Memória Viva - Cláudia Rose (série de entrevistas)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O projeto “Memória Viva” está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação de Cláudia Rose.

Autoria - Entrevistadora: Mônica Francisco / Entrevistado: Cláudia Rose.
Gravação da entrevista com Cláudia.

Apresentação do projeto[editar | editar código-fonte]

Monica Francisco - Memoria Viva.
Monica Francisco - Memoria Viva.

O Memória Viva é apresentado por Mônica Francisco, liderança histórica do Morro do Borel, cientista social e ex-deputada estadual, que a cada episódio bate um papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas. As gravações foram realizadas em diferentes locações com apoio da equipe da VideoSaúde e a série se inspira em alguns projetos que já trabalharam o registro de memórias, como o "A favela fala" (CPDOC/FGV), o "Espelho" (Canal Brasil), o "Conexões Urbanas" (Multishow),a série "Memórias" (Bom Dia Rio) e o programa Papo na Laje (TVC Rio).

A previsão de lançamento do projeto é novembro de 2024, sendo lançado primeiramente os vídeos que ficarão disponíveis para acesso virtual e gratuito na plataforma da wikiFavelas e, além disso, os episódios serão transformados em podcasts.

Minibiografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 06 de novembro de 1966, na Baixa do Sapateiro, uma das 17 comunidades que formam o Conjunto de Favelas da Maré. Fez Licenciatura em História na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. É co-fundadora da ong Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré e participei da idealização do projeto do Museu da Maré. Em decorrência do trabalho desenvolvido no Museu, fui convidada para ser diretora do Núcleo de Museologia Social do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), no qual atuei durante dois anos. Atualmente, coordeno o Museu da Maré e sou professora de História do município do Rio de Janeiro, lecionando na escola Tenente General Napion, localizada na Maré.

Sobre a Maré[editar | editar código-fonte]

O Complexo da Maré é um aglomerado de favelas cariocas localizadas no bairro da Maré, criado em 1994, compreende um conjunto de 17 comunidades onde moram cerca de 140 mil pessoas. A região margeia a Baía de Guanabara e está localizada entre importantes vias rodoviárias que cortam a cidade do Rio de Janeiro. A região margeia a Baía de Guanabara e está localizada entre importantes vias rodoviárias que cortam a cidade do Rio de Janeiro: Avenida Brasil, Linha Vermelha, Linha Amarela e Transcarioca. Essa área se estende paralelamente à pista de subida da Avenida Brasil (sentido Zona Oeste da cidade), desde a FIOCRUZ (antigo prédio do Ministério da Saúde, em Manguinhos) - passando pela entrada para o Aeroporto Internacional do Galeão - até o bairro da Penha. A região da Maré, assim chamada por causa dos mangues e praias que dominavam sua paisagem, foi sendo ocupada desde o período colonial, quando exerceu preponderante papel econômico, seja por nela existirem dois portos por onde era escoada a produção das fazendas locais, seja por ter alimentado com seus mangues, os engenhos de cana de açúcar e as olarias que ali se instalaram. Em 1946, a Avenida Brasil foi inaugurada e passou a ser parte inseparável da fisionomia da região, facilitando a migração (principalmente nordestina), o acesso dos moradores aos locais de trabalho, e a chegada do material necessário aos aterros e à construção de suas casas. A ocupação da região atingiu seu auge na década de 1970, tendo se espraiado sobre as águas da Baía de Guanabara, como um impressionante aglomerado de habitações de madeira construídas sobre palafitas. Na década de 1980, por meio do chamado Projeto Rio, houve a erradicação desse tipo de moradia. Foram realizados grandes aterros e construídos conjuntos habitacionais na região para o reassentamento das famílias removidas das áreas palafitadas. Na década de 1990, durante a primeira gestão do prefeito César Maia, foi criado o bairro da Maré por meio da Lei Municipal nº 2.119 de 19 de janeiro de 1994, publicada em Diário Oficial de 24 de janeiro do mesmo ano. Tendo sido alvo de inúmeros projetos governamentais e de acordo com diversos interesses políticos, a Maré, até então considerada como favela, passou a ser tratada pelo poder público como área totalmente urbanizada, condição esta que viabilizou a criação do bairro. No entanto, os moradores não foram consultados sobre tal decisão ou sequer tiveram conhecimento da mudança realizada.

Fotos[editar | editar código-fonte]

Bastidores da gravação 3.
Bastidores da gravação 3.
Bastidores da gravação 1.
Bastidores da gravação 1.
Bastidores da gravação 2.
Bastidores da gravação 4.
Bastidores da gravação 5.
Bastidores da gravação 6.

.

Ver também[editar | editar código-fonte]