Favela da Catacumba: mudanças entre as edições
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Edição das 12h37min de 2 de setembro de 2020
História
Quem passa atualmente pela Lagoa, um dos bairros de maior valorização imobiliária do Rio de Janeiro, e admira o Parque da Catacumba não imagina – ou não se lembra – que ali existia uma favela.
O terreno onde existia a Catacumba foi ocupado por uma chácara durante todo século XIX. Sua antiga proprietária, a Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas, transferiu a posse das terras para seus escravos.
A explicação do nome Catacumba tem origem em tempos ainda mais remotos. Segundo os antigos moradores da favela, o local foi usado pelos índios como cemitério. No entanto, nunca houve confirmação sobre possíveis esqueletos encontrados na região.
Por volta de 1925, o Estado dividiu a Chácara das Catacumbas em 32 lotes. Os primeiros barracos da futura favela começaram a ser erguidos ainda nos anos 30. Mas a explosão demográfica só aconteceu mesmo na década de 40, com a chegada de uma leva de migrantes vindos, principalmente, do estado do Maranhão.
Em 7 de agosto de 1967, o Jornal do Brasil descreveu assim o cotidiano na favela:
“Às cinco horas da manhã, a Catacumba começa a despejar seus moradores. Copeiras, cozinheiras e babás descem as escadarias, saindo para as ‘casas das madames’. Trabalhadores (grande número de operários em construção) formam filas nos dois pontos de ônibus ou caminham a pé, em direção de Copacabana, Ipanema e Leblon. Um pouco mais tarde, o pessoal que desce o morro já tem outro aspecto: é a hora dos funcionários públicos, das crianças que vão para a escola e da grande movimentação das lavadeiras, que saem de casa cedo, para aproveitar o sol fraco da manhã, para a lavagem e, depois, o sol mais forte, para secar a roupa”.
A Favela da Catacumba foi removida em 1970 pelo antigo governador da Guanabara, Negrão de Lima. Junto com as outras favelas do entorno da Lagoa (da Praia do Pinto, da Macedo Sobrinho e da Ilha das Dragas). A comunidade tinha 2.320 barracos (a maioria de madeira) e cerca de 15 mil habitantes. Não existia serviço de água potável na comunidade. Para 89% dos moradores, o dia começava cedo nas 15 bicas públicas que existiam já perto do asfalto.
A maioria das famílias da Catacumba foi transferida para o Conjunto Guaporé-Quitungo, construído pela COHAB na Penha, enquanto outras foram removidas para a Cidade de Deus e Parques Proletários do Estado.
Referências
https://valacomum.wordpress.com/2008/10/13/catacumba-a-favela-que-virou-parque/