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Abdias do Nascimento (Franca, 14 de março de 1914 — Rio de Janeiro, 23 de maio de 2011). Economista, teatrólogo, artista plástico, pesquisador, deputado, senador e acima de tudo militante político. Em 97 anos de vida, Abdias tornou-se referência internacional na luta contra o racismo e a discriminação e bateu-se de forma intransigente para que a legislação brasileira possibilitasse a integração dos afrodescendentes sem preconceito de espécie alguma.
Autoria: Norma Miranda
Sobre[editar | editar código-fonte]
Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo, foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010. Fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira, a Negritude e o Pan-Africanismo. Quando jovem, foi membro da Ação Integralista Brasileira, onde atuou como jornalista, considerando o período fundamental para lhe "possibilitar conhecimentos sobre a cultura brasileira, arte, literatura e economia", tendo se desligado após o fechamento legal da AIB por se opor a "um segmento sistematicamente racista contra os negros" dentro do movimento. Atuou no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (1945-65) e foi fundador do Partido Democrático Trabalhista em 1981, chegando a ser vice-presidente da legenda a que foi filiado até sua morte.
Foi professor emérito na Universidade Estadual de Nova Iorque em Buffalo, campus de Buffalo, onde, durante seu exílio do regime militar, ele foi professor titular por dez anos. Nascimento atuou como professor visitante na Escola de Artes Dramáticas da Universidade Yale. Convidado pelo Fórum das Humanidades da Universidade Wesleyan, também nos Estados Unidos, ele participou na condição de professor visitante, com alguns dos mais destacados intelectuais da época, do Seminário "A Humanidade em Revolta". Foi professor convidado do Departamento de Línguas e Literaturas Africanas da Universidade de Ifé, em Ifé, Nigéria. Voltando do exílio, foi deputado federal e senador da República, além de secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro.
Abdias Nascimento faleceu em 24 de maio de 2011, aos 97 anos, vítima de uma pneumonia que se complicou e agravou problemas cardíacos. A herança de sua trajetória e ensinamentos se encontra presente na luta de cada um dos afrodescendentes, contra o racismo e a discriminação.
Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez na Serra da Barriga, em Alagoas.[editar | editar código-fonte]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Família[editar | editar código-fonte]
Filho de Georgina Ferreira do Nascimento (conhecida como Dona Josina), doceira e ama de leite, e de José Ferreira do Nascimento, sapateiro e violonista, Abdias do Nascimento era neto de mulheres escravizadas. A avó materna, Francelina, foi internada no famigerado asilo de Juquery e sofreu sérias consequências dos maus tratos lá recebidos. A avó paterna, Ismênia, nascida na África, foi estuprada por um português. Por isso o pai de Abdias "carregou, durante seus 95 anos de vida, a dor de ser um filho 'natural', isto é, de não ter sido reconhecido pelo pai".
Movimento integralista[editar | editar código-fonte]
Abdias participou da Ação Integralista Brasileira, sobre a qual declarou:
As lutas nacionalistas e anti-imperialistas, a oposição ao capitalismo e à burguesia, foram os temas que me atraíram para as fileiras integralistas. Etapa importante da minha vida. No integralismo foi onde pela primeira vez comecei a entender a realidade social, econômica e política do país e as implicações internacionais que o envolviam. A juventude integralista estudava muito e com seriedade. Encontrei e conheci pessoas de primeira qualidade como um San Tiago Dantas, Gerardo Mello Mourão ou Roland Corbisier; assim como um Rômulo de Almeida, Lauro Escorel, Jaime de Azevedo Rodrigues (falecido), o bravo embaixador brasileiro num país europeu que se demitiu da carreira após o golpe militar de 1964; ou ainda D. Hélder Câmara, Ernâni da Silva Bruno, Antônio Galloti, M. Mazei Guimarães e muitos outros. Conheci bem de perto o chefe integralista Plínio Salgado de quem em certa época fui amigo. Dentro do integralismo eu me separava do movimento negro, mantendo assim duas atividades paralelas. Logo que percebi, concretamente, o racismo dentro do integralismo, me desliguei definitivamente desse movimento político. - Memórias do exílio. 1964/19??. De muitos caminhos, São Paulo, Livraria Livramento, 1978, Vol. 1, p. 30.
