Grupo CASA - estudo sociais sobre moradia e cidade

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O grupo de pesquisa foi criado em 2015 e reúne pesquisadores com diversos níveis de formação, interessados em compreender as dinâmicas de construção das cidades tendo como ponto de vista privilegiado os espaços de moradia e a provisão de infraestrutura urbana. Ele está sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e é coordenado por Mariana Cavalcanti e Eugênia Motta.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir do site oficial do grupo de pesquisa.
Logo do Grupo CASA (IESP-UERJ)
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Sobre[editar | editar código-fonte]

As casas são espaços múltiplos. São os lugares da intimidade e de expressão dos afetos familiares, abrigando as atividades mais fortemente vinculadas à produção de familiaridade, como a alimentação, os cuidados cotidianos com o corpo e o sexo. Mas as casas também são objeto por excelência de políticas estatais e projetos de desenvolvimento, seja para a construção de unidades domiciliares com vistas à garantia do direito à moradia, seja para botar abaixo construções para abrir espaço para projetos de urbanização. Elas também são espaços ao mesmo tempo materiais e simbólicos, edifícios e instituições sociais. Essa multiplicidade as torna lugares e objetos privilegiados para observação e análise de fenômenos sociais de escalas variadas.

A etnografia é uma marca dos estudos do grupo, não apenas como método de pesquisa ligado à observação participante, mas também como perspectiva analítica. A descrição aprofundada, a observação direta e prolongada e, principalmente, o ponto de vista dos próprios agentes, são as bases para análises compreensivas e não normativas sobre a vida nas cidades.

Linhas de pesquisa[editar | editar código-fonte]

Cotidiano, familiaridades e afetos

Essa linha de pesquisa está relacionada à tradição antropológica dos estudos sobre parentesco, família e familiaridade e pessoa. O espaço da casa é o lugar onde se cozinha, se come coletivamente, se cuida do corpo, se dorme, se faz sexo, entre tantas outras atividades ligadas ao cuidado. Ela abriga objetos de culto, ancestrais e documentos pessoais. Ao mesmo tempo é a referência simbólica a partir da qual se concebem a proximidade e a distância entre pessoas vivas e mortas, as mais próximas consideradas como parentes. As casas também são lugares em que feminilidade e masculinidade ocupam um papel central. As pesquisas ligadas a essa linha se dedicam a investigar e analisar a construção e manutenção das relações de intimidade e afeto constituídas nas casas e por meio das práticas a elas relacionadas.

Infraestruturas e materialidades urbanas

As cidades são feitas de edifícios, pontes, ruas, dutos e tantas outras estruturas materiais que permitem a vida coletiva em uma ocupação densa dos espaços. Elas conformam a vida social urbana, permitindo ou interrompendo fluxos – de pessoas, substâncias e objetos – fixando pontos de convergência. Nessa linha as pesquisas se dedicam a compreender como as infraestruturas urbanas são construídas, como participam da vida das pessoas e da constituição dos espaços urbanos.

Mercados, trabalho e economia

As cidades são espaços de grande circulação. Muitas das pessoas, objetos e substâncias que se movem pela cidade, constituindo-a, assim o fazem como parte de circuitos de troca comumente mediadas pelo dinheiro. Essa linha de pesquisa é dedicada à investigação tanto de prática econômicas cotidianas dos moradores das cidades quando de processos mais amplos ligados a mercados visto de um ponto de vista mais amplo, como o mercado imobiliário, por exemplo. Interessa especialmente compreender as dinâmicas entre circuitos, transações e relações reguladas por contratos escritos e submetidos aos órgãos estatais com outras relações e regulações, sejam elas propriamente ilegais ou não.

Projetos de intervenção e políticas públicas

São vários os agentes, comumente órgãos e instâncias estatais, mas não apenas, dedicados a transformar a cidade em nome do bem comum ou manter a ordem. Interessam-nos nessa linha de pesquisas as intervenções que são planejadas e planificadas tendo como justificativa a melhoria da vida das pessoas, se dedicando a construir infraestrutura urbana, a regular mercados e garantir a segurança. Nossa abordagem etnográfica implica levar em consideração os múltiplos pontos de vista sobre o que é melhor expresso pela palavra em inglês policy, o lugar dos projetos e justificativas formais e as práticas cotidianas na chama “implementação”. Aqui, documentos, leis, procedimentos, medidas, tabelas, têm um papel central, participando da conformação das políticas de maneira determinante.

Pesquisadores e pesquisadoras[editar | editar código-fonte]

Coordenadoras[editar | editar código-fonte]

Mariana Cavalcanti é doutora em Antropologia pela University of Chicago e professora adjunta do departamento de Estudos Sociais do Instituto de Estudos Socais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ) desde 2015. Entre 2008 e 2016 foi professora da Escola de Ciencias Sociais/CPDOC da Fundação Getulio Vargas. É coordenadora do Grupo Casa: estudos sociais sobre moradia e cidade, e pesquisadora associada do NuCEC (Nucleo de Estudos sobre Cultura e Economia, UFRJ) e do Instituto de Economia Real. Integra a diretoria da ONG Catalytic Communities desde 2018 e foi co-fundadora da Casa Fluminense, associação da qual foi também conselheira entre 2013 e 2017. Suas pesquisas se dedicam ao entrecruzamento dos temas da moradia, da urbanização e da produção das cidades e das políticas públicas. Co-dirigiu o documentário Favela Fabril (2012, 50’), e co-organizou os livros Occupy All Streets: Olympic urbanism and contested futures in Rio de Janeiro (New York: Terreform, 2016) e O Mundo Popular: trabalho e condições de vida entre as camadas subalternas, com textos de Luiz Antonio Machado da Silva. Como consultora, já desenvolveu pesquisas de avaliação de políticas públicas como as Unidades de Polícia Pacificadora e programas de inclusão produtiva para o Banco Mundial.

Eugênia Motta é mestre e doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, UFRJ. Atualmente é professora colaboradora e bolsista de pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ. É pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC), do DOCUMENTA  e coordena o Grupo CASA. É fundadora e diretora do Instituto de Economia Real.

Pesquisadores(as) internos[editar | editar código-fonte]

Ana Clara Chequetti

Ana Clara Macedo

Ananda Viana

Brauner Cruz Junior

Clara Polycarpo

Diego Francisco

Giovanna Lucio Monteiro

Gustavo de Queiroz

Hellen Oliveira

Luiz Henrique Campos

Marcelo Reis

Marcos Campos

Mariah Queiroz

Michel Misse Filho

Paulo César Limongi

Rodrigo Agueda

Soraia Silva

Thiago Cavalcante

Vanessa Henriques

Vinicius Reis

Yasmin Curzi

Pesquisadores(as) associados[editar | editar código-fonte]

Bruno Carvalho

Camila Pierobon

Daniella Guedes

Igor Pantoja

Luiz Antônio Machado da Silva (in memoriam)

Marcella Araújo

Rachel Viana

Thomas Cortado

Institutos e núcleos parceiros[editar | editar código-fonte]

Casa Fluminense

ComCat - Comunidades Catalisadoras

Dicionário de Favelas Marielle Franco - WikiFavelas

GENI/UFF - Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos

NuCEC - Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia

O Instituto

Quiprocó Filmes

Urbano - Laboratório de Estudos da Cidade

Contatos[editar | editar código-fonte]

Rua da Matriz 82, Botafogo

Rio de Janeiro - RJ

22260-100 - Brasil

Tel: +55 21 2266-8300

e-mail: [[1]]

facebook: https://www.facebook.com/grupoCASAIESP

instagram: https://www.instagram.com/casa.iesp/