Praia do Pinto: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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= <span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">História</span></font></font></font></font></font></span> =
= Sobre a favela =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">O&nbsp;</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">local já era conhe</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">cido como Praia do Pinto em meados da década de 1870, e sofreu diversas tentativas de remoção ao longo dos anos. Após a tomada do poder pelos militares, em 1964, o processo de erradicação da favela foi intensificado e culminou no controverso incêndio que extinguiu a comunidade, no dia 13 de maio de 1969.</span></font></font></font></font></font></span>
A&nbsp;'''favela da Praia do Pinto'''&nbsp;foi uma&nbsp;favela&nbsp;que existiu nos&nbsp;bairros&nbsp;de&nbsp;Leblon&nbsp;e&nbsp;Lagoa, na cidade do&nbsp;Rio de Janeiro, no&nbsp;Brasil, até 1969.


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Um conjunto que era conhecido pela sua maior Favela, a Praia do Pinto. A mais antiga datando dos anos 30 era a Praia do Pinto, as outras duas foram formadas na segunda metade dos anos 40.</span></font></font></font></font></font></span>
= História =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Localizada em uma das</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">áreas</span></font></font></font></font></font><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">mais valorizadas da cidade, a favela se tornou alvo prioritário da campanha de erradicar de favelas que era movida então pelo governo militar e pelo governo do estado da Guanabara. Na madrugada de 11 de maio de 1969, enquanto se realizavam os preparativos para a remoção dos moradores para outros bairros, ocorreu um incêndio, cujas causas nunca foram esclarecidas, que destruiu mil barracos e deixou mais de 9 000 pessoas desabrigadas (na época, a favela abrigava 15 000 habitantes). O incêndio acelerou os trabalhos de remoção da população para conjuntos habitacionais em Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião e para abrigos da Fundação Leão XIII.</span></font></font></font></font></font></span>
[[File:Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional..jpg|thumb|center|500px]]


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No passado, havia um conjunto de favelas às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. A maior delas era a chamada Praia do Pinto, no Leblon, uma favela horizontal que teve suas origens provavelmente nos anos 1930, com o início da construção do canal do Jardim de Alá e a valorização imobiliária da região, o que aumentou a oferta de empregos na construção civil e na área de serviços. Seus primeiros moradores eram principalmente imigrantes nordestinos que procuravam trabalho ou já eram empregados nos bairros próximos.


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Localizada em uma das áreas mais valorizadas da Zona Sul do Rio, a Praia do Pinto era meta prioritária nas políticas de remoção de favelas do Governo Militar. O incêndio ocorreu em um período de grande tensão, com resistência de moradores, prisão de líderes comunitários e remoções em outras favelas da cidade.</span></font></font></font></font></font></span>
Mas foi a própria valorização imobiliária, tornada especulação, um dos fatores decisivos para a enorme pressão que culminou na radical política de remoção de favelas empreendida durante os governos de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, nos anos 1960. Por meio de uma operação tão gigantesca quanto brutal, o poder público tentou remover ao máximo as favelas da Zona Sul e da região central, transferindo seus moradores para conjuntos habitacionais longínquos e de infraestrutura precária.


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= Incêndio e remoção =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><span style="text-decoration:none">“<font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt">Teria o incêndio sido proposital? Na opinião dos moradores entrevistados na pesquisa, isto surge de maneira praticamente unânime. De qualquer maneira, o próprio Governo da Guanabara admite que serviu aos propósitos remocionistas, tendo sido um "problema imprevisto e grave, mas sem alterar os planos originais, promoveu o Governo apenas a aceleração da mudança."<ref>http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1530</ref></font></font></font></span></font></font></span>
Localizada em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a favela se tornou alvo prioritário da campanha de erradicar de favelas que era movida então pelo governo militar e pelo governo do estado da Guanabara. Na madrugada de 11 de maio de 1969, enquanto se realizavam os preparativos para a remoção dos moradores para outros bairros, ocorreu um incêndio, cujas causas nunca foram esclarecidas, que destruiu mil barracos e deixou mais de 9 000 pessoas desabrigadas (na época, a favela abrigava 15 000 habitantes). O fato provocou grande&nbsp;tensão no período,&nbsp;com resistência de moradores e&nbsp;prisão de líderes comunitários, acelerando&nbsp;os trabalhos de remoção da população para conjuntos habitacionais em Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião e para abrigos da Fundação Leão XIII.


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“Teria o incêndio sido proposital? Na opinião dos moradores entrevistados na pesquisa, isto surge de maneira praticamente unânime. De qualquer maneira, o próprio Governo da Guanabara admite que serviu aos propósitos remocionistas, tendo sido um "problema imprevisto e grave, mas sem alterar os planos originais, promoveu o Governo apenas a aceleração da mudança.".


=== <span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">Referências</span></font></font></font></font></font></span> ===
= Jornais =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1"><font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">[https://pt.wikipedia.org/wiki/Favela_da_Praia_do_Pinto https://pt.wikipedia.org/wiki/Favela_da_Praia_do_Pinto]</span></font></font></font></font></font></span>
Os jornais da época, como o Jornal do Brasil(abaixo), noticiaram o incêndio e a remoção da favela da Praia do Pinto:


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1">[http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1530 <font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1530</span></font></font></font></font>]</font></span>
[[File:Jornal do Brasil, 1969, Incêndio..png|thumb|center|500px]][[File:Jornal do Brasil, 1969..png|thumb|center|500px]]


<span style="line-height:108%">[https://jornalocidadao.net/da-praia-do-pinto-a-ocupacao-do-mlsm-os-despejos-e-remocoes-nao-pararam-de-atingir-os-mais-pobres/ https://jornalocidadao.net/da-praia-do-pinto-a-ocupacao-do-mlsm-os-despejos-e-remocoes-nao-pararam-de-atingir-os-mais-pobres/]</span>
= Vídeo sobre remoção =


