Carvalho da Cruz e Buate.</font></font></font></span>
= Salgueiro =


<span style="line-height:108%"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">A luta social também faz parte da história do morro do Salgueiro. Foi lá que surgiu a primeira associação de moradores do Rio de Janeiro, no início de 1934,</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">quando os habitantes do morro foram ameaçados de despejo,</font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">os 7000 moradores da favela utilizaram principalmente a escola de samba Azul-e-Branco, como instrumento político para ganhar na justiça uma ação que previa a remoção da favela.&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Liderados pelo sambista Antenor Gargalhada, saíram&nbsp;</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">vitoriosos na batalha jurídica e continuaram a conviver pacificamente no morro&nbsp;</font></font></font><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">do Salgueiro.</font></font></font></span>
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Originária do&nbsp;Morro do Salgueiro, atualmente é sediada na Rua Silva Teles,no bairro do&nbsp;Andaraí, onde também funciona a Vila Olímpica do Salgueiro.</span></span>


&nbsp;
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Acadêmicos do Salgueiro desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã&nbsp;Portela.&nbsp;Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina, Xica da Silva. A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ala trazia casais dançando um minueto.&nbsp;Em 1993, com o enredo "Peguei um Ita no Norte" a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca: durante o desfile, o público presente no&nbsp;Sambódromo&nbsp;cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão&nbsp;''"Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".''</span></span>


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Em 1934,&nbsp;Antenor Gargalhada, presidente da escola de samba, que mais tarde iria se fundir à Depois eu Digo, atuou como um dos primeiros líderes comunitários que se têm notícia na cidade, e sua escola, como uma verdadeira associação de moradores.</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">O morro do Salgueiro foi o b</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">erço&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">feliz&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.</span></font></font></font></font></font></span>
<span style="font-size:larger;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Fortemente ligada com a tradição afro-brasileira em termos da escolha dos enredo e da criação musical destes, a Academia conseguiu a criação de melodias impressionantes e cantos emocionais entre a própria comunidade, como o samba de 2019 que trouxe o Orixá "Xango" como enredo do seu desfile.&nbsp;A escola possui o lema&nbsp;''"Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente"''. É apelidada de "Academia do samba", e sua bateria é denominada "A Furiosa".</span></span>


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Sua ocupação se acelerou a partir da década de 1940 com a chegada de&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">migrantes&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">dos mais diversos estados e do interior do estado, contribuindo com a formação de uma das grandes favelas da Zona Norte da capital fluminense.</span></font></font></font></font></font></span>
= Referência bibliográfica =


<br/> <span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Referências</span></font></font></font></font></font></span>
<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1">[https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro_do_Salgueiro <font color="#000000"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro_do_Salgueiro</span></font></font></font>]</font></span>


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[https://pt.wikipedia.org/wiki/Acadêmicos_do_Salgueiro#Primeiros_anos https://pt.wikipedia.org/wiki/Acad%C3%AAmicos_do_Salgueiro#Primeiros_anos]


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Edição das 22h57min de 15 de junho de 2020

Autor: Gabriel Nunes.

Sobre a favela

Morro do Salgueiro é uma favela localizada no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro, muito conhecida por ser o berço de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.

História

No final do Século XIX, o local fazia parte da Chácara do Trapicheiro. Em 1885 começou a ser povoado por ex-trabalhadores das plantações de café do Vale do Paraíba e de zonas vizinhas. Com o falecimento do Conde de Bonfim e de seu filho, o Barão de Mesquita, o local foi loteado pelo Barão de Itacuruçá, genro do Barão de Mesquita, e as terras foram negociadas para pequenos proprietários. 

Recebeu o nome em meados da década de 1920 em referência ao português Domingos Alves Salgueiro, comerciante instalado na Tijuca e que era proprietário de 30 barracos no local e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca,logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro. Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste.

São essas pessoas que passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão.

E assim surgiram o Sossego (local mais sossegado), o Campo (devido ao campo de futebol) e o Pedacinho do Céu (por ser a parte mais alta, onde os barracos ficam mais isolados do mundo). Tinha também o Canto do Vovô, Sunga, Caminho Largo, Trapicheiro, Portugal Pequeno, Sempre Tem, Anjo da Guarda, Terreirão, Grota, Rua Cinco, Carvalho da Cruz e Buate.

Sua ocupação se acelerou a partir da década de 1940 com a chegada demigrantesdos mais diversos estados e do interior do estado, contribuindo com a formação de uma das grandes favelas da Zona Norte da capital fluminense.

Luta e samba

A luta social também faz parte da história do morro do Salgueiro. Foi lá que surgiu a primeira associação de moradores do Rio de Janeiro, no início de 1934,quando os habitantes do morro foram ameaçados de despejo,os 7000 moradores da favela utilizaram principalmente a escola de samba Azul-e-Branco, como instrumento político para ganhar na justiça uma ação que previa a remoção da favela.Liderados pelo sambista Antenor Gargalhada, saíram vitoriosos na batalha jurídica e continuaram a conviver pacificamente no morro do Salgueiro.

Em 1934, Antenor Gargalhada, presidente da escola de samba, que mais tarde iria se fundir à Depois eu Digo, atuou como um dos primeiros líderes comunitários que se têm notícia na cidade, e sua escola, como uma verdadeira associação de moradores.O morro do Salgueiro foi o berço feliz de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.

Salgueiro

Originária do Morro do Salgueiro, atualmente é sediada na Rua Silva Teles,no bairro do Andaraí, onde também funciona a Vila Olímpica do Salgueiro.

A Acadêmicos do Salgueiro desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã Portela. Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina, Xica da Silva. A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ala trazia casais dançando um minueto. Em 1993, com o enredo "Peguei um Ita no Norte" a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca: durante o desfile, o público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão "Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".

Fortemente ligada com a tradição afro-brasileira em termos da escolha dos enredo e da criação musical destes, a Academia conseguiu a criação de melodias impressionantes e cantos emocionais entre a própria comunidade, como o samba de 2019 que trouxe o Orixá "Xango" como enredo do seu desfile. A escola possui o lema "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". É apelidada de "Academia do samba", e sua bateria é denominada "A Furiosa".

Referência bibliográfica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro_do_Salgueiro

http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/b001058.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acad%C3%AAmicos_do_Salgueiro#Primeiros_anos