Barricadas: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Criou página com 'São barreiras criadas de forma não oficial que dificultam a entrada em algumas comunidades. Feitas de maneira improvisada na maioria das vezes, a construção dessas barricadas serve como uma espécie de trincheira ou ponto de bloqueio. As barricadas são feitas de diversos materiais, como ferros, madeiras, concretos, pneus, objetos velhos, como sofás, geladeiras ou mesmo veículos. As barricadas dificultam o acesso ao interior de algumas favelas, principalmente pela...')
 
(Resumo, autoria, interlinks, hiperlinks, formatação, categorias, palavras-chave, ver também)
 
Linha 1: Linha 1:
São barreiras criadas de forma não oficial que dificultam a entrada em algumas comunidades. Feitas de maneira improvisada na maioria das vezes, a construção dessas barricadas serve como uma espécie de trincheira ou ponto de bloqueio. As barricadas são feitas de diversos materiais, como ferros, madeiras, concretos, pneus, objetos velhos, como sofás, geladeiras ou mesmo veículos. As barricadas dificultam o acesso ao interior de algumas favelas, principalmente pela polícia ou por facções rivais às que exercem sua área de influência na comunidade.  Apesar de muitas vezes a população local saber até onde vai essa área de influência, as barricadas materializam as relações de poder vivenciadas naquele espaço.  
[[Barricadas]] são barreiras criadas de forma não oficial que dificultam a entrada em algumas comunidades. Feitas de maneira improvisada, na maioria das vezes, a construção dessas barricadas serve como uma espécie de trincheira ou ponto de bloqueio. As barricadas são feitas de diversos materiais, como ferros, madeiras, concretos, pneus, objetos velhos, como sofás, geladeiras ou mesmo veículos. As barricadas dificultam o acesso ao interior de algumas favelas, principalmente pela polícia ou por facções rivais às que exercem sua área de influência na comunidade.  Apesar de muitas vezes a população local saber até onde vai essa área de influência, as barricadas materializam as relações de poder vivenciadas naquele espaço.  
Autoria: <bdi>Reinaldo Lopes</bdi>


Criadas pelas organizações criminosas que exercem nas comunidades a sua força e poder nos demais atores sociais que por lá circulam, como moradores, empresas ou outras organizações, a estratégia da construção das barricadas é adotada para retardar o acesso da polícia e de outros “visitantes indesejados”, como facções rivais ou mesmo pessoas que acabam se perdendo, principalmente por seguirem os trajetos sugeridos por GPS’s.   
== Sobre ==
Criadas pelas [[Mapa dos grupos armados do Rio de Janeiro|organizações criminosas]] que exercem nas comunidades a sua força e poder sobre os demais atores sociais que por lá circulam, como moradores, empresas ou outras organizações, a estratégia da construção das [[A invisibilidade social depois da barricada|barricadas]] é adotada para retardar o acesso da polícia e de outros “visitantes indesejados”, como facções rivais ou mesmo pessoas que acabam se perdendo, principalmente por seguirem os trajetos sugeridos por GPS’s.   


A barricada é quase que capaz de nos mostrar onde inicia e onde termina a favela, é possível também associá-la com outros fatores do território, visto que ela demarca uma área cheia de peculiaridades. Entende-se como peculiaridades, aspectos e características normalizadas pela sociedade, que mesmo sendo consideradas absurdos, por ocorrerem repetidamente vem sendo “normalizadas”. Dentre algumas dessas características podemos citar as leis não oficiais que lá ditam o modo de vida, a ausência do poder público em muitas frentes, como na urbanização e no saneamento básico, no direito de ir e vir, sem contar nas diferentes exclusões que a população de lá sofre, como a exclusão social, econômica, ambiental, cultural e jurídica.  
A barricada é quase que capaz de nos mostrar onde inicia e onde termina a favela, é possível também associá-la com outros fatores do território, visto que ela demarca uma área cheia de peculiaridades. Entende-se como peculiaridades aspectos e características normalizadas pela sociedade, que, mesmo sendo consideradas absurdos, por ocorrerem repetidamente vem sendo “normalizadas”. Dentre algumas dessas características podemos citar as leis não oficiais que lá ditam o modo de vida, a ausência do poder público em muitas frentes, como na urbanização e no [[Saneamento em favelas - Jose Stelberto (entrevista)|saneamento básico]], no direito de ir e vir, sem contar nas diferentes exclusões que a população de lá sofre, como a exclusão social, econômica, ambiental, cultural e jurídica.  
 
