Benedita da Silva (PT-RJ)
Primeira senadora negra do Brasil, Benedita da Silva, mulher preta e evangélica, de pai pedreiro e mãe lavadeira. Aos 80 anos e prestes a completar 40 anos na política ela foi reeleita, em 2022, deputada federal.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Este verbete faz parte do relatório "Favelados no parlamento", produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Benedita Sousa da Silva Sampaio (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1942) é uma servidora pública, professora, auxiliar de enfermagem, assistente social e política brasileira filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi a 59ª governadora do Rio de Janeiro e atualmente é deputada federal (2023-2026).
Primeira senadora negra do Brasil, também sendo ativista política do Movimento Negro e assumidamente feminista, Benedita Sousa da Silva nasceu no dia 26 de abril de 1942, no Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro. Filha da lavadeira Maria da Conceição Sousa da Silva, e do pedreiro e lavador de carro José Tobias da Silva. A família era extremamente humilde, e viviam na favela da Praia do Pinto, no Leblon. Esta comunidade não existe mais, pois foi completamente destruída nos anos 1960 por um incêndio.
Ainda recém-nascida, foi morar na favela do Chapéu-Mangueira, no Leme, onde foi criada. Com uma família numerosa de 14 irmãos, todos precisaram interromper os estudos para ajudar nas despesas do lar. Benedita, apelidada de Bené, passou a trabalhar ainda na infância, vendendo limões e amendoins pelas ruas da cidade. Na adolescência foi trabalhar como tecelã em uma fábrica de tecidos, e em casa ajudava sua mãe a lavar, passar e entregar as roupas dos clientes.
Por ocasião das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1965, e também por seu ativismo político desde muito cedo, foi indicada como representante do bairro de Copacabana, no concurso de mulheres sambistas promovido pela Prefeitura, tendo sido eleita a Miss IV Centenário. Em 1968 batizou-se nas águas, convertendo-se ao evangelismo, no seguimento Assembleia de Deus.
Foi nas décadas de 1960-70, tempos de agitação social devido ao regime militar, que Benedita e sua amiga Marcela reuniram diversas mulheres do Chapéu-Mangueira para enfrentar a difícil situação da comunidade, saindo as ruas em protestos e cobrando melhorias, resistindo também às investidas da polícia. Com ajuda da comunidade, fundou o Departamento Feminino da Associação de Moradores do Chapéu-Mangueira.
Logo depois do renascimento do movimento feminista carioca em 1975, essa pioneira associação de mulheres da comunidade procurou o Centro da Mulher Brasileira, para articular um trabalho em conjunto, promovendo uma troca histórica de experiências entre estratos sociais diferentes: A classe média ilustrada e as mulheres do morro.
Benedita percebeu que sua saída era estudar, para conseguir se manter atuante no movimento político em prol de sua comunidade. Com esforço, voltou aos estudos, tentando conciliar com seu trabalho de faxineira as aulas do colegial e posteriormente do pré-vestibular. Primeiramente formou-se em um curso de auxiliar de enfermagem, saindo do trabalho de faxineira, onde conseguiu trabalho em um hospital, para ganhar melhor e poder pagar um bom preparatório para o curso de serviço social, conseguindo aprovação alguns anos depois. Formou-se em serviço social no ano de 1982.
Casou-se em 1962 com seu primeiro namorado, o pedreiro Nilton Aldano da Silva. Eles começaram a namorar em 1960. Juntos, tiveram dois filhos: Pedro Paulo Sousa da Silva Aldano, nascido em 1964, e Nilcéa Sousa da Silva Aldano, nascida em 1966. Em 1981 ficou viúva. Em 1982 conheceu o líder comunitário Aguinaldo Bezerra dos Santos, e em 1983 casaram-se. Benedita ficou novamente viúva em 1988. Em 1990 conheceu e iniciou um relacionamento afetivo com o ator e político Antônio Pitanga. Benedita casou-se pela terceira vez em 1992, e até hoje está junto de seu marido. Com o matrimônio, tornou-se madrasta dos atores Rocco Pitanga e Camila Pitanga.
Atuação nos movimentos de favela[editar | editar código-fonte]
“A militância política do pobre começa no berço, no bairro, e não no partido. Foi na rua que aprendi que preciso lutar pela igualdade social para os homens e as mulheres!”
