Rede Nacional de Mães e Familiares: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Edição das 19h59min de 6 de agosto de 2022

Verbete criado pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de notícias contidas nas redes.

Rede Nacional de Mães e Familiares

O objetivo é denunciar o genocídio do povo negro, as chacinas em favelas, o aumento do número de homicídios no país e buscar respostas do Estado em relação a cada um desses casos. É a oportunidade de ouvir diferentes relatos que, juntos, mostram como essas mortes não são “acidentes”, mas sim um projeto político de extermínio colocado em curso.

Sobre

Luto

Os mortos e encarcerados sistematicamente no Brasil têm idade, cor e endereço: jovens, negros e periféricos. A injustiça desse cenário extrapola o disparar das armas e o fechar das grades. Familiares, amigos e mães também sofrem e clamam por Justiça.

A letalidade policial brasileira supera seu próprio recorde ano após ano. Segundo o Monitor da Violência, 6.160 pessoas foram mortas por policiais no País em 2018 – 935 a mais que em 2017. Os sistemas prisional e socioeducativo descumprem os direitos fundamentais da pessoa humana e deixam de cumprir seus reais propósitos.

As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para lutar por direitos, justiça, reparação e memória em todo o Brasil.

Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por responsabilização do Estado pela política de terrorismo que vitimiza uma população bastante especifica: jovens, negros e pobres. É também o mês em que, desde 2016, mães e familiares se reúnem anualmente.

Os Encontros da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado têm o objetivo de fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às violações de direitos perpetradas pelo Estado. É um importante momento de troca de experiências entre os familiares, que vivem o cotidiano de ameaça e repressão e buscam a construir a memória de seus filhos.

Em 2020, Fortaleza será a casa do 5º Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado.

Luto para nós é verbo

A letalidade policial, no Brasil, supera seu próprio recorde ano após ano e, no Brasil, tem um alvo bem definido: jovens, negros e pobres. As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mulheres, mães, irmãs, tias e familiares para lutar por justiça, reparação e memória.

Neste vídeo-artigo produzido por Natasha Neri e roteirizado por Juliana Farias, respectivamente, diretora e roteirista do premiado documentário "Auto de Resistência", vencedor do É Tudo Verdade de 2018, as autoras captam o testemunho destas mulheres incansáveis em sua essência mais profunda.

Vídeo Artigo

Direção: Natasha Neri

Roteiro: Juliana Farias

Fotografia: Neo Nabuco e Karla da Costa

Montagem: Renato Martins

Imagens adicionais: Airton Martins

Assistente de montagem: Luiz Martins

Memória

MEMÓRIA
MEMÓRIA
Vera Lúcia dos Santos

Uma das fundadoras do movimento Mães de Maio, em São Paulo. Em um único dia de maio de 2006, a cabeleireira perdeu a filha, a neta mais nova e o genro. Em 2008, Vera teve a casa invadida por policiais militares e foi acusada de tráfico de drogas. Injustamente condenada, passou três anos e dois meses na prisão.

Outras tantas violências estiveram no seu caminho, mas Vera nunca deixou de lutar.

Era 3 de maio de 2018, quando foi encontrada desacordada em sua cama. Ela estava deitada entre fotos e documentos pessoais. Na porta do quarto do filho, ela deixou pendurada uma camisa das Mães de Maio. Sua luta vive!

Janaína Soares

07.11.18 | “O coração não aguentou. Lamentamos profundamente a morte de Janaína Soares, vítima de infarto na comunidade de Manguinhos no Rio de Janeiro. Há 3 anos, seu filho Cristian, de 13 anos, foi assassinado. Mas a violência continuou se repetindo. Até que, no último domingo Janaína viu acontecer a morte de um adolescente de 17 anos atingido por um tiro enquanto andava de bicicleta. Não aguentou. Outros dois adolescentes também tiveram a vida interrompida neste fim de semana na cidade do Rio”. (UNICEF Brasil)

Histórias como a de Janaína são contadas dia a dia no Brasil afora. O adoecimento causado pelo Estado na vida das mães e dos familiares é irreparável. A dor e a saudade permanecem presentes no coração de quem fica e de quem luta.

Darlana Ribeiro Godói

Lana, como gostava de ser chamada, foi uma das coordenadoras da Associação de Familiares de Internos(as) do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Afisp/DF). Atuou ajudando os familiares da melhor forma que podia, sempre disposta a se sacrificar um pouco mais pela causa.

Descobriu há 5 anos que tinha leucemia, e mesmo assim não deixou de lutar: tanto contra o câncer, quanto pelos direitos dos internos. Ela batalhou com todas as forças e com esperança, mas faleceu no dia 22 de setembro de 2019. Apesar de a dor e o cansaço a consumirem, ela não perdeu a luta. Está viva em todas aquelas e aqueles que acreditam e militam pelos direitos fundamentais e dignidade dos filhos(as). Lana presente!

Os encontros

Encontros
“Nossos filhos tem Voz!“Nossos filhos tem Mãe!

As mães das vítimas se organizam em protestos, uma vez ao ano, não deixando calar a luta iniciada em 2016.

São Paulo

Em maio de 2016, por ocasião dos 10 anos dos Crimes de Maio, mães em luto e luta realizaram em São Paulo o “I Encontro Internacional de Mães de Vítimas da Violência do Estado: por Justiça, Reparações e Revolução!”.

O encontro consolidou o início de uma rede nacional de acolhimento e reivindicações.

Rio de Janeiro

Nos dias 19 e 20 de maio de 2017, mães e familiares de todo o Brasil se reuniram na capital carioca.

Além de rodas de conversa e oficinas, o evento contou com um ato diante da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Na ocasião, demandaram em carta apoio e agilidade para projetos de lei voltados para as vítimas do Estado.

Salvador

Entre 16 e 21 de maio de 2018, mães, familiares e vítimas do terrorismo do Estado do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos se reuniram em Salvador, BA.

Como em todos os anos, debates, encontros com autoridades e um ato público estiveram na programação.

Hidrolândia, Goiânia e Brasília

Realizada entre 18 e 21 de maio de 2019, a quarta edição nacional reuniu em Goiás mães e familiares de nove estados.

Ao fim, uma reunião decidiu que o 5º Encontro acontecerá em 2020 na capital cearense.

Ceará

Nos dias 17 a 20 de maio aconteceu, em Fortaleza, o V Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, nesse simbólico mês que representa a luta e resistência para os movimentos protagonizados por mulheres por memória, justiça, vida e liberdade nas periferias.

O 5o encontro nacional, dessa vez sediado no Ceará, contou com representação de 12 estados e cerca de 120 participantes, reunindo vozes que não se calam em nome de seus familiares, em sua maioria jovens e negros, assassinados ou torturados por ações das polícias nas favelas, comunidades, bairros, casas ou dentro dos espaços de privação de liberdade.

Referências

Sites:

1 - https://5encontronacional.wixsite.com/fortaleza?fbclid=IwAR3fvH7lzWR0ongFAxgR8K8pcZvspXxdx5pbeAXQcrnmR-Ng8XrKOwOHizc

2 - https://criola.org.br/familiares-de-vitimas-do-terrorismo-do-estado-se-manifestam-no-rio/

3 - https://ambfeminista.org.br/rede-de-maes-e-familiares-de-vitimas-do-terrorismo-do-estado-realizam-encontro-nacional-em-fortaleza/


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