Morro do Borel (memórias): mudanças entre as edições
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Morro do Borel (memórias) é construído à partir de uma perspectiva favelada como uma síntese da tríade memórias, afetos e sentidos impressos nele, e não somente como uma categoria sócio-espacial. Lugar onde as redes de solidariedade e autoproteção, geram vivências singulares e muito particulares, do que as vividas pelo restante da cidade. | |||
Autoria: Mônica Francisco e Diego Santos. | |||
== O Borel == | |||
O [[Favela do Borel|Morro do Borel]] fica situado no Maciço da Tijuca, bairro da denominada Grande Tijuca, situado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. É um espaço coletivo ocupado por camadas populares, que vivenciam desde a década de 1930, experiências de morar diferenciadas; seja pelos processos de auto-construção, bem como na sua pulsante forma de sociabilidade. Um exemplo disso, é seu protagonismo nas formas de resistência e ação associativas e de organização comunitária. | |||
== Lutas e resistências == | |||
2010 - Rede de Instituições Borel | É possível destacar eventos singulares na trajetória do Borel, tais como: | ||
Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período. | |||
*1955 - Organização da [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=União_dos_Trabalhadores_Favelados_(UTF) União dos Trabalhadores Favelados A União dos Trabalhadores Favelados (UTF)] do Rio de Janeiro (então, Distrito Federal): | |||
Formou-se a partir das mobilizações do Morro do Borel, localizado na Zona Norte, na divisa da região da Tijuca com o Alto da Boa Vista. Os moradores do Borel lutavam contra os despejos promovidos pela incorporadora imobiliária Borel Meuron Ltda. A experiência ganhou evidência no espaço político e se expandiu para outras localidades; | |||
*2003 -[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Chacina_do_Borel Chacina do Borel]: “Posso me identificar?” | |||
Ação coletiva que reuniu diversas favelas, movimentos e instituições para denunciar a violência policial que resultou na morte de quatro jovens e que mais tarde se tornou um movimento social organizado e atuante em todo o estado do Rio de Janeiro e deu origem à Rede de Comunidades Contra a Violência. | |||
*2010 - [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Rede_de_Instituições_do_Borel Rede de Instituições Borel] | |||
Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período. | |||
*2012 - [https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Ocupa_Borel Ocupa Borel] | |||
Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto. | Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto. | ||
== Ver também == | |||
*[[Favela do Borel]] | |||
*[[Rede de Instituições do Borel]] | |||
*[[Sebastião Bonifácio]] | |||
*[[Indicadores de Cultura e Juventude no Borel]] | |||
*[[Ocupa Borel]] | |||
[[Category:Borel]][[Category:História de favela]][[Category:Memória]][[Category:Temática - Associativismo e Movimentos Sociais]][[Category:Temática - Favelas e Periferias]] | |||
[[Categoria:Rio de Janeiro]] |
Edição atual tal como às 15h28min de 2 de outubro de 2023
Morro do Borel (memórias) é construído à partir de uma perspectiva favelada como uma síntese da tríade memórias, afetos e sentidos impressos nele, e não somente como uma categoria sócio-espacial. Lugar onde as redes de solidariedade e autoproteção, geram vivências singulares e muito particulares, do que as vividas pelo restante da cidade.
Autoria: Mônica Francisco e Diego Santos.
O Borel[editar | editar código-fonte]
O Morro do Borel fica situado no Maciço da Tijuca, bairro da denominada Grande Tijuca, situado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. É um espaço coletivo ocupado por camadas populares, que vivenciam desde a década de 1930, experiências de morar diferenciadas; seja pelos processos de auto-construção, bem como na sua pulsante forma de sociabilidade. Um exemplo disso, é seu protagonismo nas formas de resistência e ação associativas e de organização comunitária.
Lutas e resistências[editar | editar código-fonte]
É possível destacar eventos singulares na trajetória do Borel, tais como:
- 1955 - Organização da União dos Trabalhadores Favelados A União dos Trabalhadores Favelados (UTF) do Rio de Janeiro (então, Distrito Federal):
Formou-se a partir das mobilizações do Morro do Borel, localizado na Zona Norte, na divisa da região da Tijuca com o Alto da Boa Vista. Os moradores do Borel lutavam contra os despejos promovidos pela incorporadora imobiliária Borel Meuron Ltda. A experiência ganhou evidência no espaço político e se expandiu para outras localidades;
- 2003 -Chacina do Borel: “Posso me identificar?”
Ação coletiva que reuniu diversas favelas, movimentos e instituições para denunciar a violência policial que resultou na morte de quatro jovens e que mais tarde se tornou um movimento social organizado e atuante em todo o estado do Rio de Janeiro e deu origem à Rede de Comunidades Contra a Violência.
- 2010 - Rede de Instituições Borel
Em 2010, a favela do Borel foi ocupada pela polícia como parte da política de segurança conhecida como Unidades de Polícia Pacificadora(UPP). Diante da chegada violenta do braço armado do estado, as organizações e instituições locais se organizaram no que ficou conhecido como a Rede de Instituições Borel, a organização teve como objetivo dialogar com o poder público de “igual pra igual” e como intenção primeira acompanhar todo o processo de implementação das políticas de segurança e sociais que deveriam chegar naquele período.
- 2012 - Ocupa Borel
Organizado pelos/as moradores/as após um “toque de recolher” imposto pelo comando da Unidade de Polícia Pacificadora. Na noite de 5 de dezembro de 2012, mobilizados pelas redes sociais, os moradores ocuparam o “pé do morro”, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública(Ciep) Dr. Antoine Magarinos Torres Filho para reafirmar a sua autonomia no território. Acompanhados de ativistas, intelectuais e artistas locais, os moradores denunciaram a arbitrariedade policial e ainda subiram a pé a principal via de acesso à favela, a Estrada da Independência, para finalizar no local chamado Terreirão o ato de protesto.