Roda Cultural da Central

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

A Roda Cultural da Central do Brasil foi idealizada por Rodrigo Manoel da Silva, vulgo MC GTA e inaugurada em 21 de Março de 2018 com atividades culturais todas as quartas-feiras às 19h na Rua Coronel Audomaro Costa, 143 – Central do Brasil, na Praça dos Cajueiros (CJ).

Autoria: informações do verbete reproduzidas pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de redes de comunicação oficiais do projeto.
Logo da Roda Cultural da Central

Sobre[editar | editar código-fonte]

A Roda Cultural da Central do Brasil foi idealizado por Rodrigo Manoel da Silva, vulgo MC GTA e inaugurada em 21 de Março de 2018 com atividades culturais todas as quartas-feiras às 19h na Rua Coronel Audomaro Costa, 143 – Central do Brasil, na Praça dos Cajueiros (CJ). Junto com Celso Barreto Júnior (Cejota), o produtor cultural e mc implantou o projeto de revitalização que transformou a Praça dos Cajueiros, de uma cena de consumo de crack (cracolândia) para um local de cultura, lazer e aprendizado para a população, principalmente para as crianças, que também começaram a participar das batalhas de rima e de outras oficinas de desenho e pintura. Em alguns eventos especiais são arrecadados alimentos, roupas e livros para as famílias da comunidade, tornando-se um local de acolhimento para jovens que buscam alternativas à pobreza e ao crime como modo de sobrevivência.

A Roda Cultural da Central é licenciada pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro no PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL CARIOCA DE RITMO E POESIA através do Decreto 36.201, de 06 de setembro de 2012.

Perseguição[editar | editar código-fonte]

Autoria: Ruan Fellipe.

O produtor cultural Rodrigo GTA denunciou em sua rede social em 1º de Agosto de 2018 que enquanto varria a Praça dos Cajueiros, foi abordado por policiais militares que disseram que “atrasariam a cultura negra” e fizeram ameaças de forjar flagrantes de tráfico de drogas aos envolvidos. Os policiais diziam que o objetivo era acabar com a roda cultural, argumentando que esta favorecia o tráfico local da comunidade do Morro da Providência.

Em 30 de Agosto do mesmo ano, após encerrarem as atividades da roda cultural, o mestre de cerimônias avistou uma viatura da PM próximo á praça, que perseguiu o jovem até o ponto de ônibus da Central do Brasil onde então foi abordado, sobre gritos e ameaças, com violência física e cenas de humilhação. GTA foi encaminhado à delegacia sob “resistência” ao tentar se defender das acusações e detido por desacato à autoridade, mesmo com penas alternativas previstas para aqueles que cometem esse tipo de infração. Encaminhado para o presídio do Complexo de Bangu, aguardou meses por sua audiência, onde então obteve a notícia do advogado de que todas as provas a favor do MC haviam sumido, tendo então que ser remarcada a audiência.

Durante os 8 meses de prisão do Rodrigo GTA, a Roda Cultural da Central e demais apoiadores manifestam nas ruas e nas redes a indignação com a prisão forjada do jovem, característica da seletividade penal da justiça brasileira que expressa o racismo institucional na sociedade brasileira. Rodrigo, assim como o DJ Rennan da Penha, é vítima de um sistema excludente que entende que jovens pretos com voz ativa e representatividade são potencialmente perigosos para aqueles que vivem da exploração de pobres, trabalhadores, pretos e favelados. Importante destacar que uma suposta denúncia anônima sem provas, ocorrência ou imagens de segurança provocou mudanças no processo penal do mc durante a prisão, e desde então Rodrigo luta por sua liberdade respondendo à justiça por roubo a mão armada (Art. 157).

No dia 10 de Abril de 2019, recebemos a notícia da sentença do caso do mc, que confirmou a pena de 7 anos e 2 meses privado de sua liberdade. Acreditamos que não há fundamentos para esta sentença, principalmente visto a aprovação do Ministério Público no reconhecimento de Rodrigo Manoel como produtor cultural da Praça dos Cajueiros, mas entendemos que afirmar e apontar o erro dessa prisão significa também denunciar o trabalho dos policiais militares envolvidos no caso. Isso confirma as dificuldades enfrentadas ao longo do processo penal, e deixa explícito que o único caminho capaz de garantir a vitória do mc e do hip hop é através da mobilização de todos e do apoio popular. Esse manifesto além de informá-los, busca também somar as força de todos os ativistas da cultura do rap em favor da luta pela #LiberdadeGTA.

Fotos[editar | editar código-fonte]

Batalha na roda.
Batalha na roda 2.
Roda da Central

Redes sociais[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

Portal Rap Mais