Rennan da Penha
Autoria: Equipe Dicionário de Favelas Marielle Franco[1].
Rennan Santos da Silva (Rio de Janeiro, 15 de julho de 1994), mais conhecido como DJ Rennan da Penha, é um DJ e produtor musical brasileiro.
Rennan da Penha é reconhecido por ser um dos produtores de funk carioca que popularizaram as produções em 150 batidas por minuto (150BPM), que estão no mercado desde 2015. Também é conhecido pela publicação de seu material nas redes sociais. O artista ficou conhecido em todo o mundo por suas músicas, marcando uma nova onda de visibilidade aos bailes de favela no Rio de Janeiro.
Baile da Gaiola[editar | editar código-fonte]
É idealizador do Baile da Gaiola, festa funk que reúne cerca de 10 mil pessoas nos fins de semana na Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha. Segundo Rennan, o Baile da Gaiola ficou conhecido com esse nome por conta de um bar na região que é fechado com grades, feito uma gaiola. Começou como o Pagode da Gaiola até que cresceu e se massificou e virou uma das maiores festas de rua na cidade.
Com o sucesso da festa, outras vertentes foram criadas no Rio de Janeiro, além de edições fora do estado. Tema de diversas músicas, o "Baile da Gaiola" já apareceu em letras de Dennis DJ, Mc Livinho, Mc Maneirinho e Mc Kelvin. Os vídeos somam 225 milhões de visualizações no Youtube. Referência no mundo do funk, entre 2018 e 2019, Rennan da Penha produziu e participou de singles como "Me Solta" (com Nego do Borel), "Vem Amor" (com Ludmilla), e "Hoje Eu Vou Parar na Gaiola" (com MC Livinho).
Prisão[editar | editar código-fonte]
Os argumentos do Estado são que o DJ era olheiro do trágico e que suas músicas incentivam o uso de drogas. Sua prisão foi também, segundo o Estado, uma medida para acabar com o tráfico de drogas e atacar o crime organizado na região, ainda que não haja evidência de articulação entre o baile e o Rennan com o tráfico organizado, a criminalização dos jovens das favelas e sua cultura foram mais fortes e Rennan foi preso em abril de 2019, condenado em segunda instância pela Justiça do Rio de Janeiro a seis anos e oito meses de prisão pelo crime de associação ao tráfico de drogas. Na época, importantes instituições, como a OAB, questionaram a prisão, numa leitura do racismo que estruturava a ação.A OAB também declarou preocupação com o uso do sistema da Justiça criminal contra setores marginalizados da sociedade. Nas redes sociais, fãs do DJ mostraram insatisfação com a decisão. Um ato chegou a ser organizado pedindo liberdade para Rennan. Cabe lembrar que o artista havia sido absolvido na primeira instância do julgamento.
Desde sua prisão, as redes sociais efervesceram com campanhas dizendo que Dj Não é Bandido e variações. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, o jovem pode ser solto, mas o julgamento segue em aberto.
"Me acusam de olheiro, que dava informações por onde a polícia passava naquela comunidade. Mas foi um mal-entendido devido que todo mundo se comunica na comunidade. Toda vez que tem uma operação todos os moradores se comunicam, entendeu? Colocaram isso como se fosse atividade do tráfico", explicou o DJ na delegacia.
Premiação[editar | editar código-fonte]
Em outubro, Rennan da Penha foi um dos vencedores do Prêmio Multishow. O Superjúri, formado por um time de especialistas, elegeu a música "Hoje Eu Vou Parar na Gaiola", de Livinho com o DJ Rennan da Penha, como "Canção do Ano". Quem recebeu o prêmio foi a esposa e o empresário, já que o DJ estava preso acusado de associação com tráfico de drogas.
Músicas de Rennan[editar | editar código-fonte]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.