Pasmado
Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir de informações da internet.
História[editar | editar código-fonte]
A existência de casebres e barracos na calva do Morro do Pasmado estava disponível desde o primeiro levantamento aerofotogramétrico da cidade, entregue à prefeitura do Distrito Federal em 1928.
A Favela do Pasmado, no Morro do Pasmado, começou a se expandir no início dos anos 50. Os jornais da época cobravam uma providência da Prefeitura, antes que os 30 ou 40 barracos se transformassem em centenas. A reportagem comentava que “o local é bom para moradia, o morro é baixo e fica, praticamente, no centro da cidade. Para os que ali constroem barracos, por certo, não interessa o embelezamento da cidade.”
Como nada foi feito, a favela aumentou de tamanho e chegou próximo a Policlínica de Botafogo, que teve que conviver com o “esgoto das imundícies e dejetos” que atingiam seu muro.
Em 1959 o Correio da Manhã propunha que esta favela deveria ser a primeira a ser removida dentro da política de controle imediato das favelas da Zona Sul, dado que “do ponto de vista turístico da cidade, continua crescendo aos olhos estarrecidos dos cariocas”.
Em 1963 a Secretária dos Serviços Sociais da Guanabara, Sandra Cavalcante, comunicou aos moradores que a favela seria removida e, de início, moradores seriam levados para as casas das vilas Aliança ou Esperança, na “Avenida das Bandeiras”, na Zona Norte.
Em 1964 terminou a remoção de todos os 3.991 moradores da Favela do Pasmado para diversos locais da cidade, como Vila Kennedy, Vila Aliança, Parque Proletário do Leblon e Parque Proletário da Gávea.
Registros da mídia[editar | editar código-fonte]
Correio da Manhã[editar | editar código-fonte]
"Cresce a Favela do Pasmado". O Jornal Correio da Manhã alerta para o surgimento de novos barracos na favela do Morro do Pasmado, em Botafogo. Em 1964 a favela foi removida por completo e seus moradores transferidos para conjuntos habitacionais em outros bairros da cidade:
O Globo[editar | editar código-fonte]
Na coluna “Há 50 Anos” do Jornal O Globo há a transcrição de editorial de 10 de Novembro de 1958 que dava à favela o nome de “Favela da Prefeitura”, pois, segundo a antiga notícia a PDF se omitiu desde o aparecimento do primeiro barraco surgido logo após a abertura do túnel e em pouco tempo o morro estava tomado de casebres.
Queixava-se o jornal da inércia do poder público:
O incêndio[editar | editar código-fonte]
Por decisão de Carlos Lacerda,sob controle do Corpo de Bombeiros, os barracos foram incendiados. No dia 24 de janeiro de 1964,o incêndio, sob a supervisão do Corpo dos Bombeiros, no Morro do Pasmado, em Botafogo, consumiu os mais de 500 domicílios onde viviam quase dois mil moradores.
"O fogo no morro alastrou
Entrou no barraco e nada deixou.
As labaredas cresciam, cresciam,
E o inferno de fogo a favela baixou.
Que é da casa do João, brasa virou
João não tem mais lugar pra sonhar como sonhou
E lá no Pasmado, triste, abandonado
Nem aquela palmeira o fogo deixou"
(samba de 1965 de autoria de Edith Serra retratando a tristeza do episódio do incêndio da favela do Pasmado)
Ouça abaixo a composição:
Pós-remoção[editar | editar código-fonte]
Após a remoção , a favela deu lugar ao Parque que recebeu o nome de um líder político israelense e israelita, primeiro ministro de Israel, Yitzhak Rabin. O local foi escolhido para receber o nome justamente por estar próximo da Associação Religiosa Israelita – A.R.I., e apenas por isso. Lá também foi instalado um busto de Yitzhak Rabin.
Fotos[editar | editar código-fonte]
Referências[editar | editar código-fonte]
Foi um Rio que passou: Favela do Pasmado.
Jornais Antigos do Rio de Janeiro: Correio da Manhã.
Memória O Globo: Editorial.
OZ da Vila Kennedy: Desmonte da Favela do Pasmado.
Ponto Urbe: O Morro do Pasmado e suas cidades virtuais: do Correio da Manhã à nova militância das favelas.
Saudades do Rio: Favela do Pasmado.
rbe Carioca: MORRO DO PASMADO – A FAVELA, O PARQUE, O QUIOSQUE, O MONUMENTO, E A PAISAGEM MACULADA.