Manuel Cândido (entrevista): mudanças entre as edições

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  Autora: Paula Noronha
Entrevista com Manuel Cândido, conhecido como Sr. Maninho, morador antigo da [[Vila Operária (pesquisa)|Vila Operária]], favela localizada no Município de Duque de Caxias, situada no 1° Distrito na [[:Categoria:Baixada Fluminense|Baixada Fluminense]], no estado do Rio de Janeiro. A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito à cidade em uma favela de Duque de Caxias”, desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense.
  Autoria: Paula Noronha


== Projeto ==
== Projeto ==
A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. O Material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.
A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e [[moradia]]: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. O Material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.


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== Resumo da entrevista ==
== Resumo da entrevista ==
Nascido no ano de 1939, Sr Maninho, como é conhecido, é natural de São Gonçalo do Amarante- Rio Grande do Norte. Seu pai nasceu ainda no período da escravidão, em 1887.A família de Sr. Maninho era muito grande. Só irmãos eram 18. Viviam da agricultura de subsistência. Conhecido por sua generosidade, Sr. Maninho traz esse legado da sua infância no Rio Grande do Norte. Lá a família tinha como costume compartilhar os produtos agrícolas, leite de cabra, ovos e até mesmo as refeições com vizinhos, familiares e pessoas que necessitassem de ajuda.
Nascido no ano de 1939, Sr Maninho, como é conhecido, é natural de São Gonçalo do Amarante- Rio Grande do Norte. Seu pai nasceu ainda no período da escravidão, em 1887. A família de Sr. Maninho era muito grande. Só irmãos eram 18. Viviam da agricultura de subsistência. Conhecido por sua generosidade, Sr. Maninho traz esse legado da sua infância no Rio Grande do Norte. Lá a família tinha como costume compartilhar os produtos agrícolas, leite de cabra, ovos e até mesmo as refeições com vizinhos, familiares e pessoas que necessitassem de ajuda.


As terras onde a casa de taipa fora construída, assim como a plantação e a criação de pequenos animais foram cedidas por um proprietário local, amigo da família. Ali, Maninho viveu toda sua infância e parte de sua juventude. Aos vinte anos, Sr. Maninho sai de sua cidade natal para se aventurar pelo país. Passa por Campina Grande, Recife, Sergipe, diversas cidades na Bahia, Belo Horizonte, São Paulo… em apenas 10 meses. Ao final desse período, decide voltar para São Gonçalo do Amarante, onde trabalha como feirante, se casa e  depois de algum tempo, parte em nova aventura para o Rio de Janeiro.
As terras onde a casa de taipa fora construída, assim como a plantação e a criação de pequenos animais foram cedidas por um proprietário local, amigo da família. Ali, Maninho viveu toda sua infância e parte de sua juventude. Aos vinte anos, Sr. Maninho sai de sua cidade natal para se aventurar pelo país. Passa por Campina Grande, Recife, Sergipe, diversas cidades na Bahia, Belo Horizonte, São Paulo… em apenas 10 meses. Ao final desse período, decide voltar para São Gonçalo do Amarante, onde trabalha como feirante, se casa e  depois de algum tempo, parte em nova aventura para o [[:Categoria:Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]].