Referência Bibliográfica:


== Referências bibliográficas ==
ALMEIDA, R. T. S.; AMARAL, C. V. de L. Mundos da rua: sobre barricadas, zonas e quebradas. V!RUS,n. 25, 2022. [online]. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/virus/papers/v25/682/682pt.php. Acesso em: 12 abr 2024.   
ALMEIDA, R. T. S.; AMARAL, C. V. de L. Mundos da rua: sobre barricadas, zonas e quebradas. V!RUS,n. 25, 2022. [online]. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/virus/papers/v25/682/682pt.php. Acesso em: 12 abr 2024.   


Linha 14: Linha 15:


RIBEIRO, F. DE S.; PLATERO, K. A. S. Barricadas, traficantes e favelas: uma análise sobre as representações e percepções sobre a categoria “risco” dentro dos espaços urbanos no Jardim Catarina. Confluências | Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 19, n. 1, p. 04-22, 21 abr. 2017.
RIBEIRO, F. DE S.; PLATERO, K. A. S. Barricadas, traficantes e favelas: uma análise sobre as representações e percepções sobre a categoria “risco” dentro dos espaços urbanos no Jardim Catarina. Confluências | Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 19, n. 1, p. 04-22, 21 abr. 2017.
== Ver também ==
* [[A invisibilidade social depois da barricada]]
* [[Direito à cidade - a favela circulando (live)]]
* [[Políticas de Segurança Pública no Rio de Janeiro (2007 - 2021)]]
[[Categoria:Temática - Violência]]
[[Categoria:Criminalidade]]
[[Categoria:Crime organizado]]
[[Categoria:Barricadas]]
[[Categoria:Temática - Segurança]]

Edição atual tal como às 13h11min de 17 de junho de 2024

Barricadas são barreiras criadas de forma não oficial que dificultam a entrada em algumas comunidades. Feitas de maneira improvisada, na maioria das vezes, a construção dessas barricadas serve como uma espécie de trincheira ou ponto de bloqueio. As barricadas são feitas de diversos materiais, como ferros, madeiras, concretos, pneus, objetos velhos, como sofás, geladeiras ou mesmo veículos. As barricadas dificultam o acesso ao interior de algumas favelas, principalmente pela polícia ou por facções rivais às que exercem sua área de influência na comunidade. Apesar de muitas vezes a população local saber até onde vai essa área de influência, as barricadas materializam as relações de poder vivenciadas naquele espaço.

Autoria: Reinaldo Lopes

Sobre[editar | editar código-fonte]

Criadas pelas organizações criminosas que exercem nas comunidades a sua força e poder sobre os demais atores sociais que por lá circulam, como moradores, empresas ou outras organizações, a estratégia da construção das barricadas é adotada para retardar o acesso da polícia e de outros “visitantes indesejados”, como facções rivais ou mesmo pessoas que acabam se perdendo, principalmente por seguirem os trajetos sugeridos por GPS’s.

A barricada é quase que capaz de nos mostrar onde inicia e onde termina a favela, é possível também associá-la com outros fatores do território, visto que ela demarca uma área cheia de peculiaridades. Entende-se como peculiaridades aspectos e características normalizadas pela sociedade, que, mesmo sendo consideradas absurdos, por ocorrerem repetidamente vem sendo “normalizadas”. Dentre algumas dessas características podemos citar as leis não oficiais que lá ditam o modo de vida, a ausência do poder público em muitas frentes, como na urbanização e no saneamento básico, no direito de ir e vir, sem contar nas diferentes exclusões que a população de lá sofre, como a exclusão social, econômica, ambiental, cultural e jurídica.

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

ALMEIDA, R. T. S.; AMARAL, C. V. de L. Mundos da rua: sobre barricadas, zonas e quebradas. V!RUS,n. 25, 2022. [online]. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/virus/papers/v25/682/682pt.php. Acesso em: 12 abr 2024.

GONDIM, G. M. M. et al. O território da saúde: a organização do sistema de saúde e a territorialização. In: MIRANDA, A. C. et al. (org.). Território, ambiente e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. p. 237-255.

GONDIM, G. M. de M.; MONKEN, M. Território: lugar onde a vida acontece. Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde: textos de apoio / Organização de BORNSTEIN, V. J. et al. - Rio de Janeiro: EPSJV, 2016. p.108-112.

RIBEIRO, F. DE S.; PLATERO, K. A. S. Barricadas, traficantes e favelas: uma análise sobre as representações e percepções sobre a categoria “risco” dentro dos espaços urbanos no Jardim Catarina. Confluências | Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 19, n. 1, p. 04-22, 21 abr. 2017.

Ver também[editar | editar código-fonte]