Censo Populacional da Maré (2012-2014): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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<p style="text-align: justify;">O Censo Maré é uma iniciativa da [[Redes da Maré]], articulada em seu eixo de trabalho denominado Desenvolvimento Territorial. Realizado em parceria com o [[Observatório de Favelas]], teve o apoio das 16 associações de moradores locais e outras organizações sociais importantes de outros espaços da cidade.</p>
<p style="text-align: justify;">O Censo Maré é uma iniciativa da Redes da Maré, articulada em seu eixo de trabalho denominado Desenvolvimento Territorial. Realizado em parceria com o Observatório de Favelas, teve o apoio das 16 associações de moradores locais e outras organizações sociais importantes de outros espaços da cidade do Rio de Janeiro.</p>
  Autoria: Redes da Maré.
  Autoria: Redes da Maré.
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== Sobre o Censo ==
==Sobre o Censo==
<p style="text-align: justify;">Com início em 2010, é um marco, a partir do qual nasceram outros projetos de pesquisa. A realização do Censo Maré contou com&nbsp;a capacitação de moradores da Maré para o trabalho, que&nbsp;envolveu mais de 200 pessoas, contando com a parceria das 16 associações de moradores da região. A equipe multidisciplinar é composta por geógrafos, economistas, estatístico, cientista social, assistente social, técnico em geoprocessamento e técnico em cartografia.</p> <p style="text-align: justify;">A Redes da Maré é uma instituição da sociedade civil que tem como território de atuação o conjunto das 16 favelas da Maré, onde residem cerca de 140 mil pessoas. Fundada por moradores da Maré, tem como missão elaborar projetos estruturantes que em médio e longo prazo modifiquem os indicadores sociais e de violência da região, contribuindo, dessa maneira, para a melhoria da qualidade de vida de seus moradores.</p> <p style="text-align: justify;">Com o objetivo de transformar as condições de vida na Maré e materializar projetos que contribuam com seu propósito maior, a Redes da Maré definiu como prioridade atuar a partir dos seguintes eixos de trabalho: (i) Educação, (ii) Arte e Cultura, (iii) Memórias e Identidades, (iv) Desenvolvimento Territorial e (v) Segurança Pública e Acesso à Justiça.</p> <p style="text-align: justify;">Dessa maneira, foi feito um percurso metodológico que passa pela produção de conhecimento sobre a realidade das favelas da Maré, a elaboração de projetos e ações que respondam a demandas da população e, ainda, pela mobilização dos moradores e moradoras para que, de maneira organizada, reivindiquem dos governos políticas públicas que sejam revertidas em direitos efetivados.</p>
<p style="text-align: justify;">Com início em 2010, é um marco, a partir do qual nasceram outros projetos de pesquisa. A realização do Censo Maré contou com&nbsp;a capacitação de moradores da [[Complexo da Maré|Maré]] para o trabalho, que&nbsp;envolveu mais de 200 pessoas, contando com a parceria das 16 associações de moradores da região. A equipe multidisciplinar é composta por geógrafos, economistas, estatístico, cientista social, assistente social, técnico em geoprocessamento e técnico em cartografia.</p> <p style="text-align: justify;">A [[Redes da Maré]] é uma instituição da sociedade civil que tem como território de atuação o conjunto das 16 favelas da Maré, onde residem cerca de 140 mil pessoas. Fundada por moradores da Maré, tem como missão elaborar projetos estruturantes que em médio e longo prazo modifiquem os indicadores sociais e de violência da região, contribuindo, dessa maneira, para a melhoria da qualidade de vida de seus moradores.</p> <p style="text-align: justify;">Com o objetivo de transformar as condições de vida na Maré e materializar projetos que contribuam com seu propósito maior, a Redes da Maré definiu como prioridade atuar a partir dos seguintes eixos de trabalho: (i) Educação, (ii) Arte e Cultura, (iii) Memórias e Identidades, (iv) Desenvolvimento Territorial e (v) Segurança Pública e Acesso à Justiça.</p> <p style="text-align: justify;">Dessa maneira, foi feito um percurso metodológico que passa pela produção de conhecimento sobre a realidade das favelas da Maré, a elaboração de projetos e ações que respondam a demandas da população e, ainda, pela mobilização dos moradores e moradoras para que, de maneira organizada, reivindiquem dos governos políticas públicas que sejam revertidas em direitos efetivados.</p>