Aqui no Rio de Janeiro, o Sr. Maninho perde a esposa, ficando viúvo com três filhos pequenos. É nessa época que Duque de Caxias atravessa a vida e a história de Sr. Maninho. Através do convite de um amigo para conhecer a feira de Caxias, ele reencontra alguns conterrâneos e a partir desses encontros, Maninho conhece sua atual esposa. Como ele mesmo a descreve," vale mais que ouro"! Companheira até o dia de hoje, cuidou dos seus filhos como mãe. Maninho alugou uma casa perto da irmã dela no bairro da Paulicéia, onde morou de aluguel por 12 anos. Para fugir do aluguel, comprou um barraco na Vila Operária que  foi pagando aos poucos e com dificuldade, mas ao término do pagamento, mesmo sem experiência nenhuma no ramo da construção civil, comprou material e começou a construir sua casa com o auxílio de vizinhos que acabaram se tornando amigos.  
Aqui no Rio de Janeiro, o Sr. Maninho perde a esposa, ficando viúvo com três filhos pequenos. É nessa época que Duque de Caxias atravessa a vida e a história de Sr. Maninho. Através do convite de um amigo para conhecer a feira de Caxias, ele reencontra alguns conterrâneos e a partir desses encontros, Maninho conhece sua atual esposa. Como ele mesmo a descreve," vale mais que ouro"! Companheira até o dia de hoje, cuidou dos seus filhos como mãe. Maninho alugou uma casa perto da irmã dela no bairro da Paulicéia, onde morou de aluguel por 12 anos. Para fugir do aluguel, comprou um barraco na Vila Operária que  foi pagando aos poucos e com dificuldade, mas ao término do pagamento, mesmo sem experiência nenhuma no ramo da construção civil, comprou material e começou a construir sua casa com o auxílio de vizinhos que acabaram se tornando amigos.  
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== Entrevista na íntegra ==
== Entrevista na íntegra ==
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[[Categoria:Temática - Depoimentos]]
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Edição atual tal como às 15h13min de 25 de outubro de 2023

Entrevista com Manuel Cândido, conhecido como Sr. Maninho, morador antigo da Vila Operária, favela localizada no Município de Duque de Caxias, situada no 1° Distrito na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito à cidade em uma favela de Duque de Caxias”, desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense.

Autoria: Paula Noronha

Projeto[editar | editar código-fonte]

A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. O Material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.

Foto do morador
Foto do morador Manuel Cândido

Resumo da entrevista[editar | editar código-fonte]

Nascido no ano de 1939, Sr Maninho, como é conhecido, é natural de São Gonçalo do Amarante- Rio Grande do Norte. Seu pai nasceu ainda no período da escravidão, em 1887. A família de Sr. Maninho era muito grande. Só irmãos eram 18. Viviam da agricultura de subsistência. Conhecido por sua generosidade, Sr. Maninho traz esse legado da sua infância no Rio Grande do Norte. Lá a família tinha como costume compartilhar os produtos agrícolas, leite de cabra, ovos e até mesmo as refeições com vizinhos, familiares e pessoas que necessitassem de ajuda.

As terras onde a casa de taipa fora construída, assim como a plantação e a criação de pequenos animais foram cedidas por um proprietário local, amigo da família. Ali, Maninho viveu toda sua infância e parte de sua juventude. Aos vinte anos, Sr. Maninho sai de sua cidade natal para se aventurar pelo país. Passa por Campina Grande, Recife, Sergipe, diversas cidades na Bahia, Belo Horizonte, São Paulo… em apenas 10 meses. Ao final desse período, decide voltar para São Gonçalo do Amarante, onde trabalha como feirante, se casa e  depois de algum tempo, parte em nova aventura para o Rio de Janeiro.

Aqui no Rio de Janeiro, o Sr. Maninho perde a esposa, ficando viúvo com três filhos pequenos. É nessa época que Duque de Caxias atravessa a vida e a história de Sr. Maninho. Através do convite de um amigo para conhecer a feira de Caxias, ele reencontra alguns conterrâneos e a partir desses encontros, Maninho conhece sua atual esposa. Como ele mesmo a descreve," vale mais que ouro"! Companheira até o dia de hoje, cuidou dos seus filhos como mãe. Maninho alugou uma casa perto da irmã dela no bairro da Paulicéia, onde morou de aluguel por 12 anos. Para fugir do aluguel, comprou um barraco na Vila Operária que  foi pagando aos poucos e com dificuldade, mas ao término do pagamento, mesmo sem experiência nenhuma no ramo da construção civil, comprou material e começou a construir sua casa com o auxílio de vizinhos que acabaram se tornando amigos.

Sr. Maninho, trabalhou na Eletromar, na Brahma e em transporte coletivo onde se aposentou. Há 38 anos morador da Vila Operária, nunca teve grandes problemas no local por conta do tráfico ou violência e criou ali também os filhos, que ainda residem no bairro. Querido por todos, sua casa é um ponto de encontro e acolhimento na comunidade. Sr. Maninho é um ícone e uma referência de simpatia e solidariedade na Vila Operária.

Entrevista na íntegra[editar | editar código-fonte]