Pesquisa comunitária Construindo Juntos

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 17h26min de 4 de março de 2019 por Viviane Salles (discussão | contribs) (A pesquisa comunitária Construindo Juntos idealizada pela socióloga norte-americana Anjuli Fahlberg, professora da Tufts University em Massachussetts (EUA), e atualmente coordenada pela antropóloga Viviane Salles, fundadora do Laboratório do Pensament)

A pesquisa comunitária Construindo Juntos idealizada pela socióloga norte-americana Anjuli Fahlberg, professora da Tufts University em Massachussetts (EUA), e atualmente coordenada pela antropóloga Viviane Salles, fundadora do Laboratório do Pensamento Livre, tem por objetivo gerar conhecimento sobre diversas áreas de interesse da população da Cidade de Deus através da metodologia de pesquisa de ação participativa que possui como chave o protagonismo de moradores no processo de realização da pesquisa.


A pesquisa de campo foi realizada em março de 2017 sob coordenação de Ricardo Fernandes, agente cultural e ex-coordenador da ONG ‘Os Arteiros’, envolveu 15 pesquisadores-moradores numa abordagem a quase mil entrevistados em todas as subáreas da favela, incluindo áreas que em geral não são visitadas pelo IBGE como o Outeiro, o Brejo e as Casinhas Novas.


A elaboração do questionário da pesquisa, que possuiu x questões foi feita a partir de fóruns de discussão através da página CDD Acontece e rodas de conversas com moradores de diversos perfis em relação à idade, renda, raça e formação para a escuta sobre as demandas da população.


O banco de dados da pesquisa reúne informações muito relevantes sobre a população da Cidade de Deus em relação ao acesso à educação, saúde e cultura, transporte público, moradia emprego e renda da população adulta, identidade racial e religiosa e outras áreas.


Alguns dados da pesquisa que chamam a atenção:

• 49% dos entrevistados se autodeclararam pretos e outros 31%, pardos;

• Em 32% das residências, pelo menos uma criança de 0-5 anos não conseguiu vaga na creche.


• Em 77% das residências pelo menos uma pessoa já tinha sofrido problemas físicos ou mentais devido a rotina de violência.

• Em relação à escolaridade, em nossa amostra apenas 8% entram no ensino superior, 27% estudaram até o final do ensino médio; 12% estudaram até o final do ensino fundamental e 35% não terminaram o ensino fundamental.

• Em relação à trabalho e emprego, a informalidade tem evidência. Poucos trabalham com carteira assinada (20%), e muitos não fazem nenhum trabalho remunerado (41%).

A pesquisa Construindo Juntos foi financiada em sua etapa de campo pela Northeastern University e em sua fase de análise de dados e divulgação pela Tufts University. Também recebeu financiamento da Associação Americana de Sociologia. Mais informações através do site: www.construindojuntos.com