Na Subida do Morro (música): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Produção e edição de verbete)
 
Sem resumo de edição
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= Letra =
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Na subida do morro me contaram
Na subida do morro é diferente


Que você bateu na minha nêga
O movimento é geral no sobe desce, sobe gente


Isso não é direito
O movimento é diferente, o cumprimento é diferente


Bater numa mulher
Alô como vai, como é que é


Que não é sua
Alô como vai, como é que é


Deixou a nêga quase nua
Como em toda jogada e jurisdição


No meio da rua
Tem sempre o cara que quer ser o bom


A nêga quase que virou presunto
Mas nossa rapaziada é bem destacada


Eu não gostei daquele assunto
Não dá confiança pra esse bobão


Hoje venho resolvido
Esse é o tipo atrasado por fora das grandes


Vou lhe mandar para a cidade
Jogadas desatualizado geral


De pé junto
E ainda diz que é valente


Vou lhe tornar em um defunto
Que bate faz e acontece, no meio de muita gente


Você mesmo sabe
Ele está antecipando o seu próprio fim


Que eu já fui um malandro malvado
Ele está antecipando o seu próprio fim


Somente estou regenerado
Existe um ditado antigo


Cheio de malícia
Do tempo do cativeiro


Dei trabalho à polícia
É um ditado explicando


Prá cachorro
Que finaliza com esses dizeres


Dei até no dono do morro
Valente morre mais cedo


Mas nunca abusei
Valente antecipa o seu próprio fim


De uma mulher
Composição: José Roberto / Lele.


Que fosse de um amigo
= Clique aqui e ouça! =
 
https://www.youtube.com/watch?v=g_3w-SYA4Dk
Agora me zanguei consigo
 
Hoje venho animado
 
A lhe deixar todo cortado
 
Vou dar-lhe um castigo
 
Meto-lhe o aço no abdômen
 
E tiro fora o seu umbigo
 
Aí meti-lhe o aço, quando ele vinha caindo disse,
 
- 'Morengueira, você me feriu",
 
Eu então disse-lhe:
 
- 'É claro, você me desrespeitou, mexeu com a minha nega'.
 
Você sabe que em casa de vagabundo, malandro não pede emprego. Como é que você vem com xavecada, está armado? Eu quero é ver gordura que a banha está cara!
 
Aí meti a mão lá na duana, na peixeira, é porque eu sou de Pernambuco, cidade pequena, porém decente, peguei o Vargolino pelo abdome, desci pelo duodeno, vesícula biliar e fiz-lhe uma tubagem; ele caiu, bum!, todo ensangüentado.
 
E as senhoras, como sempre, nervosas:
 
- "Meu Deus, esse homem morre, Moço! Coitado, olha aí, está se esvaindo em sangue'
 
- 'Ora, minha senhora, dê-lhe óleo acanforado, penicilina, estreptomicina crebiosa, engrazida e até vacina Salk'
 
Mas o homem já estava frio. Agora, o malandro que é malandro não denuncia o outro, espera para tirar a forra.
 
Então diz o malandro:
 
Vocês não se afobem
 
Que o homem dessa vez
 
Não vai morrer
 
Se ele voltar dou prá valer
 
Vocês botem terra nesse sangue
 
Não é guerra, é brincadeira
 
Vou desguiando na carreira
 
A justa já vem
 
E vocês digam
 
Que estou me aprontando
 
Enquanto eu vou me desguiando
 
Vocês vão ao distrito
 
Ao delerusca se desculpando
 
Foi um malandro apaixonado
 
Que acabou se suicidando.
 
Composição: Moreira da Silva / Ribeiro Cunha


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Edição das 03h08min de 19 de agosto de 2024

"Na Subida do Morro" é uma canção emblemática do samba, interpretada pelos Originais do Samba. Lançada nos anos 1960, a música retrata as dificuldades da vida na favela, sendo um marco na popularização do samba de partido-alto e na representação das vozes periféricas no Brasil.

Autor: Hugo Oliveira

Sobre

É uma canção icônica, interpretada originalmente pelo grupo Originais do Samba. Os Originais do Samba, um dos grupos mais influentes do samba de partido-alto, trouxeram um estilo único de interpretação, combinando harmonias vocais com percussão forte e um ritmo envolvente. A performance do grupo nesta música ajudou a popularizar o samba e a voz das favelas no cenário musical brasileiro, tornando "Na Subida do Morro" uma canção emblemática que continua a ressoar até hoje.

Lançada na década de 1960, a música se destaca por suas letras que retratam a realidade das favelas cariocas e a vida na periferia. A canção é conhecida por sua narrativa sincera sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores dessas comunidades, especialmente no contexto da ascensão social e dos desafios diários. No início da música o compositor e cantor Moreira da Silva, descreve na primeira parte a forma característica da vida e movimentação dos moradores dos morros do Rio de Janeiro. Uma atmosfera animada e cheia de personalidade cujos moradores se preocupam uns com os outros, com seus becos, vielas e ladeiras repletas de gente trabalhadora e acolhedora. A relação caraterística do território se manifesta na maneira como os moradores interagem entre si. Portanto, há um perfil de movimentação intensa que se destaca no vai e vem, do fluxo de subida e descida do morro. Ela mostra como essa espacialidade pode influenciar além das dinâmicas de tensões e confrontos nas relações no território. Uma realidade urbana e social em forma de crônica musical, representando um aspecto específico da vida nos morros cariocas.

Letra

Na subida do morro é diferente

O movimento é geral no sobe desce, sobe gente

O movimento é diferente, o cumprimento é diferente

Alô como vai, como é que é

Alô como vai, como é que é

Como em toda jogada e jurisdição

Tem sempre o cara que quer ser o bom

Mas nossa rapaziada é bem destacada

Não dá confiança pra esse bobão

Esse é o tipo atrasado por fora das grandes

Jogadas desatualizado geral

E ainda diz que é valente

Que bate faz e acontece, no meio de muita gente

Ele está antecipando o seu próprio fim

Ele está antecipando o seu próprio fim

Existe um ditado antigo

Do tempo do cativeiro

É um ditado explicando

Que finaliza com esses dizeres

Valente morre mais cedo

Valente antecipa o seu próprio fim

Composição: José Roberto / Lele.

Clique aqui e ouça!

https://www.youtube.com/watch?v=g_3w-SYA4Dk

Ver também

Música e Favela

Direito à Favela

Produção de Conhecimento em Favelas

Notas e Referências

https://www.letras.mus.br/moreira-da-silva/202343/