Morro do Salgueiro: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sem resumo de edição
m (Gabriel moveu Salgueiro para Morro do Salgueiro sem deixar um redirecionamento)

Edição das 17h39min de 6 de maio de 2020

História

Aterras de um morro encravado no bairro da Tijuca atual localidade do Salgueiro, assim como outras favelas da Tijuca, integrava uma plantação de café até o final do século XIXe depois uma fábrica de chita, tornando-se uma das comunidades pioneiras em ocupação que aos poucos vão se transformando em lugar de moradia para escravos, migrantes e imigrantes.

Recebeu o nome em meados da década de 1920 em referência ao português Domingos Alves Salgueiro, comerciante instalado na Tijuca e que era proprietário de 30 barracos no local e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca,logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro. Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste.

São essas pessoas que passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão.

E assim surgiram o Sossego (local mais sossegado), o Campo (devido ao campo de futebol) e o Pedacinho do Céu (por ser a parte mais alta, onde os barracos ficam mais isolados do mundo). Tinha também o Canto do Vovô, Sunga, Caminho Largo, Trapicheiro, Portugal Pequeno, Sempre Tem, Anjo da Guarda, Terreirão, Grota, Rua Cinco, Carvalho da Cruz e Buate.

A luta social também faz parte da história do morro do Salgueiro. Foi lá que surgiu a primeira associação de moradores do Rio de Janeiro, no início de 1934,quando os habitantes do morro foram ameaçados de despejo,os 7000 moradores da favela utilizaram principalmente a escola de samba Azul-e-Branco, como instrumento político para ganhar na justiça uma ação que previa a remoção da favela. Liderados pelo sambista Antenor Gargalhada, saíram vitoriosos na batalha jurídica e continuaram a conviver pacificamente no morro do Salgueiro.

 

Em 1934, Antenor Gargalhada, presidente da escola de samba, que mais tarde iria se fundir à Depois eu Digo, atuou como um dos primeiros líderes comunitários que se têm notícia na cidade, e sua escola, como uma verdadeira associação de moradores.O morro do Salgueiro foi o berço feliz de uma das principais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, o GRES Acadêmicos do Salgueiro.

Sua ocupação se acelerou a partir da década de 1940 com a chegada de migrantes dos mais diversos estados e do interior do estado, contribuindo com a formação de uma das grandes favelas da Zona Norte da capital fluminense.


Referências

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro_do_Salgueiro

http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/b001058.pdf