Sônia Guajajara (PSOL - SP) - Araribóia - MA

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Sônia Bone de Souza Silva Santos, nome civil de Sônia Bone Guajajara OMC (Terra Indígena Arariboia, Maranhão, 6 de março de 1974), é uma líder indígena brasileira e política filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). É formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação especial pela Universidade Estadual do Maranhão. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural. Em 2022 foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Este verbete faz parte do relatório "Favelados no parlamento", produzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sônia Guajajara

Atualmente, a liderança indígena é Coordenadora Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e integrante do Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sônia Guajajara (PSOL) foi eleita para o cargo de deputada federal, em 2022, com 156.695 votos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Biografia - Sônia Guajajara

Sônia é do povo Guajajara/Tentehar, que habita nas matas da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Seus pais eram analfabetos, mas aos 10 anos, saiu da sua terra para estudar na cidade de Imperatriz. Onde trabalhou em casas de família em troca de moradia.

Nascida em 1974 na Terra Indígena de Araribóia, no Maranhão, Sônia dedicou a vida para combater a invisibilidade dos povos indígenas. Em cerca de duas décadas de atuação na luta pelos direitos das populações originárias, atuou em diferentes organizações e movimentos, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), da qual é coordenadora executiva.

Além de atuar no país, Sônia Guajajara tem voz no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ativista há mais de vinte anos, a indígena representa os povos tradicionais nas Conferências Mundiais do Clima (COP) desde 2009, onde já apresentou diversas denúncias de violações aos direitos desses grupos.

Aos 15 anos, ela deixou a região pela primeira vez para estudar em Minas Gerais, convidada pela Funai. Hoje, é formada em letras e em enfermagem, pós-graduada em educação especial e mestra em Cultura e Sociedade.  

Em 2001, participou do primeiro evento nacional indígena, a pós-conferência da Marcha Indígena, para discutir o Estatuto dos Povos Indígenas em Luziânia, no estado de Goiás. Em 2012, coordenou a organização do Acampamento Terra Livre na Cúpula dos Povos. No ano seguinte estava à frente da Semana dos Povos Indígenas e de ocupações no plenário da Câmara e no Palácio do Planalto.

Foi premiada diversas vezes, em 2019 recebeu da Organização Movimento Humanos Direitos o Prêmio João Canuto pelos Direitos Humanos da Amazônia e da Liberdade. No mesmo ano, foi agraciada com o prêmio Packard concedido pela Comissão Mundial de áreas protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).

Guajajara entrou para a história da política brasileira em 2018, quando foi candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos (PSOL). Foi a primeira indígena a concorrer ao cargo.  

Foi Boulos, aliás, quem escreveu o perfil de Guajajara na revista estadunidense Time, que a elegeu uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Convidado pela revista para apresentar a colega de partido, Boulos destacou o fato de ela ter saído de casa aos 10 anos para trabalhar e, contrariando as estatísticas, ter chegado ao ensino superior. Ela é professora e auxiliar de enfermagem.

"Sônia é uma inspiração, não só para mim, mas para milhões de brasileiros que sonham com um país que quita suas dívidas com o passado e finalmente acolhe o futuro", destacou Boulos.

Apresentação[editar | editar código-fonte]

Protagonismo das mulheres da luta indígena

Trajetória política[editar | editar código-fonte]

Sua militância em ocupações e protestos começou na coordenação das organizações e articulações dos povos indígenas no Maranhão (COAPIMA) e levou-a à coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Antes disso, ainda passou pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).

Sônia é reconhecida internacionalmente, por causa das dezenas de denúncias que já fez na Organização das Nações Unidas (ONU), no Parlamento Europeu e nas Conferências Mundiais do Clima (COP), de 2009 a 2021, sobre violações de direitos indígenas. A maranhense já viajou mais de 30 países do mundo na luta pelos seus ideais. Com uma grande trajetória de ativismo ela entrou para a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, feita pela Revista Time. Além de Sônia Guajajara, o pesquisador Tulio de Oliveira é o segundo brasileiro a compor a lista.