== Equipe ==
==Equipe==
Coordenação Geral:&nbsp;'''Eliana Sousa Silva e&nbsp;Dalcio Gonçalves Marinho'''
Coordenação Geral: '''Eliana Sousa Silva e Dalcio Gonçalves Marinho'''


Coordenação executiva:&nbsp;'''Everton Pereira da Silva, Fábio Douglas Brito de Almeida, Felipe da Silva Alves, Jonathan Mark Nunn'''
Coordenação executiva: '''Everton Pereira da Silva, Fábio Douglas Brito de Almeida, Felipe da Silva Alves, Jonathan Mark Nunn'''


Co-realizador:&nbsp;[http://www.observatoriodefavelas.org.br/ '''Observatório de Favelas''']
Co-realizador: '''[[Observatório de Favelas]]'''


'''PARCEIROS APOIADORES'''
'''PARCEIROS APOIADORES'''
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16 Associações de Moradores da Maré
16 Associações de Moradores da Maré


== Etapas ==
==Etapas==


'''# 1ª etapa'''&nbsp;–&nbsp;'''''[https://www.redesdamare.org.br/media/downloads/arquivos/GuiaMare_26mai.pdf Guia de Ruas da Maré] -'''''&nbsp;Publicado em 2012 (com uma segunda edição atualizada em 2014), o&nbsp;[https://www.redesdamare.org.br/br/publicacoes Guia de Ruas da Maré]&nbsp;conta com plantas, logradouros, Código de Endereçamento Postal (CEP) e histórico de cada uma das 16 comunidades da Maré. Foi realizada uma revisão completa da base cartográfica oficial do território a partir das malhas digitais disponibilizadas pelo Instituto Pereira Passos (IPP), órgão da Prefeitura. O trabalho mapeou 815 logradouros, dos quais mais da metade não constava nas bases oficiais, constatando ainda que mais de 100, entre becos e travessas, não tinham nome conhecido pelos moradores. O guia passou a ser usado pelo carteiro, pelos agentes de saúde, pelo conselho tutelar, por assistentes sociais e até por oficiais de Justiça para se localizarem na região. O mapeamento das ruas também serviu como base para que em 2016 a Prefeitura do Rio reconhecesse oficialmente mais de 500 logradouros da região, colocando a Maré no mapa da cidade e garantindo a todos o CEP de suas moradias. O processo de confirmação dos nomes das vias foi mais uma etapa de trabalho, que envolveu Redes da Maré, IPP e a população das diferentes comunidades da Maré.
'''# 1ª etapa'''&nbsp;–&nbsp;'''''[https://www.redesdamare.org.br/media/downloads/arquivos/GuiaMare_26mai.pdf Guia de Ruas da Maré] -'''''&nbsp;Publicado em 2012 (com uma segunda edição atualizada em 2014), o&nbsp;[https://www.redesdamare.org.br/br/publicacoes Guia de Ruas da Maré]&nbsp;conta com plantas, logradouros, Código de Endereçamento Postal (CEP) e histórico de cada uma das 16 comunidades da Maré. Foi realizada uma revisão completa da base cartográfica oficial do território a partir das malhas digitais disponibilizadas pelo Instituto Pereira Passos (IPP), órgão da Prefeitura. O trabalho mapeou 815 logradouros, dos quais mais da metade não constava nas bases oficiais, constatando ainda que mais de 100, entre becos e travessas, não tinham nome conhecido pelos moradores. O guia passou a ser usado pelo carteiro, pelos agentes de saúde, pelo conselho tutelar, por assistentes sociais e até por oficiais de Justiça para se localizarem na região. O mapeamento das ruas também serviu como base para que em 2016 a Prefeitura do Rio reconhecesse oficialmente mais de 500 logradouros da região, colocando a Maré no mapa da cidade e garantindo a todos o CEP de suas moradias. O processo de confirmação dos nomes das vias foi mais uma etapa de trabalho, que envolveu Redes da Maré, IPP e a população das diferentes comunidades da Maré.
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'''# 3ª etapa'''&nbsp;– '''''[https://www.redesdamare.org.br/media/downloads/arquivos/CensoMare_WEB_04MAI.pdf Censo Populacional da Maré] -'''''&nbsp;O levantamento realizado em 2013 contou 139.073 moradores, distribuídos em 47.758 domicílios. A pesquisa abrange as características da moradia e das pessoas, tais como o acesso a serviços urbanos, a estrutura etária, o perfil escolar, a naturalidade, a situação conjugal e muitas outras.
'''# 3ª etapa'''&nbsp;– '''''[https://www.redesdamare.org.br/media/downloads/arquivos/CensoMare_WEB_04MAI.pdf Censo Populacional da Maré] -'''''&nbsp;O levantamento realizado em 2013 contou 139.073 moradores, distribuídos em 47.758 domicílios. A pesquisa abrange as características da moradia e das pessoas, tais como o acesso a serviços urbanos, a estrutura etária, o perfil escolar, a naturalidade, a situação conjugal e muitas outras.
<p style="text-align: justify;">O&nbsp;[https://www.redesdamare.org.br/br/publicacoes Censo Populacional da Maré&nbsp;]utilizou o mesmo método de cobertura do Recenseamento do IBGE, garantindo assim a confiabilidade de seus resultados. Logo, o propósito de realizar um censo na Maré não foi o de contestar o censo oficial do país. Porém, por sua escala de abrangência nacional, o censo brasileiro nem sempre responde satisfatoriamente às especificidades locais. Nesse sentido, o que moveu a realização do Censo Maré foi o intuito de descontruir representações distorcidassobre a realidade desse conjunto de favelas e ser um facilitador de ações integradas que ampliem os direitos de seus moradores.</p>
<p style="text-align: justify;">O&nbsp;[https://www.redesdamare.org.br/br/publicacoes Censo Populacional da Maré&nbsp;]utilizou o mesmo método de cobertura do Recenseamento do IBGE, garantindo assim a confiabilidade de seus resultados. Logo, o propósito de realizar um censo na Maré não foi o de contestar o censo oficial do país. Porém, por sua escala de abrangência nacional, o censo brasileiro nem sempre responde satisfatoriamente às especificidades locais. Nesse sentido, o que moveu a realização do Censo Maré foi o intuito de descontruir representações distorcidas sobre a realidade desse conjunto de favelas e ser um facilitador de ações integradas que ampliem os direitos de seus moradores.</p>