Sua atuação nos movimentos de favela, no movimento negro e de mulheres foi o início para sua candidatura como vereadora nas eleições municipais de 1982 pela legenda do Partido dos Trabalhadores. Eleita, sua trajetória política foi meteórica, tornando-se a primeira mulher afro-brasileira a atingir os mais altos cargos da história do Brasil: Vereadora e deputada federal constituinte, reeleita para um segundo mandato em 1990, sendo eleita senadora em 1994, com mais de 2 milhões e 400 mil votos, e vice-governadora no pleito de 1998.
Seus mandatos foram marcados pela defesa das minorias sociais. É de sua autoria o projeto que inscreveu Zumbi dos Palmares no panteão dos heróis nacionais; instituiu o dia 20 de novembro como o “Dia Nacional da Consciência Negra”, além de outros projetos que propõem a inclusão de negros nas produções das emissoras de televisão, filmes e peças publicitárias. Também criou delegacias especiais para apurar crimes raciais, cota mínima em instituições de ensino superior, obrigatoriedade do quesito etnia em documentos oficiais, assinou a lei contra o assédio e a favor dos direitos trabalhistas extensivos às empregadas domésticas.
Campanha pela esperança
Reeleita, em 2022, para seu sexto mandato como deputada federal, sempre pelo Partido dos Trabalhadores, ao qual é filiada desde 1980, a carioca Benedita da Silva completará 81 anos em abril do ano que vem, dois meses depois que reassumir a cadeira na Câmara Federal, em Brasília, para legislar pelos próximos quatro anos.
Benedita iniciará em fevereiro de 2023 seu terceiro mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, onde também já esteve entre 1987 e 1994.
Lutas pelos direitos das minorias[editar | editar código-fonte]
Benedita da Silva foi a única parlamentar negra a integrar a Assembleia Nacional Constituinte. Neste programa, ela destaca as experiências marcantes que viveu na luta pela igualdade e ampliação dos direitos das minorias no Brasil. Publicado na internet em 23/11/2018
Entrevista - "A escravidão mudou do chicote para a caneta"[editar | editar código-fonte]
Entrevista da parlamentar para o UOL Universa, Luiza Souto, com colaboração de Nathalia Geraldo.
Preta e nascida na favela carioca, de pai pedreiro e mãe lavadeira, a deputada federal Benedita da Silva (PT), diz, aos 78 anos, que nunca sentiu medo pela sua raça como nos dias de hoje. E decreta que o 13 de maio, data em que a princesa Isabel assinou a abolição da escravatura, não se celebra: “O extermínio da população negra continua”. Evangélica e mãe de dois, Benedita diz que ora todos os dias para que esse quadro não piore já que, na avaliação dela, o Brasil vive “um retrocesso inigualável”, com “gestores machistas” e “governantes e executivos que querem que a gente morra”.
Benedita foi a primeira mulher negra em muitos locais de destaque: na Câmara dos Vereadores do Rio, aonde chegou em 1982 sob o slogan “negra, mulher e favelada”; no Senado, em 1994, e no governo do Rio (2002- 2003), quando substituiu Anthony Garotinho, que se afastou para concorrer à presidência. “Somos ainda poucas mulheres lutando como um lobo contra o canhão”, ela diz:
“No dia em que Marielle [Franco, vereadora carioca assassinada em 2018] morreu, ela falava que a primeira vereadora negra, da favela, fui eu e que levou 10 anos para outra entrar, a Jurema Batista. E dizia: ‘Agora estou aqui, precisamos mudar essa história’. Fico arrepiada porque é meu sonho ver a mulherada preta ocupando esses espaços. Está faltando oportunidade.”
Benedita afirma que não se vê representada pela Ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, porque com “esse governo não tem diálogo”. E diz ainda por que não pretende se candidatar à Prefeitura do Rio. “Quero votar no [Marcelo] Freixo e tentar unir a esquerda novamente.”
De luto pela morte de um sobrinho, vítima do novo coronavírus, a deputada diz que a atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) no último dia 7 pedir para flexibilizar o isolamento é “para matar os pobres”, e fala que tem aproveitado o tempo em quarentena para estudo bíblico e aula de inglês online.
Veja abaixo os principais trechos:
A data de 13 de Maio, nesta semana, embora lembre a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, não é comemorada pelo movimento negro. Qual a forma mais correta de falarmos sobre ela?
Essa data faz parte da história do Brasil, para marcar o sofrimento que houve durante o processo abolicionista. Mas ela marca uma condenação, porque a abolição foi uma condenação. Não tivemos verdadeiramente a liberdade. Foram muitas as vítimas de atrocidades, e o Brasil foi um dos últimos a dar essa chamada “libertação”. Ficou, para nós, para os historiadores, militantes, como uma data de denúncia e de reflexão de que o extermínio da população negra continua até hoje. A escravidão apenas mudou do chicote para a caneta. Da caneta para a exclusão. É nesse sentido que o 13 de maio não se festeja.