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1">[https://rioquepassou.com.br/2008/01/11/complexo-de-favelas-da-praia-do-pinto-inicio-dos-anos-60/ <font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">https://rioquepassou.com.br/2008/01/11/complexo-de-favelas-da-praia-do-pinto-inicio-dos-anos-60/</span></font></font></font></font>]</font></span>
Programa sobre a Remoção da Favela da Praia do Pinto, que completou&nbsp;40 anos em 2009, assista abaixo:


<span style="line-height:108%"><font color="#0563c1">[https://medium.com/fredsoares/os-50-anos-do-incêndio-que-dizimou-a-favela-que-entrou-para-a-história-do-fla-2ebba9c1250a <font color="#000000"><font face="Times New Roman, serif"><font size="3"><font style="font-size: 12pt"><span style="text-decoration:none">https://medium.com/fredsoares/os-50-anos-do-inc%C3%AAndio-que-dizimou-a-favela-que-entrou-para-a-hist%C3%B3ria-do-fla-2ebba9c1250a</span></font></font></font></font>]</font></span>
{{#evu:https://www.youtube.com/watch?v=JwWcfPC6isw}}
 
= Fotos =
 
[[File:Foto Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional.jpg|thumb|center|500px]][[File:Barraco da favela..jpg|thumb|center|500px]][[File:Em março de 1969, o jornal Última Hora já noticiava o despejo da Favela da Praia do Pinto, que pegaria fogo dois meses mais tarde abrindo espaço para a especulação imobiliária..jpeg|thumb|center|500px]][[File:Demolição em 69..jpg|thumb|center|500px]]
 
= Referências =
 
Cronologia do Pensamento Urbano: [http://cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1530 Incêndio e remoção da favela da Praia do Pinto].
 
Fotos do Rio Antigo: [https://www.facebook.com/FotosDoRioAntigo/photos/pcb.714316888592381/714316745259062 Demolição da favela da Praia do Pinto].
 
Hemerotéca Digital Brasileira: [http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_08&pagfis=133681 Jornal do Brasil, 1969].
 
Rio Memórias: [https://www.riomemorias.com.br/memorias/praia-do-pinto Praia do Pinto].
 
Wikipéia: [https://pt.wikipedia.org/wiki/Favela_da_Praia_do_Pinto Favela da Praia do Pinto].


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[[Category:Praia do Pinto]][[Category:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Category:Praia do Pinto]][[Category:Temática - Favelas e Periferias]][[Category:Remoção]]

Edição das 08h19min de 1 de outubro de 2020

Sobre a favela

favela da Praia do Pinto foi uma favela que existiu nos bairros de Leblon e Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, até 1969.

História

Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional..jpg

No passado, havia um conjunto de favelas às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. A maior delas era a chamada Praia do Pinto, no Leblon, uma favela horizontal que teve suas origens provavelmente nos anos 1930, com o início da construção do canal do Jardim de Alá e a valorização imobiliária da região, o que aumentou a oferta de empregos na construção civil e na área de serviços. Seus primeiros moradores eram principalmente imigrantes nordestinos que procuravam trabalho ou já eram empregados nos bairros próximos.

Mas foi a própria valorização imobiliária, tornada especulação, um dos fatores decisivos para a enorme pressão que culminou na radical política de remoção de favelas empreendida durante os governos de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, nos anos 1960. Por meio de uma operação tão gigantesca quanto brutal, o poder público tentou remover ao máximo as favelas da Zona Sul e da região central, transferindo seus moradores para conjuntos habitacionais longínquos e de infraestrutura precária.

Incêndio e remoção

Localizada em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a favela se tornou alvo prioritário da campanha de erradicar de favelas que era movida então pelo governo militar e pelo governo do estado da Guanabara. Na madrugada de 11 de maio de 1969, enquanto se realizavam os preparativos para a remoção dos moradores para outros bairros, ocorreu um incêndio, cujas causas nunca foram esclarecidas, que destruiu mil barracos e deixou mais de 9 000 pessoas desabrigadas (na época, a favela abrigava 15 000 habitantes). O fato provocou grande tensão no período, com resistência de moradores e prisão de líderes comunitários, acelerando os trabalhos de remoção da população para conjuntos habitacionais em Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião e para abrigos da Fundação Leão XIII.

“Teria o incêndio sido proposital? Na opinião dos moradores entrevistados na pesquisa, isto surge de maneira praticamente unânime. De qualquer maneira, o próprio Governo da Guanabara admite que serviu aos propósitos remocionistas, tendo sido um "problema imprevisto e grave, mas sem alterar os planos originais, promoveu o Governo apenas a aceleração da mudança.".

Jornais

Os jornais da época, como o Jornal do Brasil(abaixo), noticiaram o incêndio e a remoção da favela da Praia do Pinto:

Jornal do Brasil, 1969, Incêndio..png
Jornal do Brasil, 1969..png

Vídeo sobre remoção

Programa sobre a Remoção da Favela da Praia do Pinto, que completou 40 anos em 2009, assista abaixo:

Fotos

Foto Favela da Praia do Pinto – Acervo Biblioteca Nacional.jpg
Barraco da favela..jpg
Demolição em 69..jpg

Referências

Cronologia do Pensamento Urbano: Incêndio e remoção da favela da Praia do Pinto.

Fotos do Rio Antigo: Demolição da favela da Praia do Pinto.

Hemerotéca Digital Brasileira: Jornal do Brasil, 1969.

Rio Memórias: Praia do Pinto.

Wikipéia: Favela da Praia do Pinto.