Subgêneros do funk

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Atualmente, o funk é considerado parte da cultura brasileira e continua evoluindo com a criação de subgêneros e o surgimento de novos artistas. Além de sua importância artística, o estilo também desempenha um papel social relevante, fornecendo uma plataforma para que jovens expressem suas vidas e desejos, bem como a realidade de comunidades periféricas, permitindo que encontrem oportunidades no meio cultural. O funk brasileiro se tornou uma forma de resistência e expressão para muitos, destacando-se como um elemento significativo da identidade cultural do país. Seguindo e respeitando a diversidade cultural do nosso país, o funk ganhou inúmeras formas diferentes de ser expressado ao longo de épocas e lugares. Essa diversidade gerou alguns subgêneros que podem ser observados.

Autoria: Apollo

Introdução[editar | editar código-fonte]

O funk no Brasil teve suas origens na década de 1970, chegando ao Rio de Janeiro e conquistando a Zona Sul da cidade com sua batida agitada e contagiante. Inicialmente, o funk brasileiro era uma reprodução dos estilos norte-americanos, mas somente na década de 80, graças ao DJ Marlboro, ele ganhou uma sonoridade própria ao incorporar a bateria eletrônica. A partir dos anos 2000, com o surgimento dos MCs e a atuação da produtora Furacão 2000, o funk brasileiro se estabeleceu como um ritmo único e popular, ganhando espaço em todo o país e permitindo que artistas expressassem suas realidades, incluindo as questões enfrentadas nas periferias brasileiras.

Atualmente, o funk é considerado parte da cultura brasileira e continua evoluindo com a criação de subgêneros e o surgimento de novos artistas. Além de sua importância artística, o estilo também desempenha um papel social relevante, fornecendo uma plataforma para que jovens expressem suas vidas e desejos, bem como a realidade de comunidades periféricas, permitindo que encontrem oportunidades no meio cultural. O funk brasileiro se tornou uma forma de resistência e expressão para muitos, destacando-se como um elemento significativo da identidade cultural do país.

Seguindo e respeitando a diversidade cultural do nosso país, o funk ganhou inúmeras formas diferentes de ser expressado ao longo de épocas e lugares. Essa diversidade gerou alguns subgêneros que podem ser observados. São eles:

Subgêneros[editar | editar código-fonte]

  • Funk Ostentação

O funk ostentação é um estilo musical que surgiu por volta de 2008 e se popularizou em São Paulo e Santos, especialmente nas periferias. MC Guimê e MC Boy do Charmes são alguns dos principais representantes desse gênero, que conta com canções sobre carros de luxo, jóias, mulheres, bebidas alcoólicas "de marca", festas sem limites e marcas de roupas como Lacoste e Nike. Estima-se que cerca de 11 milhões de brasileiros sejam fãs desse ritmo.

O proibidão está intimamente ligado às origens do funk carioca e às situações de violência nas favelas causadas pelo governo brasileiro. É um gênero novo, com clipes cada vez mais ousados e letras fortemente sexualizadas e com palavrões. Surgiu em 1995 com os MCs Júnior e Leonardo da Rocinha e continua presente na cena musical com outros funkeiros.

  • Brega Funk

O brega funk tem sua história desde os anos 80, com origem pernambucana e crescimento em popularidade no Norte e Nordeste do Brasil. É uma mistura de diversos estilos, como o brega, arrocha e funk carioca. Aldair Playboy, MC Bruninho e Dadá Boladão são alguns dos grandes representantes desse estilo, que inspirou outros artistas e teve um crescimento significativo no Spotify em 2018.

  • Trapfunk

O trapfunk é uma combinação do subgênero rap chamado "trap", que surgiu nos anos 2000 no sul dos Estados Unidos, com batidas sintetizadas e timbres melódicos. Esse gênero traz letras diretas e muitas vezes emocionais, sendo comparado a uma versão atual do emo.

O Funk carioca, até hoje, continua sendo um dos estilos musicais mais populares do Brasil. Originário do Rio de Janeiro, esse gênero musical se destaca por suas batidas rápidas e evoluiu ao longo do tempo. Diversos MCs se destacam nesse cenário, com músicas que têm conquistado as plataformas digitais. Alguns exemplos são L7nnon e Os Hawaianos com a música "Desenrola, bate, joga de ladin" e JL o Único com "Quebra de ladin", entre outros talentos.

  • Funk Consciente

O Funk consciente é uma vertente do funk que mistura emoção e realidade em suas letras. Os artistas desse estilo abordam temas como o descaso com moradores de favelas, racismo e problemas sociais. MC Hariel, Paulin da Capital e MC Marks são alguns dos representantes desse gênero, cujas composições expressam um grito de salvação e buscam conscientizar o público. Por exemplo, a música "Céu de pipa" alcançou mais de 125 milhões de ouvintes no YouTube, mostrando a relevância desse movimento.

  • Funk Pop

O Funk Pop combina as batidas tradicionais do funk com ritmos dançantes, como música eletrônica e reggaeton. Representado por artistas como Ludmilla e Anitta, esse estilo tem alcançado audiências ao redor do mundo. O sucesso da música "Envolver", de Anitta, que atingiu o topo das paradas de sucesso e ultrapassou 206 milhões de visualizações, mostra a capacidade do Funk Pop de transcender fronteiras e conquistar diversos públicos com o toque autêntico do estilo brasileiro.

  • Funk de BH

O Funk BH representa o som que emerge das favelas e vielas de Belo Horizonte. Esse estilo tem dominado as plataformas digitais, especialmente o TikTok, popularizando as músicas dos artistas mineiros além das fronteiras regionais. Entre os destaques está o MC Anjim com a música "Bala Love", que acumulou mais de 90 milhões de acessos no YouTube, mostrando a força do funk originado em Belo Horizonte.

  • Funk Mandelão

O Funk Mandelão é caracterizado pelos famosos bailes paulistas, mas também se tornou um conceito, com um som repetitivo e batidas mais pesadas. MC Delux e DJ Abdo, com a música "Quem mandou se apaixonar pelo amigo DJ - Tu empinou ele pei", são exemplos de artistas que têm sido muito populares nos bailes, levando o Funk Mandelão a novos patamares. Esse estilo tem sua própria identidade e tem conquistado um público cada vez maior dentro e fora do estado de São Paulo.

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]