Em 2017, Alicia Keys, artista engajada com diversas causas sociais, cedeu seu espaço no palco principal do Rock in Rio para que a líder indígena Sônia Guajajara discursasse pela demarcação de terras na Amazônia, momento em que foi ovacionada pelo público ao som de "Fora Temer!". A fala aconteceu durante a execução da música "Kill Your Mama", que aborda justamente a devastação do meio ambiente.

Em 31 de novembro de 2017, Sônia Guajajara foi apresentada pelo setorial ecossocialista do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) como pré-candidata à presidência da república. Através de um manifesto "Por uma candidatura indígena, anticapitalista e ecossocialista" no site 518anosdepois.com, que faz menção aos 518 anos da colonização europeia no Brasil.

No dia 3 de fevereiro de 2018, Sônia Guajajara foi lançada como pré-candidata a vice-presidente da república na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, tornando-se a primeira pré-candidata de origem indígena à presidência da república. A chapa Boulos/Sônia alcançou a 9.º colocação no primeiro turno da eleição presidencial, com 617.122 votos.

Sônia Guajajara tem voz no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas e já levou denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP) e ao Parlamento Europeu.

"São Paulo, nós conseguimos! A primeira mulher indígena eleita como deputada federal por SP vai aldear o Congresso Nacional. Muito, muito obrigada pela confiança! Vamos aldear mentes e corações, e construir um novo Brasil. Seguimos juntes!"

Em 22 de março de 2022, Sônia foi confirmada como pré-candidata ao cargo de deputada federal pelo estado de São Paulo nas eleições legislativas deste ano. Em 03 de outubro do mesmo ano ela se torna a primeira indígena a ser eleita deputada federal pelo estado de São Paulo. Foi eleita com 156.966 votos.

Propostas[editar | editar código-fonte]

DEFESA DA DEMOCRACIA![editar | editar código-fonte]

Não tem objetivo mais importante nas eleições de 2022 do que derrotar Bolsonaro, um governo liderado por um neofascista, violador das liberdades democráticas, dos direitos humanos, dos direitos sociais, do meio ambiente e da própria vida. Quando há um genocídio em curso, não existe democracia. Um país para todos, um futuro para todos. Com Lula, Haddad e o apoio às candidaturas de esquerda vamos trabalhar para um São Paulo e um Brasil melhor. Sabemos que é possível fazer diferente!

Precisamos recompor a democracia em nosso país, acabar com o bolsonarismo, olhar para o futuro sem perder de vista o que aprendemos com o passado.

O resgate da democracia não pode prescindir das vozes dos povos e comunidades tradicionais, por isso, estaremos atentas à observância da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho e da aplicação dos protocolos próprios de consulta. Com as bancadas da Terra e do Cocar podemos impedir que erros do passado se repitam e construir um novo projeto de país, do povo e para o povo.

DEFENDER A AMAZÔNIA![editar | editar código-fonte]

É importante ter vozes no Congresso Nacional que, representando o Estado mais rico do Brasil, defenda um dos nossos mais importantes biomas!

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, tendo fundamental importância para a regulação do clima global. Sua conservação é essencial na luta para barrar o avanço da emergência climática.

O regime de chuvas, e consequente abastecimento hídrico, do estado de São Paulo depende da Amazônia de pé.

Para manter a floresta em pé, é preciso garantir a vida e os direitos de quem a habita e a preserva: povos originários e tradicionais que vivem da floresta e que têm sido alvos preferenciais dessa política genocida e ecocida.

DEFENDER A MATA ATLÂNTICA![editar | editar código-fonte]

Defender a Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversidade do mundo, mas que, desde que o governo Bolsonaro se instalou, vem sendo cada vez mais devastado.

A Mata Atlântica foi o primeiro bioma afetado pela colonização portuguesa. Em 522 de invasão, perdemos mais de 90% da área do bioma para os latifúndios e para as grandes cidades. Hoje, restam apenas fragmentos florestais remanescentes. No estado de São Paulo, estão importantes áreas preservadas de Mata Atlântica, no Vale do Ribeira, no Vale do Paraíba e Litoral Norte. Em comum, essas regiões contam com a presença de povos tradicionais e originários, que vivem da floresta em pé. É preciso conservar o que restou da Mata Atlântica, garantindo também o direito à permanência e aos costumes daqueles que a protegem, assim como recuperar áreas degradadas e desmatadas.

