Rap da Felicidade (música)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 13h34min de 6 de outubro de 2021 por Gabriel (discussão | contribs)

Autores: Cidinho e Doca.

Sobre

Rap da Felicidade é uma canção de funk carioca da dupla Cidinho & Doca, lançada em 1994 e produzida por DJ Marlboro.

Foi umas das primeiras gravações oficiais do gênero funk carioca no início dos anos 90. A canção alcançou sucesso repentino nas paradas musicais e rádios de todo o Brasil. Além das batidas 150 BPM características do funk carioca, ela leva um estilo de poesia rítmica (rap), se tornando um clássico do funk em geral.

Além do sucesso, a música trás uma letra clara e objetiva, abordando temas como violência, racismo e desigualdades sociais no Brasil. Assuntos que vão desde a violência nas favelas do Rio de Janeiro até a má administração de qualquer poder governamental no país.

Por outro lado, desde seu título, Cidinho & Doca reforçam a ideia de um lugar perfeito para se viver, ou seja, a própria favela onde nasceram e desejam ser feliz. Eles fazem um pedido ou apelo as autoridades governamentais que ali "não fazem nada". Segundo Cidinho e Doca, o funk é um estilo musical muito discriminado por ser um gênero totalmente de periferia e ainda afirma que, na época do sucesso da canção, cantaram o que muita gente não queria ouvir. Além disso, ainda reforçam a ideia que, depois de mais de 20 anos, a canção continua sendo um claro retrato dos dias atuais, não só para as favelas do Rio de Janeiro, mas para qualquer outro lugar do Brasil.

Clip

Ficha técnica

Lançamento 1994

Gravação 1994

Gênero(s) Funk carioca, miami bass e rap

Duração 5:12

Gravadora(s) Columbia

Composição MC Cidinho, MC Doca

Produção DJ Marlboro

Letra

Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Fé em Deus, DJ
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci, han
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer
Com tanta violência eu sinto medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e alegria aqui caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido à tiros de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
O pobre é humilhado, esculachado na favela
Já não aguento mais essa onda de violência
Só peço a autoridade um pouco mais de competência
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, han
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Diversão hoje em dia não podemos nem pensar
Pois até lá nos bailes, eles vem nos humilhar
Fica lá na praça que era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local
Pessoas inocentes que não tem nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Quem vai pro exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade
Vai pra zona sul pra conhecer água de côco
E o pobre na favela vive passando sufoco
Trocaram a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero abonança
O povo tem a força, precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar, eu
Eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci, han
E poder me orgulhar, é
O pobre tem o seu lugar
Diversão hoje em dia, nem pensar
Pois até lá nos bailes, eles vem nos humilhar
Fica lá na praça que era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local
Pessoas inocentes que não tem nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Quem vai pro exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade
Vai pra zona sul pra conhecer água de côco
E o pobre na favela, passando sufoco
Trocada a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero abonança
O povo tem a força, só precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar, é
Eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci, han
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar