Museu dos Meninos: mudanças entre as edições
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Museu virtual com histórias de jovens do Complexo do Alemão. A série Arqueologias do Futuro propõe um espaço de reflexão coletiva para construir, escrever e preservar memórias que projetam futuros possíveis para o povo negro. | Museu virtual com histórias de jovens do [[Complexo do Alemão]]. A série Arqueologias do Futuro propõe um espaço de reflexão coletiva para construir, escrever e preservar memórias que projetam futuros possíveis para o povo negro. | ||
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Meu nome é Maurício da Silva de Lima. Sou artista, nascido e criado na Alvorada, no Complexo do Alemão. | Meu nome é Maurício da Silva de Lima. Sou artista, nascido e criado na Alvorada, no [[Complexo do Alemão]]. | ||
A favela é a minha coluna, é através dela que eu me movimento. Da minha laje observava uma cidade que escoava do alto dos nossos morros e se alastrava no horizonte. Daqui do alto observava fronteiras, o vendedor de bolas, o mototaxi… vi subir o morro um projeto de pacificação já falido. Subindo e descendo derrubando tudo, casa e memória, corpos e histórias. Vi homens, como eu, morrendo ainda meninos. | A favela é a minha coluna, é através dela que eu me movimento. Da minha laje observava uma cidade que escoava do alto dos nossos morros e se alastrava no horizonte. Daqui do alto observava fronteiras, o vendedor de bolas, o mototaxi… vi subir o morro um projeto de pacificação já falido. Subindo e descendo derrubando tudo, casa e memória, corpos e histórias. Vi homens, como eu, morrendo ainda meninos. | ||
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Informações [https://www.museudosmeninos.com.br/copia-inventario retiradas do site oficial do projeto] | |||
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Edição atual tal como às 17h57min de 1 de março de 2024
O Museu dos Meninos, idealizado por Maurício Lima, é um projeto artístico e transdisciplinar que apresenta 30 vídeos-depoimento de jovens do Complexo do Alemão, buscando preservar memórias e dar voz às narrativas desses moradores, desafiando estatísticas alarmantes sobre violência nas favelas.
Autoria: Informações do verbete reproduzidas pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de outras fontes.
Sobre o projeto[editar | editar código-fonte]
Museu virtual com histórias de jovens do Complexo do Alemão. A série Arqueologias do Futuro propõe um espaço de reflexão coletiva para construir, escrever e preservar memórias que projetam futuros possíveis para o povo negro.
Meu nome é Maurício da Silva de Lima. Sou artista, nascido e criado na Alvorada, no Complexo do Alemão.
A favela é a minha coluna, é através dela que eu me movimento. Da minha laje observava uma cidade que escoava do alto dos nossos morros e se alastrava no horizonte. Daqui do alto observava fronteiras, o vendedor de bolas, o mototaxi… vi subir o morro um projeto de pacificação já falido. Subindo e descendo derrubando tudo, casa e memória, corpos e histórias. Vi homens, como eu, morrendo ainda meninos.
Em 2016 encontrei o Mapa da Violência no Brasil, de 2014, e descobri que tudo isso que existe na minha memória, existe também em números:
Em 2016 encontrei o Mapa da Violência no Brasil, de 2014, e descobri que tudo isso que existe na minha memória, existe também em números:
77% dos jovens assassinados são negros (entende-se por negros os auto declarados pretos e pardos) e 83,30 % são do gênero masculino, com idades entre 15 a 29, moradores das favelas e periferias.
A cada 2 horas, 7 jovens negros são assassinados no Brasil. São 84 mortos por dia, 2540 mortos por mês, 30.660 jovens assassinados por ano.
Mas nós ainda estamos aqui.
Museu dos Meninos é um projeto artístico, transdisciplinar, de mapeamento e preservação de memória, que traz em seu acervo uma série de 30 vídeos-depoimento de homens jovens, com idades entre 15 e 29 anos, moradores das favelas que compõem o Complexo do Alemão e seus arredores, no Rio de Janeiro. Diferentes gerações refletem o passado, o presente, re-criando a favela da nossa infância e projetando a favela do nosso futuro. Nesse museu esses jovens exercem o direito irrevogável de serem narradores de suas próprias histórias.
Museu dos Meninos nasce pela necessidade de estar vivo. É uma experiência de tempo. É rasurar, criar uma fenda, abrir um beco pra que essas palavras, corpos e imagens e sons, sejam uma cicatriz no tempo. É pra ferir a história que nos mata e que agora não nos esquecerá.
Ninguém mais fala por nós.
Sobre o criador: Maurício Lima[editar | editar código-fonte]
Ator, bailarino e performer formado pela Escola de Teatro Martins Pena e graduando do curso de Teoria da Dança, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua junto ao grupo Teatro de Extremos e o Coletivo Líquida Ação, em paralelo à sua pesquisa artística autônoma
Em seu trabalho autoral tensiona as questões ético-estéticas relacionadas a negritude contemporânea latino-americana, suas identidades e ancestralidades.
Alguns vídeos do projeto[editar | editar código-fonte]
Notas e referências[editar | editar código-fonte]
Informações retiradas do site oficial do projeto