ENFRENTAMENTO À EMERGÊNCIA CLIMÁTICA[editar | editar código-fonte]

Por um novo ambientalismo dos territórios, do movimento indígena e que une todas as diferenças sociais para um chamado em comum na defesa da Mãe Terra.

O atual modo de produção e consumo, que enriquece poucos às custas da exploração e opressão de muitos, não pode ser sustentado pelo nosso planeta. As mudanças climáticas são a mais representativa consequência desse modelo. Não é mais uma ameaça distante, é realidade, concreta e urgente. A emergência climática se manifesta a nossos olhos com os eventos extremos: secas prolongadas, chuvas e enchentes, ondas de calor fora de época. Quem se beneficia dessas mudanças são aqueles que seguem lucrando e enriquecendo, enquanto as populações pretas, indígenas, nas periferias das cidades e no campo são quem mais sofre suas consequências. Não estamos no mesmo barco!

DEFENDER OS RIOS, MARES E NASCENTES[editar | editar código-fonte]

Defender os rios, mares e nascentes é defender não só a natureza, mas também a vida e a saúde de todas e todos.

A falta de acesso a água potável ameaça a todos nós. Em São Paulo, estamos às portas de uma nova crise de abastecimento hídrico causada, entre outros fatores, pela não conservação de nossos mananciais. Rios concretados, poluídos e mortos abastecem reservatórios desprotegidos. O desmatamento, impermeabilização e as monoculturas sufocam nascentes, que deixam de existir. Enquanto isso, no litoral, além do despejo de poluentes e lixo, vemos a pesca industrial afetar a biodiversidade marinha e a vida dos povos que vivem do mar. Água não é mercadoria. Sem ela não há vida. Precisamos proteger e recuperar a qualidade desse bem que é direito de todos os seres.

LUTAR CONTRA A GRILAGEM DE TERRAS, O GARIMPO, AS MADEIREIRAS E O DESMATAMENTO NAS FLORESTAS E DEMAIS BIOMAS.[editar | editar código-fonte]

A economia da destruição que acontece na floresta é gerida por pessoas que têm como guia o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, que promoveu um desmonte das políticas socioambientais. Por isso é preciso, em São Paulo, eleger quem defende a floresta e luta contra as oligarquias inescrupulosas.

Não é aceitável a produção pecuária e madeireira baseadas na destruição das florestas, com a regularização das invasões de terras públicas, com a invasão dos territórios Quilombolas, dos Territórios dos Povos Indígenas, como o governo Bolsonaro estimula.

Não podemos aceitar o garimpo com derramamento de mercúrio e outros contaminantes nos rios, com a destruição da floresta, matando os peixes, matando os Yanomami, matando os Munduruku, com a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras. O ouro, o diamante, o alumínio, e outros minérios não podem carregar o sangue indígena.

LUTAR PELA REFORMA AGRÁRIA.[editar | editar código-fonte]

Lutar pela reforma agrária, não apenas garantindo a demarcação dos territórios indígenas, mas também o direito do uso da terra para a vida, e não para o lucro. O acesso à terra deve ser democratizado.

A reforma agrária popular com a desglobalização do sistema alimentar, é um caminho único para cuidar da Amazônia, da Mata Atlântica e de todos os biomas e proteger o equilíbrio ecológico que nos sustenta, e que irá sustentar nossas netas e netos. Nós pertencemos a terra, não é a terra que pertence a nós – e muito menos a uma pequena oligarquia que manda nesse país.

A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COMO PARTE DA VIDA. .[editar | editar código-fonte]

Combater a fome e defender a agroecologia, as agroflorestas, a agricultura familiar e a agricultura urbana na construção de soberania alimentar.

O acesso a uma alimentação saudável, variada e livre de veneno não pode ser um privilégio para poucos. A produção agrícola no Brasil não pode ser de commodity. Alimentar nossa população deve ser nossa prioridade máxima. Para isso é preciso encurtar os ciclos de produção e consumo, incentivando a produção de alimentos próxima dos centros de consumo, reduzindo intermediários e valorizando o trabalho dos agricultores, incentivando novas formas de organização de quem planta comida e de logística de distribuição para quem precisa comprá-la. Também é necessário fortalecer agricultores que usam técnicas ecológicas, compatíveis com as características físicas, biológicas e culturais de seus territórios, além de estimular e fornecer apoio técnico àqueles que querem transicionar seus plantios para sistemas agroecológicos, agroflorestais etc.