Comentando em sua autobiografia as declarações de Abdias sobre sua passagem pela AIB, o advogado e ex-deputado federal baiano Rubem Nogueira, que sobre Abdias afirmou que o "conheci de perto" durante a década de 30, sustentou que Abdias "se manteve fiel (ao Integralismo) até o fim da existência legal da AIB, motivo por que sofreu arbitrária detenção em começos de 1938". Realmente, em fevereiro de 1938, Abdias foi detido no âmbito do Processo n° 461 do Tribunal de Segurança Nacional, ao lado de outros seis integralistas, por distribuir boletins integralistas nos últimos dias de dezembro de 1937. Segundo apurou a polícia política, Abdias teria sido, ao lado de Rômulo Almeida, o principal autor de uma derrama de boletins em edifícios no Centro do Rio de Janeiro.
Dentro da AIB, trabalhava no gabinete de Plínio Salgado. Participava dos círculos de estudantes integralistas. Segundo Gerardo Melo Mourão, "Abdias se dedicou exclusivamente ao problema da raça negra, da redenção dos negros brasileiros, dizia que era a missão dele e era realmente uma coisa tão importante".
Anos mais tarde, no pós guerra e em um contexto de disputas políticas na UNE, seu passado integralista foi usado como pretexto para deslegitimar sua atuação política. Em publicação de 1976, disse:
"não tinha nada a declarar naquela espécie de autocrítica sob coação. Nada havia no meu passado para lamentar ou arrepender. (...) Passei por aquilo e larguei para trás. Mudei. (...) Sofri o racismo no meio integralista e denunciei o fascismo. Não iria agora me submeter a uma nova manobra de cunho nazi-fascista. Então eles (os donos da UNE) expulsaram a mim, ao Aguinaldo Camargo e ao Rodrigues Alves sob a acusação de que éramos racistas!"
Após o Estado Novo, a imprensa oficial do partido integralista que sucedeu a AIB, o Partido de Representação Popular, deu ampla divulgação às atividades de Abdias. Ele chegou mesmo a dar entrevistas para o jornal oficial do integralismo, A Marcha, na década de 1950, e foi através da editora GRD, do diretor de A Marcha, o integralista Gumercindo Rocha Dorea, que lançou seus primeiros livros na década de 1960. Segundo Gabriel Soares Predebon, isso demonstra uma continuidade das relações de Abdias com o movimento integralista. Um de seus principais aliados no TEN, Ironides Rodrigues, foi o responsável pela coluna de cinema de A Marcha entre 1954 e 1962.
Regime militar[editar | editar código-fonte]
Com o endurecimento do regime militar, Abdias exila-se por 13 anos no exterior. Na mesma época, o TEN é dissolvido e Abdias se afasta do teatro, conduzindo sua militância política por outros caminhos, tendo lecionado como professor universitário, e dedicando-se à pintura e à pesquisa de visualidades relacionadas à cultura religiosa afro-brasileira.
Durante essa época, formou junto com Gerardo Melo Mourão, Godofredo Iommi, Efrain Bo, Raul Young e Napoleón López uma aliança poética chamada La Santa Hermandad de la Orquídea. Em 1940, "os orquídeas" iniciaram sua jornada pela Amazônia passando por todos os tipos de dificuldades físicas e econômicas, de acordo com o que foi registrado por Juan Raúl Young, em uma carta de 1978 endereçada a Abdias, na qual resgata suas memórias desta viagem:
Citação: Em nosso tempo livre, Godô (Godofredo Iommi) lia para nós A Divina Comédia, escrita em italiano antigo. Godô leu, traduziu e fez sua interpretação existencialista, que era a filosofia que nos formava na época, e com ela interpretamos (A Divina Comédia) como uma jornada ontológica, ou seja, como a construção do ser de Dante.
Segundo a historiadora e intelectual negra Maria Gerlane Santos de Jesus, Abdias era uma das principais influências na luta antirracista:
A figura do Abdias Nascimento é sem dúvida emblemática no século XX e seu envolvimento na luta antirracista (e não só) é louvável, pois não temos como falar do século XX e da luta antirracista sem lembrar do nome do Abdias Nascimento, que lutou por essa causa tanto como militante, quanto intelectual, como artista. Foi influência para muitos militantes negros que a partir da década de 1970 passaram a entrar nos meios acadêmicos e assim, ao invés de verem suas histórias escritas por intelectuais predominantemente brancos, começaram, assim como Abdias Nascimento, escrever suas histórias, as histórias dos seus povos.
