Saúde sem máscara (documentário)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O documentário "Saúde sem máscara" foi produzido por professoras-pesquisadoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e dirigido por Renato Prata Biar. Ele aborda a crise sanitária no Rio de Janeiro a partir da perspectiva dos trabalhadores da saúde durante a pandemia de COVID-19, destacando as precárias condições de trabalho e os desafios enfrentados por esses profissionais. O filme busca humanizar as histórias dos trabalhadores e sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).

Autoria: Renato Prata Biar

Informações retiradas do site da EPSFV[1] e reproduzidos pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Imagem do documentário Saúde sem máscara.jpg

Sobre[editar | editar código-fonte]

Três professoras-pesquisadoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), em conjunto com o cineasta e diretor Renato Prata Biar, lançaram o documentário ’Saúde sem máscara’. O filme é fruto da pesquisa ‘Monitoramento da saúde, acesso à EPIs de técnicos de enfermagem, agentes de combate às endemias, enfermeiros, médicos e psicólogos, no município do Rio de Janeiro em tempos de Covid-19’, financiada pelo edital Inova Fiocruz, e coordenada por Mariana Nogueira, Leticia Batista e Regimarina Reis.

Segundo Mariana, a equipe já produziu infográficos e um boletim – publicados no início de 2021 – que informam os resultados quantitativos da pesquisa, produto de uma coleta de dados junto a mais de 200 trabalhadores da Estratégia Saúde da Família, da Rede de Atenção à Urgência e Emergência e da Rede de Atenção Psicossocial da cidade do Rio de Janeiro.

Também no início deste ano, a equipe da pesquisa organizou grupos focais, de forma online, com trabalhadores das UPAs municipais, das Clínicas da Família e dos CAPs com objetivo de analisar, a partir da fala deles, suas condições de trabalho e os impactos dessas condições e da pandemia nas suas vidas. 

“A partir desses relatos, nós tivemos indícios de uma grande precariedade nas suas condições de trabalho, uma insegurança que se relaciona não só à falta de acesso a equipamentos de proteção, mas também a vínculos empregatícios sem estabilidade, a não garantia de direitos trabalhistas, ao atraso de salários, entre outros”, aponta Mariana.

A pesquisadora destaca que trabalhadoras negras ou pardas compõem o perfil predominante. “Assim entendemos que, justamente por esse perfil constituir a maioria das trabalhadoras e trabalhadores do SUS no Brasil – se pensarmos nas técnicas de enfermagem, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde –, era importante dar destaque a mulheres pretas e pardas também no documentário e em todos os produtos da pesquisa”, indica.

Na avaliação de Mariana, a invisibilização das mulheres pretas e pardas é histórica considerando as marcas de um país que tem uma formação social e econômica “com base na escravidão, no colonialismo e também no capitalismo”. Então, segundo a coordenadora, essas mulheres que são da classe trabalhadora são invisibilizadas em diferentes setores, e no SUS não é diferente. “O documentário é um produto que traz uma linguagem acessível, bonita, que irá sensibilizar a todos que o assistirem, não só para essas condições precárias que muitos trabalhadores enfrentam no cotidiano, mas também para a importância do SUS e da garantia de que esse sistema precisa reunir todas as condições necessárias para dar segurança aos trabalhadores e aos usuários”, afirma.

Para Letícia, a arte como é uma expressão importante na luta por direitos sociais. Segundo ela, as falas das trabalhadoras e trabalhadores presentes no documentário representam não apenas as suas vivências, dão pistas dos caminhos da gestão da saúde no município do Rio de Janeiro durante a pandemia, e expressam uma crise que já existia antes da Covid-19. “Nossa expectativa é que o documentário possa chegar a todos, para ser discutido, criticado e analisado. E que a arte seja uma ferramenta de reafirmação do SUS como política pública, estatal e universal, um marco civilizatório que precisa ser defendido na pandemia, mas também além dela”, garante.

O diretor e roteirista do filme, Renato Prata Biar, explica que a ideia foi não fazer um filme meramente institucional e nem ficar só na discussão dos dados. “Gravamos conversas com trabalhadores da saúde mais do que para recolher dados, a gente queria obter dessas pessoas como está sendo a experiência de trabalhar numa pandemia com uma precarização absurda das condições de trabalho, como baixos salários, ausência de material”, lista, acrescentando: “Aproveitamos isso para mostrar que já havia uma precarização antes da pandemia e que esse contexto só agravou tudo isso”.

Segundo o diretor, o objetivo do documentário foi humanizar ainda mais as histórias dos trabalhadores da saúde para que a sociedade tenha empatia e se engaje nessa luta. Ele destaca ainda que a grande força do filme está nos depoimentos, que, para ele, são verdadeiros e emocionantes. “Quem está ali não é uma máquina. São pessoas com medos, desejos, anseios, angústias e frustrações. O que está ali é a fala do trabalhador, foi ele botando a cara e dizendo o que pensa da saúde, o que ele passou e passa ainda. A luta da saúde é uma luta de todos nós”, conclui.

Documentário completo[editar | editar código-fonte]

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

Direção e Roteiro: Renato Prata Biar
Produção: Mariana Abrantes
Assistente de Produção: Mauro Soares
Direção de Fotografia: Lucas Chaparro e Diego Souza
Som Direto: Fernando Kumagai
Montagem: João Paulo Costa e Renato Prata Biar
Edição de Som: Fernando Kumagai e Lucas Chaparro
Edição e Correção de Cor: Lucas Chaparro
Trilha Sonora Original Trailer: André Profeta

Acesse aqui o site da pesquisa

Referências[editar | editar código-fonte]

Veja também[editar | editar código-fonte]