Como a senhora enxerga hoje as políticas públicas de combate ao racismo?
Como um retrocesso inigualável. Temos todos os instrumentos colocados pelos governos Lula e Dilma (ambos do PT), como a regulamentação das terras de quilombolas, e as cotas raciais, que levam igualdade e oportunidade. Mas não tivemos grande evolução. Desde a entrada de [Michel] Temer (MDB), houve o esvaziamento dos espaços responsáveis pelos equipamentos de promoção de igualdade social. E hoje é uma loucura. Os gestores são, na sua maioria, machistas, que acompanham a cabeça do presidente da República. Ele coloca um negro na Fundação Cultural Palmares [Sergio Camargo] que disse que a escravidão foi ótima para os negros.
Como entender que a Casa Grande ainda usa negros para bater em negros, como capitão do mato? Chegamos a um 13 de Maio nunca visto antes
Há algum avanço, um ponto positivo, na atuação da ministra Damares Alves em relação à igualdade racial?
Não tem, querida. A gente tem projetos, mas com esse governo não tem diálogo. Temos um Congresso que trabalha com “tudo que seu mestre mandar, faremos todos”, no “toma lá, dá cá”. Eles falam que não pode ter ideologia, mas eles têm — e é perversa. E ser religioso não significa muita coisa [a ministra Damares é evangélica, assim como a deputada]. Todo mundo tem fé. Mas não deve haver contradição entre fé e política. Eu professo minha fé, de Gênesis a Apocalipse [livros da Bíblia], mas não posso ser contraditória nos direitos humanos. Não posso ir contra o que tenho como princípio, que é o amor ao próximo. Quem ama não mata, nem discrimina, abandona ou julga. E há muita contradição em religiosos que estou vendo ali.
Se eu faço diferente, sou “a comunista”, não tenho tanta fé em Deus, ou ainda meu partido tem que ser eliminado, Lula é a besta do Apocalipse. Acha que isso é de Deus?
Qual seria a política eficiente que de fato acabaria com o racismo?
Primeiro, temos que resgatar as políticas públicas compensatórias, de participação dessa população, e que é por meritocracia, já que nela está prevista teste e tudo o que os outros fazem. Estão acabando com as cotas, criando problema com o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), impedindo a ação de médicos cubanos. Todos os países com pandemia estão chamando os médicos cubanos para ajudar, mas o Brasil não pode — e esse racismo é uma coisa ideológica. Lembrando que essas políticas de ações compensatórias não foram feitas para toda vida. Era para, de dez em dez anos, fazermos uma avaliação dos avanços, e vermos onde precisamos avançar mais ainda. É inconcebível o negro não ter oportunidade de ir para a escola.
Por que o país ainda tem pensamento escravocrata depois de tantos anos de abolição?
Porque tem uma coisa ideológica colocada aí. A política de cotas não é nenhum favor, mas uma medida compensatória. E eles não entram lá sem fazer prova. Enquanto os brancos eram majoritários nesses espaços, estava tudo bem. Quando chegou a oportunidade da negrada entrar e mostrar seu talento, querem mais uma vez menosprezar, depreciar, desqualificar. Foi só dar oportunidade como o Fies e olha quantas pessoas se formaram. Temos médicos e advogados negros e negras. E eles se formaram por competência.
Mas há essa coisa escravocrata na cabeça de governantes e executivos que querem que a gente morra.
Com a pandemia provocada pelo coronavírus, e esse Fla x Flu entre quem aprova ou não o isolamento, as trabalhadoras do lar, na sua maioria negras, são das mais afetadas. Tem a ver com esse pensamento escravocrata?
É uma coisa escravocrata mesmo. A primeira vítima [fatal no Rio de Janeiro] foi uma empregada doméstica, contaminada pelo patrão. Porque a empregada doméstica não viaja. A viagem mais longa que ela faz é pela Baixada Fluminense. E ainda não estão pagando essas trabalhadoras. A diarista não tem um centavo. Sabemos que a coisa está feia. Elas precisam se cuidar. Mas como as pessoas vão se cuidar se o presidente da República foi ao Supremo pedir para flexibilizar o isolamento, por causa da economia? Quem eles querem matar? Os pobres, os camelôs da vida, as meninas do supermercado. Claro que há pessoas que dependem do trabalhador doméstico, por condições de idade e doença, mas tudo tem que ser feito dentro das regras. As pessoas vão ficando desesperadas porque não têm dinheiro e vão para a rua, se contaminando e contaminando outros. Acabei de perder o meu sobrinho por coronavírus. Nossa raça está morrendo.
