Mulher de Favela – O poder feminino em territórios populares

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 21h58min de 25 de maio de 2020 por NILZA ROGERIA DE ANDRADE NUNES (discussão | contribs) (A Mulher de Favela representa como a feminização do poder é um movimento crescente que demonstra que há um protagonismo da mulher nos espaços populares, transformando suas inquietudes no exercício de um poder social e político.)

O que é ser mulher? O que é ter poder? O que é ser uma mulher com poder na favela? Estas questões norteiam o livro “Mulher de Favela – O poder feminino em territórios populares” que busca compreender como a feminização do poder é um movimento que emerge no cenário atual e afirma que há um protagonismo da mulher em condições de subalternidade que protagoniza uma nova cena política e social. Partindo do testemunho de 15 mulheres representando 15 favelas do Rio de Janeiro, extraímos as sinergias das suas trajetórias e construímos um constructo teórico do define o que seja a Mulher de Favela - um sujeito político que vem se construindo, principalmente, a partir da década de 1990, no contexto da globalização, e geopoliticamente se refere aos territórios de segregação socioespacial que se classificam como favelas (ou são percebidos como comunidades) no Rio de Janeiro. Elas transitam de práticas assistencialistas para práticas emancipadoras pela via da tomada de consciência política, pela mobilização e participação comunitária. Com muita autonomia vive a diversidade atuando como “militantes” por causas diversas. Movidas pelo afeto, pela solidariedade e pela reciprocidade apresentam uma forma de exercício do poder que parte de suas experiências vividas e transformaram suas inquietudes em ações para a defesa das suas favelas. Estas mulheres constroem uma dinâmica de movimento, de política e de interesse construindo caminhos para transformar a realidade que as cercam, transformarem-se a si mesmas, buscando novas formas de escrever a história — sua e dos outros que as cercam. Importa-nos ouvir suas vozes e aprender com o que elas têm a nos dizer. Suas histórias narradas desenham outra forma de exercitar suas experiências vividas e transformaram suas inquietudes em pontes, criando e articulando possibilidades de ação. Demonstram que têm um projeto de cidade, mas com uma escolha radical pelo território da favela. A trajetória de cada uma delas nos apresenta os diferentes caminhos que as mulheres vêm encontrando para transformar o mundo e transformarem-se a si mesmas, buscando novas formas de escrever a história — sua e dos outros que as cercam.