RECONSTRUIR E REERGUER[editar | editar código-fonte]

Reconstruir e reerguer, de forma ainda mais democrática, as instituições e organizações que o governo Bolsonaro destruiu com o desmonte de políticas socioambientais, visando a defesa da Amazônia e demais biomas.

Desde que Salles foi ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro garantiu um plano de governo que passava (e passa) inicialmente pelo desmonte da já insuficiente estrutura governamental dos órgãos de controle ambiental. Vimos o esvaziamento de órgãos e entidades que se dedicam ao meio ambiente e à educação ambiental, além de inúmeras ações administrativas que, criminosamente, tem desmontado a política nacional de meio ambiente e do sistema de órgãos responsáveis por sua implementação. Junto a isso, sofremos o crescimento da violência contra os povos indígenas, ações criminosas como o “Dia do Fogo” orquestrada por fazendeiros na Amazônia e o aumento de assassinatos de ambientalistas como Dom e Bruno.

PROTEGER E SALVAGUARDAR OS SABERES DOS POVOS ORIGINÁRIOS[editar | editar código-fonte]

Proteger e salvaguardar os saberes dos povos originários e historicamente oprimidos de nosso país.

Não existe natureza intocada. As florestas da Amazônia e da Mata Atlântica, que estavam aqui antes da invasão europeia, são fruto de milhares de anos de coexistência entre bioma e seus habitantes. Os povos que aqui estavam selecionaram e participaram da produção da biodiversidade que hoje conhecemos – e daquela que não conhecemos por ter sido extinta nos últimos 522 anos. Onde tem indígena, tem floresta de pé. Onde tem caiçara, tem manguezal preservado. Onde tem quilombola, tem nascente viva. É preciso garantir aos povos o direito a seus costumes e seus modos de vida.

UMA NOVA ECONOMIA SOLIDÁRIA[editar | editar código-fonte]

Uma nova economia solidária, ecológica e sustentável a ser pauta nacionalmente, e São Paulo, como centro econômico do país, deve ajudar a propulsar essas novas ideias.

A lógica capitalista tem sido responsável pelas principais crises econômicas, sociais e ambientais no planeta, como a emergência climática, o aumento da pobreza, o desemprego,a desterritorialização das populações tradicionais e povos indígenas. Nenhuma economia pode ser promovida a partir do genocídio dos povos indígenas, das comunidades tradicionais e dos camposenes e camponesas, mas sim, a partir do uso adequado dos recursos naturais disponíveis, respeitando a vida e as leis que regulam e estimulam a sustentabilidade do País. É urgente implementarmos experiências como a da economia solidária, centrada em fatores humanos, na emancipação sociopolítica do indivíduo favorecendo as relações os laços sociais, valorizando a reciprocidade e adotando formas comunitárias de propriedade sobre o princípio da solidariedade.

O Brasil é biodiverso, tem todas as condições de gerar empregos, rendas, mas com respeito à Mãe Terra e aos seres humanos.

POR UMA CARA ÍNDÍGENA PARA SÃO PAULO[editar | editar código-fonte]

São Paulo, maculada pelas histórias dos bandeirantes que assassinaram tantos indígenas, tem a chance de se reconciliar com sua história e tornar as leis que tornam obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados realizáveis. Não é raro vermos professores e professoras que, ou desconhecem a lei, ou desejam implementá-la, mas não tiveram formação ou acesso a materiais adequados para tanto.

São Paulo tem condições de promover a divulgação e a produção de materiais que possam subsidiar o ensino dessas temáticas, especialmente materiais produzidos por autores indígenas e negros, bem como promover incentivos para a contratação de professores indígenas. É importante promover a permanência dos alunos indígenas nas escolas e nas universidades, para que, cada vez mais, os próprios indígenas tenham condições de produzir conhecimento e representar suas populações.