- Maria Gerlane Santos de Jesus (2015), A representação do negro nas Revistas Veja e Isto é: Abdias Nascimento, o movimento negro e o centenário da abolição (1978-1988)
Redemocratização e vida política[editar | editar código-fonte]
Após a volta do exílio (1968-1978), insere-se na vida política ao colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado em 1978 e como um dos fundadores do PDT em 1980. Candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1982, alcançou a terceira suplência, exercendo o mandato ante a nomeação de parlamentares para o secretariado do governador Leonel Brizola. Votou a favor da Emenda Dante de Oliveira em 1984, mas não participou da votação que elegeu Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985, porque o deputado Brandão Monteiro reassumiu para votar na histórica sessão. Dias depois, Abdias do Nascimento retornaria ao parlamento, mas não foi reeleito em 1986. Eleito segundo suplente de senador pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 1990, assumiu a vaga após a morte de Darcy Ribeiro em 1997. Em 2006, em São Paulo, criou o dia 20 de novembro como o dia oficial da consciência negra.
Foi casado com Maria de Lourdes Vale Nascimento, assistente social, ativista e jornalista. Casou uma segunda vez com a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e sua última esposa foi a norte-americana Elizabeth (Elisa) Larkin, com quem teve um filho.
Atuação Parlamentar[editar | editar código-fonte]
Como deputado federal, Abdias Nascimento participou dos simpósios regionais e internacionais das Nações Unidas em apoio à Luta do Povo da Namíbia pela sua Independência (San José, Costa Rica, 1983; Nova York (1984) e foi um dos principais atores no processo de criação da Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, bem como na instituição do 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, como Dia Nacional da Consciência Negra. Essa data tornou-se feriado oficial em diversos municípios e Estados do Brasil e hoje é reconhecida e comemorada em escolas e centros culturais em todo o País. Integrante da Comissão das Relações Exteriores, ele propôs e articulou medidas contra o Apartheid, advogando o rompimento de relações com o regime sul-africano.
Em 1991, Abdias Nascimento se tornou o primeiro senador afrodescendente a dedicar o seu mandato à promoção dos direitos civis e humanos do povo negro do Brasil. O então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, criou a Secretaria de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras do governo daquele Estado e o nomeou titular. A secretaria existiu até 1994, sendo extinta pelo sucessor de Brizola.
Terminado o seu mandato no Senado Federal, em 1999, Abdias assumiu como primeiro titular da nova Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1995, foi eleito Patrono do Congresso Continental dos Povos Negros das Américas, realizado no Parlamento Latino-Americano em São Paulo, na ocasião do 3o Centenário da Imortalidade de Zumbi dos Palmares.
Ele participou ainda da Iniciativa Comparativa sobre Relações Humanas no Brasil, na África do Sul e nos Estados Unidos, organizada pela Fundação Sulista de Educação de Atlanta, EUA. O projeto desempenhou papel importante na construção de intercâmbios para a participação desses países na 3a Conferência Mundial contra o Racismo realizada pela ONU em Durban, África do Sul, em 2001.
Homenagens no Brasil e no exterior[editar | editar código-fonte]
No ano de 2001, o Centro Schomburg de Pesquisa das Culturas Negras, do sistema de Bibliotecas Públicas do Município de Nova Iorque em Harlem, homenageou Abdias Nascimento com o Prémio da Herança Africana Mundial. Realizado na sede da ONU no 75o aniversário do Centro Schomburg, o prêmio foi criado para reconhecer, naquela ocasião, seis personalidades destacadas do mundo africano, incluindo também Katherine Dunham, Dorothy Height, Amadou Mahtar M’Bow, Billy Taylor e Gordon Parks.
Abdias Nascimento também recebeu o prêmio UNESCO na categoria “Direitos Humanos e Cultura” (2001), bem como o Prêmio Comemorativo da ONU por Serviços Relevantes em Direitos Humanos (2003).
