Centro de Estudos, Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão (CEPEDOCA)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O Centro de Estudos, Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão (CEPEDOCA) é um programa do Instituto Raízes em Movimento, organização sem fins lucrativos sediada no Complexo do Alemão. Criada por moradores locais, em 2001, desenvolve ações socioculturais. Em tempos recentes, passou a se concentrar nas áreas estratégicas de Produção de Conhecimento e Comunicação e Cultura, das quais fazem parte, respectivamente, os programas CEPEDOCA e CIRCULANDO: Diálogo e Comunicação na Favela.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de redes de comunicação oficiais do programa[1].
Logo do CEPEDOCA.
Logo do CEPEDOCA.

Sobre[editar | editar código-fonte]

O Centro de Estudos, Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão (CEPEDOCA) é uma iniciativa do Instituto Raízes em Movimento. Está inserido na visão estratégica do instituto de produzir saberes como ferramenta de legitimação da luta e das reivindicações populares. Logo, para entender o projeto é preciso antes conhecer a trajetória da instituição e seu compromisso com a organização social e mobilização política dos moradores do Complexo do Alemão.

Para além dessa relação com a trajetória do Raízes em Movimento, crucial para o surgimento da ideia do CEPEDOCA, dois outros elementos foram importantes para o seu amadurecimento: primeiro, as alterações no contexto local a partir do fim da década de 2000 e o estreitamento da relação institucional com a UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Saiba mais no vídeo abaixo:

Projetos[editar | editar código-fonte]

Bibliografia Comentada[editar | editar código-fonte]

A Bibliografia Comentada sobre o Complexo do Alemão, que ora apresentamos, tem como objetivo criar uma base sólida de consulta para pesquisadoras/es e público em geral sobre a produção com foco no Complexo do Alemão; mas, também, e sobretudo, oferecer a organizações sociais locais e pessoas que trabalham no bairro (especialmente professoras e professores da educação básica) um atalho para um dado conhecimento sobre o bairro, cujo acesso, acreditamos, poderá potencializar suas lutas e atuações diversas.

Trata-se de um retrato de momento, mas que não se pretende estático. Sua disponibilização em meio virtual, no Portal do CEPEDOCA, garantirá que novas contribuições possam, futuramente, alimentar este rico acervo bibliográfico.

Essa publicação não seria possível sem o apoio do Deputado Jean Wyllys, sem o envolvimento de professoras/es e alunas/os da UFRJ, sem a participação do Instituto Raízes em Movimento, as leituras de pesquisadoras e pesquisadores do Coletivo de Pesquisadores em Movimento e sem a colaboração dos moradoras/es locais, destinatários finais desta iniciativa.

Pesquisadores em Movimento[editar | editar código-fonte]

O Coletivo tem reuniões mensais desde o segundo semestre de 2014, nas quais são discutidos os trabalhos de cada um(a), ou temas pré-estabelecidos. Assim como o Vamos Desenrolar, sua forma é mutável e, ainda que haja uma regularidade mensal dos encontros, seus conteúdos variam de modo a torná-lo sempre produtivo. Para além desses encontros mensais, o Coletivo tem uma importância muito grande para a realização de outras atividades do Raízes em Movimento como: o engajamento nas leituras necessárias para a produção dessa publicação; a participação nas atividades do Vamos Desenrolar; preparação de aulas para o Curso de Extensão Raízes Locais; produção de informações para pensar projetos; envolvimento em mutirões realizados nos últimos anos; entre outros. Em particular, há de se destacar a produção do livro “Vida Social e Políticas nas Favelas: pesquisas de campo no Complexo do Alemão”, organizado por Rute Rodrigues, num parceria do Raízes em Movimento com o IPEA.

Essa rede coloca possibilidades de envolvimento de pesquisadoras e pesquisadores com as pessoas e lugares de seus trabalhos de campos que vão bem além da produção textual necessária para sua titulação, isto é, teses, dissertações e artigos.

Vamos Desenrolar[editar | editar código-fonte]

O Vamos Desenrolar é uma ação do Instituto Raízes em Movimento, articulada ao Centro de Documentação, Pesquisa e Memória do Complexo do Alemão (CEPEDOCA). Este é um projeto do Instituto para construção de uma unidade de registro da história do bairro e de sua articulação com a cidade, com a produção de um acervo e realização de pesquisas históricas e de memória sobre a área. Ele já está em desenvolvimento com os encontros mensais do Coletivo de Pesquisadores em Movimento, com o próprio Vamos Desenrolar, no mapeamento de um acervo a ser construído e na articulação com diversas universidades sediadas na cidade do Rio.

Raízes Locais - Memórias e Identidades[editar | editar código-fonte]

O Raízes Locais - Memórias e Identidades é uma ação do programa CEPEDOCA desenvolvido pelo Instituto Raízes em Movimento e tem como proposta construir coletivamente junto às juventudes novas leituras sobre o Complexo do Alemão. Desenrolando ideias, circulando pelas favelas e outras partes da cidade, movimentando e construindo caminhos que respeitem a identidade e memória.

A proposta está focada em desenvolver atividades com alunos de Ensino Médio dos Colégios Públicos situados no Complexo do Alemão para trabalhar as memórias e identidades desses espaços por meio da construção de uma cartografia social subsidiada pelas entrevistas realizadas pelos jovens participantes do projeto junto aos moradores antigos, promovendo diálogos inter-geracionais. Os registros desse processo (encontros de formação, documentos, fotos, vídeos e as entrevistas), ajudarão a alimentar o mapa de memória afetiva consolidada no aplicativo Google Map, além do acervo sobre o Complexo do Alemão em processo de consolidação.

Acervo[editar | editar código-fonte]

O acervo do CEPEDOCA faz parte de um conjunto de ações que o compõem. O fórum permanente com pesquisadores de diversas áreas, ações de formação como os cursos de extensão e oficinas, e a realização de pesquisas. Sua ampliação e estruturação potencializa todo esse conjunto de ações seja com subsídios para a realização de novos eventos e pesquisas, ou registrando e divulgando todo saber e conhecimento produzido. Todos esses esforços são importantes para garantir a documentação e o registro de toda uma história possível, ou melhor, histórias possíveis, as quais podem se perder por não serem objetos dos veículos formais de produção e preservação do saber. Trata-se da preservação não apenas de memórias de quem vive no Complexo do Alemão, mas de pessoas que moram e circulam pela cidade, que são brasileiras e brasileiros, mas que constroem sua fala a partir do lugar onde vivem, a qual geralmente é silenciada pelos veículos oficiais dos meios de comunicação mas também acadêmicos. São milhares de estórias, “causos”, trajetórias, fotos; documentos como cartas, recibos e atas de reuniões locais; e, ainda, jornais locais, produções artísticas como poesias, músicas e vídeos; os quais têm muito a ensinar e devem ser preservados para fortalecer as identidades e pertencimentos locais e trazer outras representações, necessárias, sobre o mundo.

Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Facebook

Instagram

Ver também[editar | editar código-fonte]

  1. Informações reproduzidas a partir da página do CEPDOCA na internet.