Deputada, o mundo está em alerta com relação à violência contra a mulher em tempos de coronavírus, já que as vítimas passam mais tempo em casa com o agressor. E os números têm mesmo aumentado. Combater a violência de gênero tem a ver com o combate ao racismo?
Sim, porque a maioria da população é de mulheres negras. E aí você vê essas mulheres negras maltratadas, as trabalhadoras domésticas que mal conseguiram seus direitos e eles estão indo para o ralo com a política de trabalho.
Quando você cuida da mulher negra, está cuidando da maioria da população brasileira.
Como a mulher branca e o homem branco podem ajudar na luta antirracista?
A primeira coisa é ter consciência de que o racismo existe, e o seu papel é entrar na luta com a gente, defender a causa como se fosse sua. Porque é isso que eu faço. Quando luto pelas mulheres, não é só pelas mulheres negras. Quando luto pelo pobre, também sei da vida da classe média metida a besta achando que é rica. É preciso haver equilíbrio. Acho que o homem e a mulher branca merecem escutar nossa experiência e segurar a bandeira.
A senhora já sentiu vergonha ou medo pela sua cor?
Vergonha, não. Era criança e as pessoas não se sentavam perto de mim. Na escola, puxavam meu cabelo e me chamavam de “nega do cabelo duro”. Eles que deveriam sentir vergonha. Mas estou com um medo de que nunca pensei sentir. Medo pela cor da pele dos meus netos, de como minha bisneta será tratada na escola. Posso dizer que enfrentamos a ditadura, mas você não tem dimensão do que estamos enfrentando agora, com pessoas pedindo pelo AI-5, pelo fechamento do Supremo, criando uma milícia de 300 [diz referindo-se ao grupo bolsonarista “Os 300 do Brasil”]. Isso dá medo, mas não me dá o direito de recuar. Aliás, nem tenho mais tempo e idade para recuar de nada.
Não é exagero falar que está pior que a ditadura? Esse discurso não cria medo também?
Não, querida. Está uma loucura. E parece que estamos numa inércia. Essa falta de reação me impressiona, porque fomos levados, por fake news, a acreditar nisso que está aí, e essa ideologia está se consolidando na medida em que estão formando exércitos, de crianças a idosos. Isso é muito sério. Como pode ir pra rua dizer que o objetivo é fechar o Supremo? Estão amedrontando e ameaçando as pessoas baseados em quê? Mas ele [Bolsonaro] sabe o que está fazendo. Ele não é maluco. Cria situações para se manter na mídia, e ainda fala que o caos é culpa do PT. Gente, estamos em 2020. O PT está fora desde 2016.
Fonte: https://pt.org.br/deputada-benedita-da-silva-a-escravidao-mudou-do-chicote-para-a-caneta/
Principais leis aprovadas[editar | editar código-fonte]
Lei 8.662/1993 | Dispõe sobre a profissão de Assistente Social, e dá outras providências. Sancionada por Itamar Franco |
Lei 9.029/1995 |
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Lei 9.046/1995 | Acrescenta parágrafos art,. 84 da Lei nº 7.210, de 11 de junho de 1984 – lei de Execução Penal. Os estabelecimentos penais destinado a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos.