Bicentenário da Revolução do Haiti, o ano 2004 foi definido pela comunidade internacional como Ano Internacional de Celebração da Luta contra a Escravidão e de sua Abolição. Nessa ocasião, a UNESCO criou um prêmio para reconhecer dois intelectuais ativistas que dedicaram as suas vidas a essa luta e à luta contra o racismo e a discriminação racial. As duas personalidades homenageadas com esse prêmio em dezembro de 2004, na sede da UNESCO em Paris, foram Abdias Nascimento e Aimé Cesaire.
O ano de 2004, por ocasião dos seus 90 anos, o Ipeafro realizou uma exposição retrospectiva e um colóquio internacional sobre a vida e obra de Abdias Nascimento no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro. A exposição circulou em Brasília e em Salvador, Bahia, onde foi realizada como parte da 2a Conferência Mundial de Intelectuais Africanos e da Diáspora (2006), iniciativa da União Africana e do Governo Brasileiro. Nessa ocasião, Abdias Nascimento recebeu do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mais alta honraria outorgada pelo Governo do Brasil, a Ordem do Rio Branco no Grau de Comendador.
A Câmara dos Vereadores do Município de Salvador outorgou-lhe a cidadania soteropolitana e a Medalha Zumbi dos Palmares (2007). Ele recebeu homenagem do 4o Festival Internacional de Cinema Negro (São Paulo), bem como o Prêmio Ori da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro pelo conjunto de sua obra literária.
No ano de 2007, o Ministério da Cultura outorgou-lhe a Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural, e em 2009 ele recebeu do Ministério do Trabalho a Grã Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho. Ambos são as mais altas honrarias do Governo Federal do Brasil em suas respectivas áreas.
A Universidade Obafemi Awolowo, de Ilé-Ifé, Nigéria, outorgou-lhe, em 2007, o título de Doutor em Letras, Honoris Causa.
O Conselho Nacional de Prevenção da Discriminação, do Governo Federal do México, outorgou a Abdias Nascimento o seu prêmio em reconhecimento à contribuição destacada à prevenção da discriminação racial na América Latina (2008).
Obras[editar | editar código-fonte]
Abdias Nascimento é autor de dezenas de livros publicados, em inglês e em português, e além do já mencionado jornal Quilombo editou duas revistas, Afrodiáspora (1983-87) e Thoth (1997-99). Sua peça teatral Sortilégio (Mistério Negro) (1959) constitui um marco nas obras de arte que tratam os temas das relações raciais e da identidade e cultura afro-brasileiras. Após sete anos de censura policial, estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1957 e foi produzido em inglês, nos Estados Unidos, em duas ocasiões (Universidade do Estado de Nova Iorque, 1971; Inner City Cultural Center, Los Angeles, 1975). Sua antologia Dramas para Negros e Prólogo para Brancos (1961) é a primeira coleção de obras teatrais sobre o mesmo tema e seu livro de poesia Axés do Sangue e da Esperança: Orikis (1983) constitui um marco na literatura afro-brasileira. Em anexo segue uma lista de suas obras publicadas.
Depois de seu retorno ao Brasil em 1981, continuou a exibir suas obras artísticas no Brasil e no exterior (ver lista de exposições).