== Acesse o Censo Maré (2019) ==
==Acesse o Censo Maré (2019)==
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<p style="text-align: justify;"><pdf height="800" width="1200">File:Censo_Maré.pdf</pdf><br /> </p>
[[Category:Conjunto de Favelas da Maré]] [[Category:Maré]] [[Category:Temática - Pesquisas]]
 
==Ver também==
 
*[[Censo popular, automapeamento e cartografia social da Providência]]
*[[Adeus Aglomerados Subnormais - Seminário IBGE]]
*[[Pesquisa comunitária Construindo Juntos]]
 
[[Category:Temática - Pesquisas]]
[[Categoria:Censo]]
[[Categoria:População]]
[[Category:Conjunto de Favelas da Maré]]  
[[Category:Maré]]

Edição atual tal como às 20h00min de 4 de setembro de 2024

O Censo Maré é uma iniciativa da Redes da Maré, articulada em seu eixo de trabalho denominado Desenvolvimento Territorial. Realizado em parceria com o Observatório de Favelas, teve o apoio das 16 associações de moradores locais e outras organizações sociais importantes de outros espaços da cidade do Rio de Janeiro.

Autoria: Redes da Maré.

Sobre o Censo[editar | editar código-fonte]

Com início em 2010, é um marco, a partir do qual nasceram outros projetos de pesquisa. A realização do Censo Maré contou com a capacitação de moradores da Maré para o trabalho, que envolveu mais de 200 pessoas, contando com a parceria das 16 associações de moradores da região. A equipe multidisciplinar é composta por geógrafos, economistas, estatístico, cientista social, assistente social, técnico em geoprocessamento e técnico em cartografia.

A Redes da Maré é uma instituição da sociedade civil que tem como território de atuação o conjunto das 16 favelas da Maré, onde residem cerca de 140 mil pessoas. Fundada por moradores da Maré, tem como missão elaborar projetos estruturantes que em médio e longo prazo modifiquem os indicadores sociais e de violência da região, contribuindo, dessa maneira, para a melhoria da qualidade de vida de seus moradores.