(Sancionada por Fernando Henrique Cardoso) |
Lei 9.315/1996 | Inscreve Zumbi dos Palmares no Livro dos Heróis da Pátria (Sancionada por Fernando Henrique Cardoso). |
Lei 14017/2020 | Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, ações de emergência destinada ao setor cultural. |
Lei 4041/2020 | Projeto de lei prevê que os partidos políticos reservem cotas mínimas para candidaturas de afro-brasileiros nas eleições para o Poder Legislativo, incluindo os pleitos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais. |
Outros projetos de leis[editar | editar código-fonte]
(Resumos dos principais projetos apresentados na Câmara e no Senado Federal, já são mais de 250 projetos de lei apresentados)[editar | editar código-fonte]
Lei nº 293, de 1987 | Declara feriado nacional o dia 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, consagrado pela comunidade afro-brasileira como Dia Nacional da Consciência Negra”. |
Lei nº 293, de 1987 | Declara feriado nacional o dia 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, consagrado pela comunidade afro-brasileira como Dia Nacional da Consciência Negra” |
Lei nº 764 de 1988 | Proíbe relações diplomáticas com países que adotem políticas oficiais de discriminação raciais |
Lei nº 857, de 1988 | Inclui disciplina ‘História e Cultura da África’ nos currículos que especifica |
Lei nº 858, de 1988 | Dispõe sobre a concessão, pelo Estado, de assistência médica e social às famílias carentes |
Lei nº 1.198, de 1988 | Dispõe sobre a criação da Polícia para Atendimento de Crimes contra a Mulher |
Lei nº 1.626, de 1989 | Dispõe sobre a proteção ao trabalho doméstico, e dá outras providências |
Lei nº 1.897, de 1989 | Declara Reserva Biológica o complexo florestal da Serra do Tinguá, nos distritos de Miguel Pereira, Paracambi, Nova Iguaçu, Petrópolis e Duque de Caxias” |
Lei nº 4.499, de 1989 | Institui o piso salarial, dispõe sobre a jornada de trabalho dos enfermeiros e determina outras providências. |
Lei nº 5.978, de 1990 | Acrescenta dispositivo ao artigo 3ª da Lei 7.998, de 11-01-90, para estender o seguro-desemprego ao empregado doméstico. |
Lei nº 1.349, de 1991 | Altera dispositivos da Lei 8.069/90-(Estatuto da Criança e do Adolescente) ECA, dispondo sobre a responsabilidade do processo de escolha dos membros dos conselhos tutelares aos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente. |
Lei nº 3.75, de 1993 | Dispõe sobre a proteção aos Idosos e Pessoas Portadoras de Deficiência. |
Lei nº 4.366, de 1993 | Altera dispositivos da lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que “define os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, e do Decreto de Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 do Código Penal. |
Lei do Senado 131, de 1996 | Dispõe sobre a língua Brasileira de Sinais, e dá outras providências |
Confira mais ações parlamentares da Deputada Federal Benedita da Silva neste link: https://www.camara.leg.br/deputados/73701/biografia
Outras Ações da Deputada Federal Benedita da Silva[editar | editar código-fonte]
- Presidente da Comissão de Cultura
- Titular da Comissão de Seguridade Social e Família
- Titular da Comissão da Mulher
- Suplente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
- Secretária da Rede da Comunidade de Língua Portuguesa – CPLP
- Titular Parlamento do Mercosul
- Presidenta da Frente Parlamentar Mista Brasil-Africa com Participação Popular de Enfrentamento ao Racismo
- Membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
- Presidente da Representação Brasileira da Fundação Mundial para o Memorial e a Preservação de Gorée (Dacar, Senegal)
- Foi Membro do Conselho Mundial de Igrejas, participando do setor de Combate Internacional ao Racismo
- Foi integrante da entidade norte-americana Parlamentarians for Global Action, que congrega parlamentares de todo o mundo
- Criou os grupos parlamentares Brasil- Senegal e Brasil-África
- Fundadora da Frente Parlamentar pela Criança
- Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Esterilização, Vice-presidente da CPI da Prostituição Infanto-Juvenil
- Titular da CPI do extermínio de Crianças e Adolescentes, criada a partir de requerimento de sua autoria.
- Autora do Requerimento da CPI da Adoção e Tráfico Internacional de Crianças Brasileiras
- Membro da comissão para acompanhar investigação do assassinato de João Alberto no estabelecimento Carrefour
Outros Cargos[editar | editar código-fonte]
1º de janeiro de 2007 até 31 de março de 2010 | Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro |
1º de janeiro de 2003 até 1º de janeiro de 2007 | Ministra da Secretaria Especial de Trabalho e Assistência Social do Brasil |
6 de abril de 2002 até 1º de janeiro de 2003 | 59.ª Governadora do Rio de Janeiro |
1º de janeiro de 1999 até 5 de abril de 2002 | 59.ª Governadora do Rio de Janeiro |
1º de fevereiro de 1995 até 17 de dezembro de 1998 | Senadora pelo Rio de Janeiro |
1 de fevereiro de 1987 até 1º de fevereiro de 1995 | Deputada Federal pelo Rio de Janeiro |
1º de janeiro de 1983 até 14 de março de 1986 | Vereadora da cidade do Rio de Janeiro |
Saiba o que a Deputada Federal Benedita da Silva já fez pelo seu município: Clique Aqui
Carreira Política[editar | editar código-fonte]
Em 1980 tomou parte na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), mas iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora do Rio de Janeiro em 1982, após militância na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, e se reelegeu para este cargo em 1990.
