Rede Nacional de Mães e Familiares: mudanças entre as edições
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O objetivo é denunciar o [[Parem de nos matar!|genocídio do povo negro]], as chacinas em favelas, o aumento do número de homicídios no país e buscar respostas do Estado em relação a cada um desses casos. É a oportunidade de ouvir diferentes relatos que, juntos, mostram como essas mortes não são “acidentes”, mas sim um projeto político de extermínio colocado em curso. | |||
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de notícias contidas nas redes. | |||
O objetivo é denunciar o genocídio do povo negro, as chacinas em favelas, o aumento do número de homicídios no país e buscar respostas do Estado em relação a cada um desses casos. É a oportunidade de ouvir diferentes relatos que, juntos, mostram como essas mortes não são “acidentes”, mas sim um projeto político de extermínio colocado em curso. | |||
== Sobre == | == Sobre == | ||
Os mortos e encarcerados sistematicamente no Brasil têm idade, cor e endereço: jovens, negros e periféricos. A injustiça desse cenário extrapola o disparar das armas e o fechar das grades. Familiares, amigos e mães também sofrem e clamam por Justiça.[[Arquivo:Rede Nacional de Mães e Familiares.png|centro|miniaturadaimagem|500x500px|Rede Nacional de Mães e Familiares]]A letalidade policial brasileira supera seu próprio recorde ano após ano. Segundo o Monitor da Violência, 6.160 pessoas foram mortas por policiais no País em 2018 – 935 a mais que em 2017. Os sistemas prisional e socioeducativo descumprem os direitos fundamentais da pessoa humana e deixam de cumprir seus reais propósitos. | |||
Os mortos e encarcerados sistematicamente no Brasil têm idade, cor e endereço: jovens, negros e periféricos. A injustiça desse cenário extrapola o disparar das armas e o fechar das grades. Familiares, amigos e mães também sofrem e clamam por Justiça. | |||
A letalidade policial brasileira supera seu próprio recorde ano após ano. Segundo o Monitor da Violência, 6.160 pessoas foram mortas por policiais no País em 2018 – 935 a mais que em 2017. Os sistemas prisional e socioeducativo descumprem os direitos fundamentais da pessoa humana e deixam de cumprir seus reais propósitos. | |||
As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para '''lutar por direitos, justiça, reparação e memória''' em todo o Brasil. | As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para '''lutar por direitos, justiça, reparação e memória''' em todo o Brasil. | ||
Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por '''responsabilização do Estado''' pela política de terrorismo que vitimiza uma população bastante especifica: '''jovens, negros e pobres'''. É também o mês em que, desde 2016, mães e familiares se reúnem anualmente. | Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por '''responsabilização do Estado''' pela política de terrorismo que vitimiza uma população bastante especifica: '''jovens, negros e pobres'''. É também o mês em que, desde 2016, mães e familiares se reúnem anualmente.[[Arquivo:Luto.jpg|centro|miniaturadaimagem|148x148px|Luto]]Os Encontros da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado têm o objetivo de fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às '''violações de direitos perpetradas pelo Estado'''. É um importante momento de troca de experiências entre os familiares, que vivem o cotidiano de ameaça e repressão e buscam a construir a memória de seus filhos. | ||
Os Encontros da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado têm o objetivo de fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às '''violações de direitos perpetradas pelo Estado'''. É um importante momento de troca de experiências entre os familiares, que vivem o cotidiano de ameaça e repressão e buscam a construir a memória de seus filhos. | |||
Em 2020, Fortaleza será a casa do 5º Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado. | Em 2020, Fortaleza será a casa do 5º Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado. | ||
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== Os encontros == | == Os encontros == | ||
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As mães das vítimas se organizam em protestos, uma vez ao ano não deixando calar a luta iniciada em 2016. | As mães das vítimas se organizam em protestos, uma vez ao ano, não deixando calar a luta iniciada em 2016. | ||