Com o objetivo de transformar as condições de vida na Maré e materializar projetos que contribuam com seu propósito maior, a Redes da Maré definiu como prioridade atuar a partir dos seguintes eixos de trabalho: (i) Educação, (ii) Arte e Cultura, (iii) Memórias e Identidades, (iv) Desenvolvimento Territorial e (v) Segurança Pública e Acesso à Justiça.

Dessa maneira, foi feito um percurso metodológico que passa pela produção de conhecimento sobre a realidade das favelas da Maré, a elaboração de projetos e ações que respondam a demandas da população e, ainda, pela mobilização dos moradores e moradoras para que, de maneira organizada, reivindiquem dos governos políticas públicas que sejam revertidas em direitos efetivados.

Equipe[editar | editar código-fonte]

Coordenação Geral: Eliana Sousa Silva e Dalcio Gonçalves Marinho

Coordenação executiva: Everton Pereira da Silva, Fábio Douglas Brito de Almeida, Felipe da Silva Alves, Jonathan Mark Nunn

Co-realizador: Observatório de Favelas

PARCEIROS APOIADORES

Action Aid

Fundação Ford

AF – Banco de Desenvolvimento da América Latina

PARCEIROS LOCAIS

16 Associações de Moradores da Maré

Etapas[editar | editar código-fonte]

# 1ª etapa – Guia de Ruas da Maré - Publicado em 2012 (com uma segunda edição atualizada em 2014), o Guia de Ruas da Maré conta com plantas, logradouros, Código de Endereçamento Postal (CEP) e histórico de cada uma das 16 comunidades da Maré. Foi realizada uma revisão completa da base cartográfica oficial do território a partir das malhas digitais disponibilizadas pelo Instituto Pereira Passos (IPP), órgão da Prefeitura. O trabalho mapeou 815 logradouros, dos quais mais da metade não constava nas bases oficiais, constatando ainda que mais de 100, entre becos e travessas, não tinham nome conhecido pelos moradores. O guia passou a ser usado pelo carteiro, pelos agentes de saúde, pelo conselho tutelar, por assistentes sociais e até por oficiais de Justiça para se localizarem na região. O mapeamento das ruas também serviu como base para que em 2016 a Prefeitura do Rio reconhecesse oficialmente mais de 500 logradouros da região, colocando a Maré no mapa da cidade e garantindo a todos o CEP de suas moradias. O processo de confirmação dos nomes das vias foi mais uma etapa de trabalho, que envolveu Redes da Maré, IPP e a população das diferentes comunidades da Maré.

# 2ª etapa – Censo de Empreendimentos Maré - Esta fase do Censo contou 3.182 estabelecimentos comerciais na Maré e levantou informações sobre fornecedores, perfil dos clientes, instrumentos de crédito, qualificação técnica, composição da mão-de-obra, condições para funcionamento e expansão. Os dados estão disponíveis na publicação Censo de Empreendimentos Maré, de 2014, composta por um relatório da economia local e pelo Catálogo de Comércios e Serviços da Maré, guia de utilidade pública, no qual são divulgados, com autorização dos empreendedores, nome, localização e telefone e/ou URL de 2.469 estabelecimentos, agrupados segundo suas atividades. Trata-se de um guia referência para investidores e consumidores locais e de fora da Maré, também utilizado por agências públicas e privadas, com a missão fomentar a microeconomia.

# 3ª etapa – Censo Populacional da Maré - O levantamento realizado em 2013 contou 139.073 moradores, distribuídos em 47.758 domicílios. A pesquisa abrange as características da moradia e das pessoas, tais como o acesso a serviços urbanos, a estrutura etária, o perfil escolar, a naturalidade, a situação conjugal e muitas outras.

Censo Populacional da Maré utilizou o mesmo método de cobertura do Recenseamento do IBGE, garantindo assim a confiabilidade de seus resultados. Logo, o propósito de realizar um censo na Maré não foi o de contestar o censo oficial do país. Porém, por sua escala de abrangência nacional, o censo brasileiro nem sempre responde satisfatoriamente às especificidades locais. Nesse sentido, o que moveu a realização do Censo Maré foi o intuito de descontruir representações distorcidas sobre a realidade desse conjunto de favelas e ser um facilitador de ações integradas que ampliem os direitos de seus moradores.

Acesse o Censo Maré (2019)[editar | editar código-fonte]


Ver também[editar | editar código-fonte]