ABDIAS NASCIMENTO
Exposições realizadas[editar | editar código-fonte]
Individuais[editar | editar código-fonte]
- The Harlem Art Gallery, Nova York, 1969
- Crypt Gallery, Columbia University, Nova York, 1969
- Yale University School of Art and Architecture, New Haven, 1969
- Malcolm X House, Wesleyan University, Middletown, CN, 1969
- Gallery of African Art, Washington DC, 1970
- Gallery Without Walls, Buffalo, NY, 1970
- Centro de Estudos e Pesquisas Porto-riquenhos, Universidade do Estado de Nova York, Buffalo, 1970
- Museu da Associação Nacional de Artistas Afro-Americanos, Boston, 1971
- Departamento de Estudos Afro-Americanos, Harvard, Cambridge, MA, 1972
- Studio Museum in Harlem, Nova York, 1973
- Langston Hughes Center, Buffalo, NY, 1973
- Fine Arts Museum, Syracuse, NY, 1974
- Galeria da Universidade Howard, Washington DC, 1975
- Inner City Cultural Center, Los Angeles, 1975
- Ile-Ife Museum of Afro-American Culture, Philadelphia, 1975
- Galeria do Banco Nacional, São Paulo, Brasil, 1975
- Galeria Morada, Rio de Janeiro, Brasil, 1975
- Museu de Artes e Antiguidades Africanas e Afro-Americanas, Center for Positive Thought, Buffalo, NY, 1977
- El Taller Boricua e Caribbean Cultural Center, Nova York, 1980
- Galeria Sérgio Milliet-IPEAFRO, Fundação Nacional das Artes – FUNARTE, Ministério da Cultura, Rio de Janeiro, Brasil, 1982
- Palácio da Cultura (Prédio Gustavo Capanema), Ministério da Cultura, IPEAFRO, Rio de Janeiro, Brasil, 1988
- Salão Negro, Congresso Nacional, Brasília, DF, 1997
- Galeria Debret, Paris, 1998
- José Bonifácio Cultural Center-IPEAFRO, Rio de Janeiro, 2002
- Solar Grandjean de Montigny, PUC-Rio-IPEAFRO, Rio de Janeiro, 2004
- Arquivo Nacional (antiga Casa da Moeda)-IPEAFRO, Rio de Janeiro, 2004-2005
- Galeria Athos Bulcão, anexo ao Teatro Nacional, IPEAFRO, Brasília, DF, 2006
- Caixa Cultural Salvador/ II Conferência Mundial dos Intelectuais Africanos e da Diáspora, IPEAFRO, 11 de julho a 29 de agosto de 2006
- V Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE)-IPEAFRO, Rio de Janeiro, janeiro de 2007
- Centro Cultural Justiça Federal-IPEAFRO, Rio de Janeiro, 2011
- SESC São João de Meriti-IPEAFRO, RJ, 2011
- Biblioteca Leonel de Moura Brizola, IPEAFRO, Duque de Caxias, RJ, 2011
- Casa de Cultura de Maricá, IPEAFRO, RJ, 2011-2012
- Kongi’s Harvest Gallery Museum, Freedom Park| Black Heritage Festival-IPEAFRO, Lagos, Nigéria, 2013
- Museu Godwin-Ternbach-IPEAFRO, Universidade da Cidade de Nova York, 2014
- Ocupação Abdias Nascimento, Itaú Cultural-IPEAFRO, São Paulo, 2016-2017
- 10º Congresso de Pesquisadores Negros (X COPENE-IPEAFRO), Uberlândia, MG, 2018
- Centro de Artes da Maré, Favela Nova Holanda, IPEAFRO, Rio de Janeiro, 2019
- Museu de Arte Contemporânea (MAC)-IPEAFRO, Abdias Nascimento: um espírito libertador, Niterói, RJ, 2019
- Inhotim-IPEAFRO, Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, em quatro atos. Inaugurado o primeiro ato em 4 de dezembro de 2021
- Museu de Arte de São Paulo (MASP), Abdias Nascimento: um artista panamefricano, 2022
- Festival Sonsbeek, Stedelijk Museum of Contemporary Art, programada oficialmente para a temporada Verão 2022
Coletivas[editar | editar código-fonte]
- Museu Everson de Artes, Syracuse, NY, 1972
- Galeria Salomé, Nova Orleans, LA, 1973
- Rainbow Sign Gallery, Berkeley, CA, 1975
- Artists ’79, sede das Nações Unidas, Nova York, 1979
- O Rio do Samba, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, 2018-2019
- Histórias Afro-Atlânticas, Museu de Arte de São Paulo (MASP)/ Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2018
- In the Fullness of Time: Painting in Buffalo, 1832-1972, Burchfield Penney Arts Center, Buffalo, NY, EUA, 8/11/2019 a 31/05/2020
- Escrito no Corpo, Galeria Fortes D’Aloia e Gabriel, Espaço Carpintaria, Rio de Janeiro, 2020
- Afro-Atlantic Histories. Turnée nos EUA de Histórias Afro-Atlânticas, 2021-2024: Museu de Belas Artes Houston (MFAH); National Gallery (Washington, DC); Los Angeles County Museum of Art; Dallas Museum of Art
- Engraved into the Body, Galeria Fortes D’Aloia e Gabriel / Galeria Tanya Bonakdar, Nova York, 2021
- This Must Be the Place: Latin American Artists in New York, 1965–1975. Americas Society, Nova York, 2021-2022
Coleções Permanentes[editar | editar código-fonte]
- Museu de Artes e Antiguidades Africanas e Afro-Americanas, Centro pelo Pensamento Positivo, Buffalo, NY (duas telas). Quando essa instituição fechou, a direção encaminhou as obras para o Instituto Molefi K. Asante, Filadélfia, EUA
- Instituto de Estudos Latino-Americanos, Universidade Columbia, Nova York, EUA
- Museu de Arte de São Paulo (MASP)
- Pinacoteca de São Paulo
Obras publicadas selecionadas[editar | editar código-fonte]
Livros
Abdias Nascimento, um espírito libertador. Catálogo de exposição de pinturas. Museu de Arte Contemporânea de Niterói / IPEAFRO, 2020.
