Loka de Efavirenz

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Enlouquecidas pela sociedade e pelo Efavirenz, unidas pelo HIV e na treta contra o fascismo. Coletiva PositHIVa. Prazer, 💋 Nossa missão no mundo é meter o Loko! 💌

Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de redes de comunicação oficiais do coletivo 
Loka de Efavirenz (Parnamirim – RN)

Quem somos[editar | editar código-fonte]

Loka de Efavirenz (Parnamirim – RN)

Este é o coletivo Loka de Efavirenz. Loka, pela luta antimanicomial. Efavirenz porque a gente já teve Aid$ e não quer ter de novo. Nossa missão no mundo é meter o Loko e denunciar as violações aos Direitos Humanos sofridas pelas pessoas vivendo com HIV/Aid$.

Por Aline Ferreira*

24/07/2017 – Apresentar o Coletivo Loka de Efavirenz – a Loka – em poucas linhas não é tarefa fácil, exige um exercício de síntese desta paixão coletiva que nos uniu.

Podemos começar dizendo que a Loka (depois de desabafos e compartilhamentos de angústia, com incenso de Júpiter na fogueira), é parido em uma página no Facebook e intervenções públicas que miravam desconstruir o senso comum em torno do debate sobre HIV/aids; numa chave de crítica que se elaborava (como ainda acontece) entre leituras políticas, ironias, humor e denúncias.

Foi em agosto de 2016, com a Lua em Capricórnio, que a Loka realiza o lançamento de perfis homônimos em algumas redes sociais e intervenções políticas em algumas universidades, com o intuito de denunciar a condução arbitrária de políticas públicas de saúde para as Pessoas Vivendo com HIV/aids (PVHA).

Desde o início o coletivo foi se organizando para pautar os direitos das PVHA dentro de uma perspectiva que considera os recortes sociais como raça, gênero, classe social, sexualidade, entre outros, e as condições estabelecidas pelas políticas públicas desenvolvidas para as PVHA pelos órgãos competentes do Estado. Isto, a partir de leituras políticas que compreendem a atual gestão da saúde pública como articuladores de um projeto de sociedade que se encontra cada vez mais sufocada com pautas reacionárias e conservadoras, que colocam em xeque os poucos direitos conquistados por nós, populações historicamente oprimidas.

Desde aquele momento, acumulamos, em ambientes virtuais, um conjunto diverso de conteúdo digital que reúne artigos, denúncias, campanhas, vídeos, dentre outras. Conteúdo, por meio do qual, desenhamos nossa movimentação política e apresentamos nossos posicionamentos.

E talvez por ser um coletivo predominantemente formado por acadêmicas, muitas de nossas participações foram concentradas nesse meio. Como, por exemplo, o evento que compomos junto com o Departamento de Midialogia do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, realizando uma atividade na Semana de Midialogia sobre Representatividade na Mídia; em parceria com o Coletivo DiversIME (Coletivo de Lésbicas, gays, bissexuais, Transsexuais, Transgêneros e Travestis – LGBT – discente do Instituto de Matemática e Estatísticas da Universidade de São Paulo – IME/USP), participamos de atividades voltadas a Comemoração do Dia Internacional de Combate à Homofobia, dando ênfase aos desdobramentos da homofobia sobre as LGBT e PVHA. A convite do Laboratório de Pesquisas Sociais em Medicina e Saúde (LaMeS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e em parceria com o grupo Cida de Teatro, com o projeto “De onde vem e pra onde vai Cida?”, de Natal, participamos do II Seminário de Pesquisas em Gênero, sexualidades e HIV/aids, trazendo uma análise sobre experiências de ativismo em HIV/aids em redes e mídias sociais.

Enfim, assumimos os espaços de privilégios que ocupamos e isso é um dos primeiros passos na caminhada para ressignificação das estruturas que nos limita, no caminho a reconstrução de outras possibilidades de existência. Numa perspectiva de que vivemos um desmonte ágil, generalizado e fatal do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, acreditamos na articulação política entre pessoas e organizações políticas como uma estratégia de luta em defesa de uma política pública de saúde universal e humanizada.

