Chacina do Itaguaí - 15 de outubro de 2020
Chacina do Itaguaí aconteceu em 15 de outubro de 2020 provocado por um confronto entre Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e milicianos. O episódio resultou na morte de 12 pessoas.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Este trabalho é uma pareceria entre os grupos GENI/UFF, Radar Saúde Favela e CASA (IESP/UERJ) juntamente com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.
História[editar | editar código-fonte]
O confronto ocorreu a partir de ação realizada em conjunto entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, resultou na morte de 12 pessoas em Itaguaí, na Baixada Fluminense. De acordo com a polícia, todas as vítimas eram integrantes da milícia e portavam fuzis, metralhadoras e pistolas.
O confronto aconteceu na rodovia Rio-Santos, em Itaguaí, logo após os milicianos terem sido abordados pelos policiais. Segundo a polícia, o primeiro tiro foi disparado pelos bandidos, que estavam divididos em quatro carros. Um policial da Core chegou a ser atingido, mas foi protegido pelo colete à prova de balas. Onze homens morreram no local e um foi socorrido, mas também acabou falecendo. Ninguém fugiu.
Os suspeitos estavam sendo monitorados há cerca de duas semanas pelo serviço de inteligência da polícia. Há indícios de que eles eram ligados a Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera, gerente da milícia Liga da Justiça. Na ocasião, as polícias realizaram apreensão de armas.
Vídeo[editar | editar código-fonte]
Vinculação na mídia:
Mortes[editar | editar código-fonte]
De acordo com a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, equipes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), peritos legistas e papiloscopistas trabalharam para conseguir confirmar as identidades dos homens apontados como paramilitares na ação. Além do ex-PM Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, braço direito de Wellington da Silva Braga, o Ecko, e líder da milícia de Itaguaí, também foram mortos no confronto: Magnun Cirilo da Silva, vulgo MG ou Magnun; Emerson Benedito da Silva, vulgo Macumba; Wagner Eduardo da Cruz; Paulo Cesar Cassimiro Duarte; Maicon Rodrigo da Costa; Rodrigo Faustino Gamma; Walace dos Santos Lopes; Luiz Felipe Pereira Bertoldo; João Vitor Leitão Rangel; Otavio Victor Schwantes de Araújo; Mateus dos Santos Silva. De acordo com a polícia, todos possuem envolvimento com a milícia.
Cabo Bené, de acordo com os relatórios da polícia, era um criminoso de "altíssima periculosidade" e de perfil extremamente violento. Atuava como líder da milícia de Itaguaí e áreas próximas. Trabalhou como policial militar e foi expulso da corporação por envolvimento com a milícia de Campo Grande em meados de 2008. É apontado como braço direito do miliciano Ecko. Benevides, ainda de acordo com as investigações, tem envolvimento com um cemitério clandestino encontrado em Itaguaí e com pelo menos seis homicídios. Ele era procurado pela polícia e possuía mais de dez mandados de prisão preventiva pendentes e dezenas de anotações criminais por diversos crimes, como homicídios, roubo, extorsão, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
Emerson, vulgo Macumba, também era considerado um criminoso de "altíssima periculosidade". De acordo com a polícia, ele liderava a milicia de Itaguaí ao lado do Cabo Bené. Possuía anotações por porte ilegal de arma, extorsão e organização criminosa. Tinha um mandado de prisão pendente.
Magnun, vulgo MG, era apontado como comparsa e um dos homens de confiança de Benevides, também considerado de "altíssima periculosidade". Possuía oito anotações criminais, por, por exemplo, extorsão, roubo majorado, porte ilegal de arma, organização criminosa e lesão corporal. Ele era procurado e tinha sete mandados de prisão pendentes.
Wagner Eduardo, era considerado criminoso de alta periculosidade e tinha três anotações criminais, tanto por crime de extorsao, como por crime de organização criminosa. Ele estava preso e havia deixado a cadeia há pouco tempo, de acordo com a polícia.
Além dos principais membros da milícia mortos no confronto, a Polícia Civil também detalhou o histórico dos outros suspeitos baleados. Paulo Cesar era egresso do sistema penitenciário e tinha uma anotação criminal por lesão corporal; Maicon Rodrigo possuía duas anotações criminais, sendo uma por roubo majorado; Rodrigo Faustino era ex-presidiário e tinha duas anotações criminais por extorsão, receptaçao e adulteração de sinal identificador de veículo; Wallace também era egresso do sistema penitenciário e possuía anotações por lesão corporal; Luiz Felipe Pereira Bertoldo tinha passagens na polícia por lesão corporal e receptação. Otavio Victor Schwantes respondeu por atos infracionais quando era menor de idade.
Repercussão na imprensa[editar | editar código-fonte]
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