Além disso, é urgente lutar para que indígenas que vivem em contexto urbano sejam atendidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). O acesso à saúde é um direito fundamental e, para os indígenas, o direito à atenção diferenciada à saúde. É inadmissível que indígenas em contexto urbano tenham que acessar o judiciário para verem cumprida esta garantia constitucional.

POR UMA SOCIEDADE ANTIRRACISTA![editar | editar código-fonte]

A pauta antirracista deve ser vista desde uma perspectiva ampla e interseccional, onde a defesa dos territórios esta diretamente ligada a vida. Precisamos enfrentar o racismo estrutural, mas também o racismo epistêmico – das ideias, e das formas de se estar no mundo – e o racismo ambiental. Isso quer dizer respeitar todas as formas de viver nos territórios tradicionais, seja a vida indígena, mas também quilombola, dos povos de santo, de terreiro, de fundo de pasto, caiçaras, de todas aquelas coletividades que vivem com amor ao território e que defendem a natureza como um bem comum a todas e todos, para que ninguém jamais volte a ser expulso de seu lugar sagrado de vida para dar lugar a projetos de desenvolvimento.

E que sempre tenham o direito de serem escutados e respeitados: O Direito de Consulta é um direito fundamental e constitucional, não apenas uma regulamentação Internacional.

GARANTIR OS DIREITOS E A VIDA DE PESSOAS LGBTQIA+[editar | editar código-fonte]

Defender o direito à diversidade e à pluralidade dos modos de vida para que ninguém mais morra por ser quem é.

São Paulo é o estado brasileiro que mais registrou mortes de pessoas trans em 2021 pelo 3º ano consecutivo. Dados como estes são tristes e alarmantes.

O estado com um dos maiores índices de desenvolvimento humano do país deveria lutar para ser exemplo de respeito e garantia de dignidade. Para isso, é urgente que as políticas públicas de segurança considerem a prevenção deste tipo de violência, atendam corretamente as vítimas, promovam investigações imparciais e o processamento de crimes.

As políticas de saúde devem considerar atendimento e cuidado diferenciado com a aplicação integral do Programa Nacional de Saúde da População LGBTQIA+ no SUS, casas de referência e abrigo, com atendimento psicológico e jurídico.

A democracia plena se alcança somente com a garantia de direitos, combate à discriminação e respeito à cidadania de todos.

A luta pela mãe Terra é a mãe de todas as lutas!

Me ajude a levar essa luta para o Congresso Nacional e vamos reflorestar nossas mentes e corações!

Mulheres indígenas no poder!

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Coligação Partido Candidata a Votos Resultado
2018 Presidencial Frente de Esquerda Socialista(PSOL, PCB) PSOL Vice-Presidente 617.122 Não eleita
2022 Estadual de São Paulo Federação PSOL REDE Deputada federal 156.966 Eleita

Vida Pessoal[editar | editar código-fonte]

Sônia Guajajara é mãe de Yaponã, 22 anos, Mahkai, 20, Ywara, 16, e Intaniara, que morreu de hepatite aos 2 anos. Ela é chamada de “Soninha” por amigos e familiares e já foi casada por 18 anos com Lindomir, pai de seus filhos, de quem se separou em 2014.

Premiações e reconhecimento[editar | editar código-fonte]

  • 2015 - Prêmio Ordem do Mérito Cultural, condedido pelo Ministério da Cultura (Minc).
  • 2015 - Medalha 18 de Janeiro, condedida pelo Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo.
  • 2015 - Medalha Honra ao Mérito do Governo do Estado do Maranhão.
  • 2019 - Prêmio João Canuto pelos Direitos Humanos da Amazônia e da Liberdade, concedido pelo Movimento Humanos Direitos (MHuD).
  • 2019 - Prêmio Packard, concedido pela Comissão Mundial de áreas protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).
  • 2022 - Time 100 - categoria Pioneiros, concedido pela revista Time.

Fontes e Redes Sociais[editar | editar código-fonte]

Fontes:

https://www.brasildefato.com.br/2022/10/02/sonia-guajajara-sao-paulo-elege-sua-primeira-deputada-indigena

https://www.brasildefato.com.br/2022/10/02/sonia-guajajara-sao-paulo-elege-sua-primeira-deputada-indigena

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B4nia_Guajajara

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