Plano de Ação Popular do CPX (livro)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Nós do Instituto Raízes em Movimento iniciamos uma mobilização no começo deste ano para a formulação do PLANO DE AÇÃO POPULAR DO CPX, uma importante iniciativa para promover desenvolvimento local para o Complexo do Alemão durante os próximos anos e governos. Sim, pois esse documento traz as principais demandas de Políticas Públicas para a região, todas levantadas a partir de muito diálogo com moradores, lideranças comunitárias, comerciantes etc.

Autoria: Organização: Alan Brum Pinheiro, Samantha Sales Dias - Instituto Raízes em Movimento.
Plano de Ação Popular do CPX .

Sinopse / proposta[editar | editar código-fonte]

A proposta central é entregar o Plano de Ação em mãos para parlamentares eleitas(os) que possam utilizá-lo para traçar seus projetos com base no conteúdo consolidado na publicação. No documento contém 11 temáticas previamente discutidas em momentos distintos, realizados por organizações e coletivos locais, que discutiram sobre saúde, educação, juventudes, meio ambiente, esporte, segurança pública etc. O Plano de Ação resume bem esses encontros e se debruça na abordagem de alguns problemas específicos por cada área e apresenta soluções para as mesmas questões.

Parcerias[editar | editar código-fonte]

Se o processo chegou até aqui é também pelas parcerias que o grupo estabeleceu. Além do apoio fundamental do Fundo das Populações das Nações Unidas – UNFPA e Trilhas de Cairo, durante o processo o projeto agregou novas parcerias que fortaleceram o caminho já percorrido. Nesse período chegou o Ibase, a Agência do Bem e a Casa Fluminense que vai somar com a publicação do Plano e compor na proposta das “Agendas 2030” que visa atender seus projetos com base nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Apresentação[editar | editar código-fonte]

CPX - Alemão

As Favelas têm um histórico de lutas desde sua gênese, com ações autônomas de moradoras(es) e incidências políticas constantes. Contudo, são marcadas também por um histórico de dívida social do poder público junto às populações faveladas. As políticas públicas voltadas para as Favelas são, em sua grande maioria, elaboradas em gabinetes, excluindo dos processos decisórios as pessoas impactadas por essas intervenções. Durante muito tempo, a relação das Favelas com o poder público foi de subalternidade, imposta por este, e as ações governamentais nesses territórios foram, e são, de controle e determinação, induzindo moradoras(es) à passividade. Mas os tempos são outros. A Favela sempre resistiu e, ao mesmo tempo, construiu seu espaço, sobrevivendo, se impondo e exigindo o protagonismo que lhe pertence, sobretudo com respeito à história e à memória da vida cotidiana. Sua sociabilidade do espaço vivido engrossou o caldo cultural próprio de quem teve que criar alternativas (gambiarras) para sobreviver ao abandono histórico dos direitos mais básicos que pudessem garantir o mínimo de dignidade humana. Considerando a memória e a história favelada, bem como a atual conjuntura política, faz-se necessário radicalizar a democracia e os espaços de participação direta, principalmente das populações mais vulnerabilizadas. Mas estamos falando de uma participação efetiva que se traduza em ações, e não de espaços de pseudoparticipação com duplos monólogos no lugar de diálogos entre a Favela e o poder público. Nesse sentido, as Favelas têm produzido novos quadros com pessoas qualificadas técnica e academicamente, assim como novos conhecimentos a partir do diálogo com conhecimentos populares de vivências, determinando seu protagonismo na construção de um ambiente com melhores condições sociais. O percurso de construção deste Plano de Ação Popular do CPX reflete esse cenário e parte significativamente da luta pela exigibilidade de direitos para as Favelas. Esta agenda traz as especificidades do Complexo do Alemão, mas também apresenta elementos pensados em conjunto com outras Favelas e que são de interesse social muito mais amplo. Esperamos que esse caminhar até aqui seja apenas parte de uma estrada a percorrer para o alcance do objetivo maior de uma sociedade mais justa e igualitária, valorizando a dignidade humana. Esperamos poder, além de sobreviver, viver.

Organizadores:

Alan Brum Pinheiro e Samantha Sales Dias

Acesse o livro na íntegra[editar | editar código-fonte]

Plano de Ação Popular do CPX. Rio de Janeiro: Instituto Raízes em Movimento, 2022.

Clique aqui e acesse o material completo.

Reportagens[editar | editar código-fonte]

NPC: Organizações do Complexo do Alemão lançam Plano de Ação Popular do CPX

CEPEDOCA: Plano de ação popular no CPX

Ver também[editar | editar código-fonte]