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Nos dias 17 a 20 de maio aconteceu, em Fortaleza, o V Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, nesse simbólico mês que representa a luta e resistência para os movimentos protagonizados por mulheres por memória, justiça, vida e liberdade nas periferias. | |||
O 5o encontro nacional, dessa vez sediado no Ceará, contou com representação de 12 estados e cerca de 120 participantes, reunindo vozes que não se calam em nome de seus familiares, em sua maioria jovens e negros, assassinados ou torturados por ações das polícias nas favelas, comunidades, bairros, casas ou dentro dos espaços de privação de liberdade. | |||
== Referências == | |||
'''Sites:''' | |||
1 - https://5encontronacional.wixsite.com/fortaleza?fbclid=IwAR3fvH7lzWR0ongFAxgR8K8pcZvspXxdx5pbeAXQcrnmR-Ng8XrKOwOHizc | |||
2 - https://criola.org.br/familiares-de-vitimas-do-terrorismo-do-estado-se-manifestam-no-rio/ | |||
3 - https://ambfeminista.org.br/rede-de-maes-e-familiares-de-vitimas-do-terrorismo-do-estado-realizam-encontro-nacional-em-fortaleza/ | |||
'''Redes Sociais - Contato''' | |||
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'''E-mail:''' redenacionaldemaesefamiliares@gmail.com | |||
[[Categoria:Violência de Estado]] | |||
[[Categoria:Violência Policial]] | |||
[[Categoria:Temática - Ativismo]] | |||
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]] | |||
[[Categoria:Temática - Associativismo e Movimentos Sociais]] | |||
[[Categoria:Extermínio]] | |||
[[Categoria:Direitos Humanos]] |
Edição atual tal como às 12h47min de 19 de setembro de 2023
O objetivo é denunciar o genocídio do povo negro, as chacinas em favelas, o aumento do número de homicídios no país e buscar respostas do Estado em relação a cada um desses casos. É a oportunidade de ouvir diferentes relatos que, juntos, mostram como essas mortes não são “acidentes”, mas sim um projeto político de extermínio colocado em curso.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de notícias contidas nas redes.
Sobre[editar | editar código-fonte]
Os mortos e encarcerados sistematicamente no Brasil têm idade, cor e endereço: jovens, negros e periféricos. A injustiça desse cenário extrapola o disparar das armas e o fechar das grades. Familiares, amigos e mães também sofrem e clamam por Justiça.
A letalidade policial brasileira supera seu próprio recorde ano após ano. Segundo o Monitor da Violência, 6.160 pessoas foram mortas por policiais no País em 2018 – 935 a mais que em 2017. Os sistemas prisional e socioeducativo descumprem os direitos fundamentais da pessoa humana e deixam de cumprir seus reais propósitos.
As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para lutar por direitos, justiça, reparação e memória em todo o Brasil.
Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por responsabilização do Estado pela política de terrorismo que vitimiza uma população bastante especifica: jovens, negros e pobres. É também o mês em que, desde 2016, mães e familiares se reúnem anualmente.
Os Encontros da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado têm o objetivo de fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às violações de direitos perpetradas pelo Estado. É um importante momento de troca de experiências entre os familiares, que vivem o cotidiano de ameaça e repressão e buscam a construir a memória de seus filhos.
Em 2020, Fortaleza será a casa do 5º Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado.
Luto para nós é verbo[editar | editar código-fonte]
A letalidade policial, no Brasil, supera seu próprio recorde ano após ano e, no Brasil, tem um alvo bem definido: jovens, negros e pobres. As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mulheres, mães, irmãs, tias e familiares para lutar por justiça, reparação e memória.
Neste vídeo-artigo produzido por Natasha Neri e roteirizado por Juliana Farias, respectivamente, diretora e roteirista do premiado documentário "Auto de Resistência", vencedor do É Tudo Verdade de 2018, as autoras captam o testemunho destas mulheres incansáveis em sua essência mais profunda.
Vídeo Artigo[editar | editar código-fonte]
Direção: Natasha Neri
Roteiro: Juliana Farias
Fotografia: Neo Nabuco e Karla da Costa
Montagem: Renato Martins
Imagens adicionais: Airton Martins
Assistente de montagem: Luiz Martins
Memória[editar | editar código-fonte]
Vera Lúcia dos Santos[editar | editar código-fonte]
Uma das fundadoras do movimento Mães de Maio, em São Paulo. Em um único dia de maio de 2006, a cabeleireira perdeu a filha, a neta mais nova e o genro. Em 2008, Vera teve a casa invadida por policiais militares e foi acusada de tráfico de drogas. Injustamente condenada, passou três anos e dois meses na prisão.
