Quilombo Educacional Gbesa

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 17h08min de 6 de maio de 2022 por Gabriel (discussão | contribs)
Informações publicadas originalmente nas rede sociais da organização.
Logo do coletivo Gbesa de fundo preto e o desenho de duas mulheres ao centro de uma mandala de cores preta e marrom. Abaixo, em letras grossa de cor azul o nome "GBESA". Abaixo disso, em letras pequenas de cor laranja escrita "Quilombo Educacional".
Logo do coletivo.

O Quilombo Educacional Gbesa é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, nascida em 2020, durante o período da pandemia, que pode ser compreendida como um espaço resultante do processo de democratização do acesso às universidades, uma vez que a maioria dos/as integrantes são frutos da política de ações afirmativas.

Sobre

Organizada por uma rede colaborativa de professores/as, psicólogos/as e produtores/as culturais e comunicadores/as negros/as, sua missão é promover diálogos interseccionais no campo da educação para as relações etnicorraciais e identidades de gênero sob a percepção de dar continuidade às ações políticas afirmativas elaboradas pelos Movimentos Negros, ao longo do século XX, com o propósito de ampliar o acesso cada vez mais de pessoas pretas nos espaços de tomadas de decisão.

Com atuação voltada a oportunizar jovens e adultos negros e negras a terem acesso ao ensino superior, possibilitando, assim, o ingresso em universidades para dar continuidade aos próprios estudos, o Gbesa desenvolveu um curso com aulas regulares, on-line e gratuitas, para estudantes egressos da escola pública se prepararem para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM.

História

Autoria: Jamile Araújo[1].

A pandemia do novo coronavírus alterou a vida e a rotina de toda a população brasileira desde o mês de março deste ano. Com as medidas de isolamento social, houve suspensão de diversas atividades, entre elas as aulas nas escolas públicas e cursinhos em nível presencial. Entretanto, iniciativas para manter a formação de pessoas negras, visando a preparação para os exames de ingresso no ensino superior, que não tiveram alterações no calendário, vêm sendo realizadas virtualmente.

O Quilombo Educacional Gbesa é um desses espaços. Segundo Anderson Gavião, um dos idealizadores e coordenador geral do projeto, a ideia surgiu a partir da urgência de construir espaços formativos para auxiliar na instrumentalização de negros e negras, sobretudo jovens, a ingressarem nas Instituições de Ensino Superior (IES).

“O nosso Quilombo pode ser compreendido como um espaço que é resultado do processo de democratização do acesso às universidades, uma vez que a maioria dos(as) integrantes são frutos da política de ações afirmativas. Dando continuidade às ações políticas afirmativas elaboradas pelos Movimentos Negros, ao longo do século 20, com o propósito de ampliar o acesso cada vez mais de pessoas pretas nos espaços de tomadas de decisão”, explica Anderson.

Gbesa é um nome que tem origem nas línguas africanas Mina e Fon, que traz como significado ‘a voz mágica que acorda os ancestrais’. “A escolha do nome parte da necessidade de reaproximação com as cosmovisões africanas, que têm no comunitarismo o princípio que movimenta e dá sentido aos nossos passos no mundo”, pontua Gavião.  

Entre as inspirações do projeto político do Quilombo educacional, está o intelectual e militante brasileiro Abdias do Nascimento, a partir da formulação teórica do ‘quilombismo’, compreendendo a importância da experiência histórica dos quilombos, em termos de organização, territórios, relações comunitárias, luta e resistência à escravização, exploração e desumanização de negros e indígenas.

”Um Quilombo Educacional voltado  para revisão sistemática da preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) transcende a ideia de um cursinho social ou popular. Foi gestado durante o caos da pandemia de covid-19, dentro de um contexto conturbado, apresentando-se como uma proposta de construção coletiva, amparada nos princípios filosóficos de Exu, que nos ensina que o caos também pode se colocar como um ambiente fértil, de grandes transformações e crescimento para o nosso povo. Acreditamos que ‘acordar os nossos ancestrais’ é uma via importante a ser acessada para caminharmos rumo ao despertar das nossas potencialidades e, assim, empretecendo mais e mais as universidades”, ressalta Anderson.

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