Célia Xakriabá - (PSOL/MG) - Itacarambi - MG

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco


Doutora em antropologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e líder indígena, Célia Xakriabá foi a primeira indígena eleita deputada federal por Minas Gerais. Disputando uma vaga pelo PSOL, Célia teve 101.154 votos.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Este verbete faz parte do relatório "Favelados no parlamento", produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Célia Xacriabá

Quem é Célia Xakriabá[editar | editar código-fonte]

Célia Xacriabá - Sobre

Célia Xakriabá, do povo Xakriabá, integra o movimento indígena brasileiro. Foi professora em sua comunidade e fez os seus estudos de educação básica na Escola Indígena Estadual Xukurank, em São João das Missões.

Célia Xakriabá fez os seus estudos de Educação Básica na Escola Indígena Estadual Xukurank em São João das Missões. Depois, ela foi parte da primeira turma de Educação Indígena da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2013. Obteve um mestrado em Desenvolvimento Sustentável, Área de Concentração em Sustentabilidade Junto a Povos Tradicionais, na Universidade de Brasília (UNB), onde estudou por dois anos entre 2016 e 2018. Primeira mestre de seu povo, atualmente cursa o doutorado em Antropologia na UFMG.

Reafirma que sua primeira escola foi a luta. Sua luta é centrada na reestruturação do sistema educacional, no apoio às mulheres e à juventude dentro e fora da aldeia e na mudança das fronteiras geográficas para manter o território.


Trabalhou na Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais do Ensino, aportando os seus conhecimentos sobre as culturas indígenas e integrando-as no currículo de ensino. É assessora parlamentar no mandato Deputada Federal Áurea Carolina.

"Hoje entramos pra história! Primeira deputada federal indígena eleita pelo estado de Minas Gerais e iniciamos um novo momento da história da democracia neste país com a eleição de pelo menos três mulheres indígenas para o Congresso Nacional. Vamos com tudo para esse novo ciclo de luta, ARIÃTÃ!", escreveu.

Entre as propostas de Célia para o mandato estão a demarcação dos territórios indígenas e titulação dos quilombos, reconhecimento de profissionais indígenas e quilombolas da educação e reforma agrária e urbana.

Apresentação[editar | editar código-fonte]

Célia Xakriabá - Deputada Federal pelo PSOL

Mulheres Cientistas - Célia Xakriabá[editar | editar código-fonte]

No último episódio de Mulheres Cientistas, conheça a trajetória de Célia Xakriabá.

Carreira Política[editar | editar código-fonte]

Em 2015, com apenas 25 anos de idade, Célia foi a primeira mulher indígena que entrou para formar parte da equipe do órgão central da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, permanecendo até 2017.

“A minha entrada aqui foi um convite da própria secretária. Eu falei para ela que há várias pessoas com o perfil mais direcionado e com grande experiência nessa área. Porém, ela disse que o fato de ser mulher, jovem e de vir dessa militância há 13 anos foram importantes nessa escolha”.

Desde tal posição ela luta pelos direitos das línguas indígenas ameaçadas.

Trabalhou na Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais do Ensino, aportando os seus conhecimentos sobre as culturas indígenas e integrando-as no currículo de ensino. Em 2019, iniciou assessoria parlamentar como membra do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no mandato da deputada federal Áurea Carolina (PSOL).

Em 2022 Xakriabá tornou-se a primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal (PSOL) por Minas Gerais.

Luta pela demarcação de terras[editar | editar código-fonte]

Célia Xakriabá acredita que o problema principal dos povos indígenas no Brasil é a demarcação territorial. Este direito estava reconhecido na Constituição brasileira de 1988, mas foi contestado pela PEC 215, que dá o poder de mudar as demarcações territoriais indígenas ao Congresso Nacional em vez dos órgãos do Estado especializados na questão indígena, como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Assim, os territórios indígenas que não foram reconhecidos antes de 1988 agora têm muitos obstáculos para conseguir seu reconhecimento. Sem a demarcação, os territórios indígenas são invadidos, e seus recursos naturais são levados. A relação entre o povo e a terra indígena não é apenas material, também tem uma dimensão espiritual. Por isso, Célia Xakriabá propõe um reconhecimento real dos direitos e dos territórios indígenas, e também a integração dos povos indígenas nas narrativas da história, cultura e memória do Brasil, sem preconceitos nem prejuízos.

Educação indígena no Brasil[editar | editar código-fonte]

Célia defende que as escolas dos povoados indígenas têm que oferecer uma educação baseada nos conhecimentos indígenas e nos processos pedagógicos de cada povo, que são diferentes devido aos seus contextos diferentes. Também fala da indigenização, quilombolização e camponização das escolas ocidentais, para que os alunos que não são parte dessas comunidades possam aprender dos outros povos que constituem o país. Ela acha que a escola indígena quer usar a relação entre as pessoas e o território para ensinar como ensinar e que o estado deve garantir o acesso ao ensino médio para os povos indígenas. Além disso, o calendário das escolas tem que refletir os eventos importantes da comunidade e não as datas impostas pelo calendário gregoriano, como o Carnaval, que não tem significado para os povos indígenas.

O papel da mulher indígena[editar | editar código-fonte]

Em muitos artigos, entrevistas e palestras, Célia menciona como as mulheres indígenas são tratadas. Ela chama a atenção para a ausência das mulheres nas posições de poder, como posições políticas, e indica que esta falta de representação pode contribuir para a violência contra este grupo. Segundo a ativista, a influência das mulheres também é limitada pela maneira em que as escolas apresentam a história da colonização.Esta declaração revela de novo o seu desejo de mudar o sistema educacional existente.

Discursos e apresentações[editar | editar código-fonte]

Como resultado da sua educação e sua posição política, Célia recebeu convites para falar em diferentes eventos e programas. Por exemplo, ela visitou a Universidade de Brasília e participou em uma entrevista distribuída por Futura Play, uma organização que dedica-se em representar a diversidade do Brasil. Célia Xakriabá falando em evento na UnB em 2018 Em agosto de 2018, Célia falou na Universidade de Brasília para um público de estudantes indígenas. Ela enfatizou a importância da diversidade e também descreveu como a universidade forma a identidade ao mesmo tempo que a identidade forma a experiência universitária.

Quando foi à Universidade de Brasília em março de 2018, Célia deu uma palestra que chamava-se “Mulheres indígenas, resistência e protagonismo”. Durante a apresentação, Célia notou o alto nível de engajamento das mulheres na luta pelos direitos de povos indígenas. Explicou que, hoje em dia, a participação da mulher nos conflitos cotidianos está aumentando.

Além das suas aparências em Universidade, Célia realizou entrevistas em que compartilhou seus pensamentos sobre os métodos disponíveis para os jovens ativistas. Ela falou especificamente sobre a visibilidade e o potencial de promover a mudança por meio das plataformas de mídia social.

Fontes e Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Fontes:                                                                       

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/eleicoes/2022/noticia/2022/10/03/quem-e-celia-xakriaba-psol-a-primeira-deputada-federal-indigena-eleita-por-minas-gerais.ghtml

https://kope.org/professores/celia-xacriaba/

https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lia_Xakriab%C3%A1#cite_note-naturalidade-1

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