Praia do Pinto

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

A favela da Praia do Pinto foi uma favela que existiu nos bairros de Leblon e Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, até 1969.

Informações retiradas da internet pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

História[editar | editar código-fonte]

Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional.

No passado, havia um conjunto de favelas às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. A maior delas era a chamada Praia do Pinto, no Leblon, uma favela horizontal que teve suas origens provavelmente nos anos 1930, com o início da construção do canal do Jardim de Alá e a valorização imobiliária da região, o que aumentou a oferta de empregos na construção civil e na área de serviços. Seus primeiros moradores eram principalmente imigrantes nordestinos que procuravam trabalho ou já eram empregados nos bairros próximos.

Mas foi a própria valorização imobiliária, tornada especulação, um dos fatores decisivos para a enorme pressão que culminou na radical política de remoção de favelas empreendida durante os governos de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, nos anos 1960. Por meio de uma operação tão gigantesca quanto brutal, o poder público tentou remover ao máximo as favelas da Zona Sul e da região central, transferindo seus moradores para conjuntos habitacionais longínquos e de infraestrutura precária.

Incêndio e remoção[editar | editar código-fonte]

Localizada em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a favela se tornou alvo prioritário da campanha de erradicar de favelas que era movida então pelo governo militar e pelo governo do estado da Guanabara. Na madrugada de 11 de maio de 1969, enquanto se realizavam os preparativos para a remoção dos moradores para outros bairros, ocorreu um incêndio, cujas causas nunca foram esclarecidas, que destruiu mil barracos e deixou mais de 9 000 pessoas desabrigadas (na época, a favela abrigava 15 000 habitantes). O fato provocou grande tensão no período, com resistência de moradores e prisão de líderes comunitários, acelerando os trabalhos de remoção da população para conjuntos habitacionais em Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião e para abrigos da Fundação Leão XIII.

“Teria o incêndio sido proposital? Na opinião dos moradores entrevistados na pesquisa, isto surge de maneira praticamente unânime. De qualquer maneira, o próprio Governo da Guanabara admite que serviu aos propósitos remocionistas, tendo sido um "problema imprevisto e grave, mas sem alterar os planos originais, promoveu o Governo apenas a aceleração da mudança."

Jornais[editar | editar código-fonte]

Os jornais da época, como o Jornal do Brasil(abaixo), noticiaram o incêndio e a remoção da favela da Praia do Pinto:

Jornal do Brasil, 1969, Incêndio.
Jornal do Brasil, 1969.

Vídeo sobre remoção[editar | editar código-fonte]

Programa sobre a Remoção da Favela da Praia do Pinto, que completou 40 anos em 2009, assista abaixo:

Fotos[editar | editar código-fonte]

Foto Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional.
Barraco da favela.
Em março de 1969, o jornal Última Hora já noticiava o despejo da Favela da Praia do Pinto, que pegaria fogo dois meses mais tarde abrindo espaço para a especulação imobiliária.
Demolição em 69.

Referências[editar | editar código-fonte]

Cronologia do Pensamento Urbano: Incêndio e remoção da favela da Praia do Pinto.

Fotos do Rio Antigo: Demolição da favela da Praia do Pinto.

Hemerotéca Digital Brasileira: Jornal do Brasil, 1969.

Rio Memórias: Praia do Pinto.

Wikipédia: Favela da Praia do Pinto.