Na Legislatura de 1987-91, Benedita participou da Assembleia Nacional Constituinte, onde atuou como titular da Subcomissão dos Negros, das Populações Indígenas e Minorias. Em seguida, passou à Comissão de Ordem Social e da Comissão dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.
Em 1992, foi candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) a prefeitura do Rio de Janeiro. Terminou o primeiro turno em primeiro lugar, mas foi derrotada no segundo turno por César Maia, candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em 1994, Benedita da Silva foi eleita com expressiva votação (2.248.861 votos) para o Senado Federal, a câmara alta do Poder Legislativo brasileiro. Alguns anos mais tarde, Benedita largaria o Senado para disputar o Governo do Estado do Rio de janeiro, numa aliança política inédita que reuniu todos os partidos progressistas do país.
Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998, na chapa de Anthony Garotinho. Para assumir o cargo, renunciou ao mandato de Senadora, que só terminaria em 2002 - assumiu o suplente Geraldo Cândido. Em 2001, presidiu a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que reuniu mais de dez mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGs e governos. Benedita e o deputado Miro Teixeira. Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República em abril de 2002, assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro. Seu governo de nove meses, foi marcado por forte crise financeira no estado do Rio de Janeiro e pelo andamento de obras paralisadas no governo de Anthony Garotinho como o emissário da Barra da Tijuca, a despoluição da Baía de Guanabara e as obras da estação Siqueira Campos, da linha 1 do metrô do Rio de Janeiro.
Seu governo também foi marcado por troca de acusações entre ela e seu antecessor pela responsabilidade nos rombos do governo, o TCE-RJ reprovou as contas do exercício de 2002.
Candidata a reeleição ao governo do Rio de Janeiro nas eleições de 2002, foi preterida pelas classes menos abastadas da população, reduto eleitoral do PT, onde Rosinha Garotinho (PSB) alcançou expressivas votações, Benedita teve seus melhores resultados entre as classes A e B (onde Garotinho e seu grupo político possuem alta rejeição) e por isso não conseguiu um novo mandato obtendo 1.954.379 votos (24,44%).
Com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, assumiu em janeiro de 2003 o Ministério da Assistência e Promoção Social. Deixou o governo sob polêmica, após usar recursos públicos em um evento religioso na Argentina. Devolveu o valor das diárias e das passagens após o caso ser divulgado pela imprensa.
Assumiu em janeiro de 2007, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no Governo Sérgio Cabral Filho. Foi em 2010 eleita para mais um mandato de deputada federal pelo Rio de Janeiro com 71.036 votos (0,89%), e reeleita em 2014 e 2018, com 48.163 (0,63%) e 44.804 votos (0,58%), respectivamente.
Por sua luta contra o racismo, em 2017 foi homenageada na Exposição "Lembre-se da Escravidão" na ONU. Em junho de 2020, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), em nome da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), questionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de haver cota nos partidos políticos para candidatos negros e para o financiamento e tempo de propaganda eleitoral de suas campanhas. Em agosto, por 6 votos favoráveis e um contrário, o TSE acatou o pedido e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, determinou a aplicação das regras já no pleito de 2020. Benedita no exercício do mandato em Brasília. Benedita da Silva foi autora da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil.
Foi candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) a prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições de 2020. Seu partido oficializou sua pré-candidatura em 3 de julho, após Marcelo Freixo (PSOL) desistir de concorrer às eleições. Os dois formariam uma chapa. Benedita concorreu com o apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que indicou a deputada estadual Rejane de Almeida para a vice. Benedita não passou para o 2° turno, ficando em 4° lugar atrás dos candidatos Eduardo Paes (Democratas), Marcelo Crivella (Republicanos) e Martha Rocha (PDT). Recebeu 11,27% (296.847) dos votos, cerca de 900 atrás da candidata do PDT. Benedita ficou neutra no 2° turno, não apoiando Paes ou Crivella.
Em 2022 foi eleita deputada federal (PT) pelo Rio de Janeiro com 113.831 votos.
Redes Sociais[editar | editar código-fonte]
Fontes[editar | editar código-fonte]
https://tribunapr.uol.com.br/eleicoes/2022/candidatos/rj/deputado-federal/benedita-da-silva-pt-1377/
https://www.camara.leg.br/deputados/73701/biografia
https://pt.org.br/deputada-benedita-da-silva-a-escravidao-mudou-do-chicote-para-a-caneta/