O Quilombismo. Documentos de uma Militância Pan-Africanista, 3a. ed. Com textos de Kabengele Munanga, Elisa Larkin Nascimento e Valdecir Nascimento. São Paulo: Editora Perspectiva / IPEAFRO, 2019.
O Genocídio do Negro Brasileiro, 3a. ed. Com textos de Wole Soyinka, Florestan Fernandes, Elisa Larkin Nascimento. São Paulo: Editora Perspectiva / IPEAFRO, 2016.
Ocupação Abdias Nascimento. Catálogo de exposição no Itaú Cultural. São Paulo: Itaú Cultural / IPEAFRO, 2016.
O Griot e as Muralhas, com Éle Semog. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
Abdias Nascimento 90 Anos, Memória Viva. Catálogo de exposição, Caixa Cultural Salvador. Textos em português, francês e inglês. Rio de Janeiro: IPEAFRO, 2006.
Quilombo: Edição em fac-símile do jornal dirigido por Abdias do Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2003.
O quilombismo, 2a ed. Brasília/ Rio de Janeiro: Fundação Cultural Palmares/ OR Produtor Editor, 2002 (362 pags).
O Brasil na Mira do Pan-Africanismo. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais/ Editora da Universidade Federal da Bahia EDUFBA, 2002 (342 pags).
Orixás: os Deuses Vivos da África/ Orishas: the Living Gods of Africa in Brazil. Rio de Janeiro/ Philadelphia: Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros/Temple University Press, 1995.
A Luta Afro-Brasileira no Senado. Brasília: Senado Federal, 1991 (35 pags).
Nova Etapa de uma Antiga Luta. Rio de Janeiro: Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Negras – SEDEPRON, 1991 (32 pags).
Africans in Brazil: a Pan-African Perspective, com Elisa Larkin Nascimento. Trenton: Africa World Press, 1991 (218 pags).
Brazil: Mixture or Massacre, trad. Elisa Larkin Nascimento. Dover: The Majority Press, 1989 (224 pags).
Combate ao Racismo, 6 vols. Brasília: Câmara dos Deputados, 1983-86. (Discursos e projetos de lei.) (Aproximadamente120 pags em cada volume.)
Povo Negro: A Sucessão e a “Nova República”. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1985 (68 pags).
Jornada Negro-Libertária. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1984 (29 pags).
A Abolição em Questão, co-autoria com José Genoíno e Ari Kffuri. Sessão Comemorativa do 96o Aniversário da Lei Áurea (9 de maio de 1984). Brasília: Câmara dos Deputados, 1984 (40 pags).
Axés do Sangue e da Esperança: Orikis. Rio de Janeiro: Achiamé e RioArte, 1983. (Poesia, 109 pags.)
Sitiado em Lagos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981 (111 pags).
O Quilombismo. Petrópolis: Vozes, 1980 (281 págs).
Sortilégio II: Mistério Negro de Zumbi Redivivo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. (Peça de teatro, 141 pags.)
Sortilege: Black Mystery, trad. Peter Lownds. Chicago: Third World Press, 1978.
Mixture or Massacre, trad. Elisa Larkin Nascimento. Búfalo: Afrodiaspora, 1979 (224 pags).
O Genocídio do Negro Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978 (184 pags).
“Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 2a ed. Ibadan: Sketch Publishers, 1977 (178 pags).
“Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 1a ed. Ile-Ife: University of Ife, 1976 (83 pags).
Sortilégio (mistério negro). Rio de Janeiro: Teatro Experimental do Negro, 1959. (Peça de teatro.)
Organização de antologias, revistas, e obras coletivas[editar | editar código-fonte]
Thoth:Pensamento dos Povos Africanos e Afrodescendentes, nos. 1-6. Brasília: Senado Federal, 1997-98.
Afrodiaspora: Revista do Mundo Africano, nos. 1-7. Rio de Janeiro: IPEAFRO, 1983-86.
O Negro Revoltado, 2a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982 (403 pags).
Journal of Black Studies, ano 11, no. 2 (dezembro de 1980) (número especial sobre o Brasil).
Memórias do Exílio, org. em colaboração com Paulo Freire e Nelson Werneck Sodré. Lisboa: Arcádia, 1976.
Oitenta Anos de Abolição. Rio de Janeiro: Cadernos Brasileiros, 1968.
Teatro Experimental do Negro: Testemunhos. Rio de Janeiro: GRD, 1966 (170 pags).
Dramas para Negros e Prólogo para Brancos. Rio de Janeiro: TEN, 1961 (419 pags).
Relações de Raça no Brasil. Rio de Janeiro: Quilombo, 1950 (75 pags).
Participação em antologias e obras coletivas[editar | editar código-fonte]
“Quilombismo, um conceito emergente do processo histórico-cultural da população afro-brasileira”. In: Elisa Larkin Nascimento (org.), Afrocentricidade, Uma abordagem epistemológica inovadora, Coleção Sankofa v. 4. São Paulo: Summus/Selo Negro, 2004.
“O negro e o parlamento brasileiro”, co-autoria com Elisa Larkin Nascimento. In Munanga, Kabengele, org., O negro na história do Brasil. Brasília: UnB/ Fundação Cultural Palmares, 2004, pags. 105-151.
“Comentário ao Artigo 4o”, in Direitos Humanos: Conquistas e Desafios. Brasília: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil/ Comissão Nacional de Direitos Humanos, 1998.
“Quilombismo: the African-Brazilian Road to Socialism,” in Asante, Molefi K. e Abarry, Abu S., orgs., African Intellectual Heritage: a Book of Sources. Philadelphia: Temple University Press, 1996.
Sortilege: Black Mystery, trad. Peter Lownds. Callaloo, A Journal of African-American and African Arts and Letters, v. 18, n. 4 (1995). Special Issue, African Brazilian Literature. Johns Hopkins University Press.
Sortilege II: Zumbi Returns (peça dramática) in Crosswinds: an Anthology of African Diaspora Drama, ed. de William B. Branch. Bloomington: Indiana University Press, 1991.
“Quilombismo: the African-Brazilian Road to Socialism,” in African Culture: the Rhythms of Unity, ed. Molefi K. Asante e Kariamu W. Asante. Trenton: Africa World Press, 1990. (Primeira edição publicada em 1987 pela Greenwood Press.)
“Teatro Negro del Brasil: una Experiencia Socio-Racial,” in Popular Theater for Social Change in Latin America, a Bilingual Anthology, ed. by Gerardo Luzuriaga. Los Angeles: UCLA Latin American Studies Center, 1978.
“African Presence in Brazilian Art,” Journal of African Civilizations 3:2 (novembro de 1981).
“Reflections of an Afro-Brazilian,” Journal of Negro History LXIV:3 (verão 1979).
“Afro-Brazilian Theater, a Conspicuous Absence,” Afriscope VII:1 (Lagos, janeiro de 1977).
“Afro-Brazilian Art: a Liberating Spirit,” Black Art: an International Quarterly I:1 (outono de 1976).
“Open Letter to the First World Festival of Negro Arts,” Presence Africaine XXX:58 (verão de 1968).
“Carta Aberta ao Festival Mundial das Artes Negras,” Tempo Brasileiro, ano IV, número 9/10 (abril-junho de 1966).
“The Negro Theater in Brazil,” African Forum II:4 (primavera de 1967).
“Mission of the Brazilian Negro Experimental Theater,” The Crisis 56:9 (outubro de 1949).
Fontes[editar | editar código-fonte]
https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2672:catid=28