Vemos na construção e/ou na facilitação de espaços de debate, troca e reflexão sobre o serviço de saúde oferecido pelo Estado, métodos eficazes de se fazer esta articulação. Defendemos, assim, a organização coletiva como uma forma de resistência eficaz aos avanços neoliberais na área e, portanto, em defesa de um projeto anticapitalista para a saúde pública. Entendemos que defender um modelo de política pública de saúde que seja pautado nos direitos humanos, garantido gratuitamente e com qualidade pelo Estado – conforme a lei que regulamenta o SUS –, passa pela denúncia dos ataques e crimes cometidos contra o/e no SUS.

Pautar essas questões de maneira a mobilizar parte da população em torno desta pauta se faz necessário, à medida que a precarização do SUS avança rapidamente e incide sobre todas as pessoas usuárias deste serviço como uma violência contra a vida. Sendo assim, acreditamos que uma articulação horizontalizada e orgânica nos ajuda a organizar parte dessa luta de maneira a nos empoderar coletiva e mutuamente por meio de articulações políticas fortes. Este é o nosso objetivo.

FONTE: https://agenciaaids.com.br/artigo/prazer-somos-loka-de-efavirenz-e-nossa-missao-no-mundo-e-meter-o-loko/

Propósitos[editar | editar código-fonte]

Missão

Combater a violência institucional, estrutural e simbólica que marginaliza ainda mais as populações historicamente oprimidas.


Visão

Pensar o HIV para muito além de uma resposta biomédica e centrada em quem não vive com o vírus e seus estigmas.


Valores

Direitos Humanos; Equidade; Solidariedade.

Fundação[editar | editar código-fonte]

Atuante no Movimento Social de HIV/AIDS desde julho de 2016, possui a perspectiva de incentivar o debate público sobre as questões que envolvem esse tema.

As políticas públicas de saúde direcionadas as pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS estão no centro do nosso debate, desde campanhas de prevenção corroboram para a manutenção do estigma sobre a população soropositiva, até as condições de acesso ao tratamento nos diferentes cenários e arranjos sociais.

A LOKA parte da leitura de que o HIV e a AIDS são dispositivos de controle dos corpos (biopolítica - cf. Michel Foucault) que intensificam as violências estruturais (tais como o racismo, o machismo, a LGBTfobia etc.) o que, portanto, nos remete a uma leitura que compreende as atuais estratégias do controle epidemiológico como parte dos processos de genocídio em curso no Brasil e no Mundo.

Com atuação em três estados brasileiros e com uma ampla lista de aliados (composta por artistas, teóricos, militantes etc.) a LOKA se coloca no mundo como um coletivo que reivindica uma política pública de saúde que seja compatível com a realidade brasileira e que tem como anseio maior a cura da AIDS.


Teaser da Loka

Referências[editar | editar código-fonte]

Loka de Efavirenz (Parnamirim – RN)

BIXA NAGÔ: de rolezinhos e festivais, Bixa Nagô tem traçado estratégias eficazes de construção de outras narrativas sobre os atravessamentos da epidemia de AIDS em corpos pretos e periféricos.

@festivalbixanago


COLETIVO AMEM: Coletivo de criação preta, engaijades com o movimento social de AIDS, comunidade ballroom e hip-hop, tem construído espaços seguros de acolhimento e fomentação de políticas públicas voltadas à comunidade LGBTQIA+ preta.

@festaamem


REDE LAI LAI LAPEJO: Atua na perspectiva de dar mais “corpo e legitimidade” tanto às ações, quanto aos próprios organismos sociais envolvidos nas temáticas raciais do HIV/AIDS, através da criação de uma rede de controle social em DST, HIV e Aids e população negra.

Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Facebook

Instagram

Youtube

FONTES