Maria Elena (Entrevista): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
m (Juliana de Abreu moveu Maria Helena (Entrevista) para Maria Elena (Entrevista): nome errado )
Sem resumo de edição
Linha 11: Linha 11:
A boa infância de brincadeiras e amigos que Maria Elena vivenciou na Vila Operária remeteu-a boas lembranças, a mesma declara durante a entrevista sobre a parceria agradável que a comunidade mantinha, ela recorda das festas nas ruas que a vizinhança promovia final do ano. Sua infância foi muito marcada também pela presença próxima do seu pai. Pela sobrevivência de manter a casa e os filhos, seu pai trabalhava na feira e vendia balinhas de açúcar, tal memória afetiva é muito marcante por Elena, pois ela detalha todo preparo do doce cuidadosamente durante a  entrevista.  
A boa infância de brincadeiras e amigos que Maria Elena vivenciou na Vila Operária remeteu-a boas lembranças, a mesma declara durante a entrevista sobre a parceria agradável que a comunidade mantinha, ela recorda das festas nas ruas que a vizinhança promovia final do ano. Sua infância foi muito marcada também pela presença próxima do seu pai. Pela sobrevivência de manter a casa e os filhos, seu pai trabalhava na feira e vendia balinhas de açúcar, tal memória afetiva é muito marcante por Elena, pois ela detalha todo preparo do doce cuidadosamente durante a  entrevista.  


Maria Elena, cresce e posteriormente passa a viver sua vida adulta na mesma casa que viverá com seus pais. Ao longo da vida, Maria constrói uma relação identitária de luta. Em sua fala, chamou-me atenção a repulsa na resposta da entrevistada ao ser comentado sobre o estigma que é imposto pela sociedade sobre o conceito de “favelado”, Elena afirma:  <blockquote>“[...] Então, as pessoas têm manias de dizer “você parece que mora na favela” e eu digo assim: “porque vocês falam isso mora na favela”?” quem mora na favela às vezes é mais digno de quem não mora na favela [...] Ai eu falo, o que é a favela? Favela é igual a todos os lugares né? (Depoimento de Maria Elena, 26/01/2020).
Maria Elena, cresce e posteriormente passa a viver sua vida adulta na mesma casa que viverá com seus pais. Ao longo da vida, Maria constrói uma relação identitária de luta. Em sua fala, chamou-me atenção a repulsa na resposta da entrevistada ao ser comentado sobre o estigma que é imposto pela sociedade sobre o conceito de “favelado”, Elena afirma:  <blockquote>“[...] Então, as pessoas têm manias de dizer “você parece que mora na favela” e eu digo assim: “porque vocês falam isso mora na favela”?” quem mora na favela às vezes é mais digno de quem não mora na favela [...] Ai eu falo, o que é a favela? Favela é igual a todos os lugares né? (Depoimento de Maria Elena, 26/01/2020).  


</blockquote>
</blockquote>

Edição das 15h42min de 15 de agosto de 2022

Autora: Juliana de Abreu Neves

Projeto

A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. O Material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.

Foto da moradora em frente a praça da Vila Operária
Foto da Moradora Maria Elena

Resumo da entrevista

A entrevista com a moradora acorreu no dia 26 de Janeiro de 2020 em sua residência na Vila Operária. Elena, relata que sua vinda de Sergipe Aracaju com seus pais para Duque de Caxias sucedeu quando ainda era bem pequena. A chegada da família no Município foi bem difícil, devido as condições financeiras, no início a família morou no bairro São Luís, somente tempos depois o pai de Maria Elena consegue comprar um terreno na Vila Operária, e a família passa a residir no local.

A boa infância de brincadeiras e amigos que Maria Elena vivenciou na Vila Operária remeteu-a boas lembranças, a mesma declara durante a entrevista sobre a parceria agradável que a comunidade mantinha, ela recorda das festas nas ruas que a vizinhança promovia final do ano. Sua infância foi muito marcada também pela presença próxima do seu pai. Pela sobrevivência de manter a casa e os filhos, seu pai trabalhava na feira e vendia balinhas de açúcar, tal memória afetiva é muito marcante por Elena, pois ela detalha todo preparo do doce cuidadosamente durante a  entrevista.  

Maria Elena, cresce e posteriormente passa a viver sua vida adulta na mesma casa que viverá com seus pais. Ao longo da vida, Maria constrói uma relação identitária de luta. Em sua fala, chamou-me atenção a repulsa na resposta da entrevistada ao ser comentado sobre o estigma que é imposto pela sociedade sobre o conceito de “favelado”, Elena afirma:  

“[...] Então, as pessoas têm manias de dizer “você parece que mora na favela” e eu digo assim: “porque vocês falam isso mora na favela”?” quem mora na favela às vezes é mais digno de quem não mora na favela [...] Ai eu falo, o que é a favela? Favela é igual a todos os lugares né? (Depoimento de Maria Elena, 26/01/2020).

Entrevista na íntegra