Outras tantas violências estiveram no seu caminho, mas Vera nunca deixou de lutar.
Era 3 de maio de 2018, quando foi encontrada desacordada em sua cama. Ela estava deitada entre fotos e documentos pessoais. Na porta do quarto do filho, ela deixou pendurada uma camisa das Mães de Maio. Sua luta vive!
Janaína Soares[editar | editar código-fonte]
07.11.18 | “O coração não aguentou. Lamentamos profundamente a morte de Janaína Soares, vítima de infarto na comunidade de Manguinhos no Rio de Janeiro. Há 3 anos, seu filho Cristian, de 13 anos, foi assassinado. Mas a violência continuou se repetindo. Até que, no último domingo Janaína viu acontecer a morte de um adolescente de 17 anos atingido por um tiro enquanto andava de bicicleta. Não aguentou. Outros dois adolescentes também tiveram a vida interrompida neste fim de semana na cidade do Rio”. (UNICEF Brasil)
Histórias como a de Janaína são contadas dia a dia no Brasil afora. O adoecimento causado pelo Estado na vida das mães e dos familiares é irreparável. A dor e a saudade permanecem presentes no coração de quem fica e de quem luta.
Darlana Ribeiro Godói[editar | editar código-fonte]
Lana, como gostava de ser chamada, foi uma das coordenadoras da Associação de Familiares de Internos(as) do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Afisp/DF). Atuou ajudando os familiares da melhor forma que podia, sempre disposta a se sacrificar um pouco mais pela causa.
Descobriu há 5 anos que tinha leucemia, e mesmo assim não deixou de lutar: tanto contra o câncer, quanto pelos direitos dos internos. Ela batalhou com todas as forças e com esperança, mas faleceu no dia 22 de setembro de 2019. Apesar de a dor e o cansaço a consumirem, ela não perdeu a luta. Está viva em todas aquelas e aqueles que acreditam e militam pelos direitos fundamentais e dignidade dos filhos(as). Lana presente!
Os encontros[editar | editar código-fonte]
As mães das vítimas se organizam em protestos, uma vez ao ano, não deixando calar a luta iniciada em 2016.
São Paulo[editar | editar código-fonte]
Em maio de 2016, por ocasião dos 10 anos dos Crimes de Maio, mães em luto e luta realizaram em São Paulo o “I Encontro Internacional de Mães de Vítimas da Violência do Estado: por Justiça, Reparações e Revolução!”.
O encontro consolidou o início de uma rede nacional de acolhimento e reivindicações.
Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]
Nos dias 19 e 20 de maio de 2017, mães e familiares de todo o Brasil se reuniram na capital carioca.
Além de rodas de conversa e oficinas, o evento contou com um ato diante da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Na ocasião, demandaram em carta apoio e agilidade para projetos de lei voltados para as vítimas do Estado.
Salvador[editar | editar código-fonte]
Entre 16 e 21 de maio de 2018, mães, familiares e vítimas do terrorismo do Estado do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos se reuniram em Salvador, BA.
Como em todos os anos, debates, encontros com autoridades e um ato público estiveram na programação.
Hidrolândia, Goiânia e Brasília[editar | editar código-fonte]
Realizada entre 18 e 21 de maio de 2019, a quarta edição nacional reuniu em Goiás mães e familiares de nove estados.
Ao fim, uma reunião decidiu que o 5º Encontro acontecerá em 2020 na capital cearense.
Ceará[editar | editar código-fonte]
Nos dias 17 a 20 de maio aconteceu, em Fortaleza, o V Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, nesse simbólico mês que representa a luta e resistência para os movimentos protagonizados por mulheres por memória, justiça, vida e liberdade nas periferias.
O 5o encontro nacional, dessa vez sediado no Ceará, contou com representação de 12 estados e cerca de 120 participantes, reunindo vozes que não se calam em nome de seus familiares, em sua maioria jovens e negros, assassinados ou torturados por ações das polícias nas favelas, comunidades, bairros, casas ou dentro dos espaços de privação de liberdade.
Referências[editar | editar código-fonte]
Sites:
2 - https://criola.org.br/familiares-de-vitimas-do-terrorismo-do-estado-se-manifestam-no-rio/
Redes Sociais - Contato
E-mail: redenacionaldemaesefamiliares@gmail.com